17/11/2002. o pequeno Bruninho prestava Fuvest. 100 questões a serem resolvidas em 5 horas e que mudariam radicalmente seu destino. No entanto, essa era a menor de suas preocupações naquele dia.
Ao mesmo tempo da prova haveria a última rodada do Campeonato Brasileiro daquele ano. O Palmeiras jogava em Salvador contra o Vitória e precisaria ganhar para não ser rebaixado ou simplesmente arrancar um empate e contar com tropeços de outros times.
Durante a prova eu ouvia diversos rojões e não conseguia parar de pensar se eram comemoração dos palmeirenses ou dos outros torcedores. Para piorar, os rojões espocaram por diversas vezes.
A prova finalmente acabou, alea jacta est, então era hora de ir para casa, descobrir o que tinha acontecido e também, se desse vontade, conferir quantos acertos eu tinha conseguido.
Meu pai foi me buscar na saída da prova. Entrei no carro e perguntei, "E aí, pai, caiu?". Ele me respondeu "Caiu...". Ficamos os dois quietos por boa parte do caminho, depois ele quis saber se eu tinha ido bem mas isso era só um detalhe.
Confesso que o trauma foi tão grande que até hoje eu nunca vi os gols daquele 4 a 3. Fui aprovado (eu ia escrever "deu tudo certo na Fuvest" mas "dar certo" é um conceito que exige uma valoração subjetiva que foge do escopo deste texto), o Palmeiras foi campeão da Segundona em 2003 e tudo seguiu seu rumo normalmente.
Porém, o rancor e o desejo de vingança permaneceram bem guardados nos corações de toda a nação verde. Com o rebaixamento iminente do Corinthians, eu peço, caríssimos Grêmio e Internacional, dêem uma alegria aos milhões de não-corinthianos de nosso país.