O estudante brasileiro de engenharia finalmente se formou na França e agora retorna para casa. O estilo totalmente confundível, as asneiras sobre futebol internacional e filosofias baratas continuam. A mecânica quântica e a falta de acentos, felizmente, são parte do passado.
E que retornem as histórias do metrô...
Até pouquissimo tempo, um caso de dengue seria simplesmente motivo de vergonha, de atraso terceiro-mundista, de falha de saneamento básico, de despreparo dos órgãos de saúde pública, enfim, de qualquer coisa, MENOS de comemoração.
Pois é.
É isso aí, seu Aedes, continue com o bom trabalho.
Há dias em que é melhor não falar de futebol. Assim sendo, é preciso buscar novos assuntos, por exemplo...a música folclórica russa.
Não me lembro se é verdade ou apenas uma lenda urbana a história de que na mitologia nórdica o inferno é um lugar onde faz um frio dos diabos, com o perdão do trocadilho. Segundo essa teoria, o nosso inferno judaico-islamico-cristão é quente porque essa seria a pior forma de castigo concebível por quem vive no deserto, enquanto quem vive perto do Pólo Norte provavelmente associa sofrimento ao frio. Eu diria que é uma teoria plausível.
Seguindo esse espírito, ouçam uma tradicional canção seguida de sua letra (em cirílico e numa tradução livre).
Ой мороз мороз не морозь меня (Oh frio, frio, não me congele)
Не морозь меня моего коня (Não me congele nem o meu cavalo)
Не морозь меня моего коня (Não me congele nem o meu cavalo)
Моего коня белогривого (Meu cavalo de crina branca)
У меня жена ох ревнивая (Eu tenho uma esposa, que ciumenta)
У меня жена ох ревнивая (Eu tenho uma esposa, que ciumenta)
У меня жена ох красавица (Eu tenho uma esposa, que formosura)
Ждет меня домой ждет печалится (Ela me espera voltar para casa, me espera aflita)
Я вернусь домой на закате дня (Eu voltarei para casa no fim da tarde)
Обниму жену напою коня (Abraçarei minha mulher, darei de beber a meu cavalo)
Обниму жену напою коня (Abraçarei minha mulher, darei de beber a meu cavalo)
Ой мороз мороз не морозь меня (Oh frio, frio, não me congele)
Не морозь меня моего коня (Não me congele nem o meu cavalo)
Не морозь меня моего коня (Não me congele nem o meu cavalo)
Reparem como o frio funciona como catalisador para a mudança do eu-lírico: inicialmente sua preocupação é que o frio cause não apenas a sua morte mas a de seu cavalo também (моего коня). Sua esposa aparece em segundo plano, inicialmente como ciumenta (ревнивая) e finalmente como bela (красавица).
Ao retornar, a situação se inverte e ele pensa primeiramente em abraçar a mulher e só depois se ocupa do cavalo. No entanto, uma vez hipoteticamente de volta ao lar quentinho, suas preocupações retornam ao cavalo nos últimos versos. Talvez o frio seja tanto que o nosso cossaco tenha ficado confuso sobre o que era mais importante. Talvez na Sibéria ter um cavalo não congelado seja realmente preferível...
Sou só eu ou essa nova maneira de chamar os jogadores de futebol pela primeira letra do nome e número de camisa (R9, K9, K30 (Kléber do Cruzeiro), N7(Neymar), etc.) é realmente irritante e parece demais com batalha naval?
Quando era pequeno joguei muito um clássico chamado "Where in the World is Carmen San Diego?". O princípio era simplório (nem poderia ser diferente naquela época, em algum ponto entre a morte de Turing e a criação do Windows 95): o jogador incorpora um detetive que deve sair pelo mundo investigando pistas deixadas por diversos criminosos.
Essas "pistas" eram obtidas conversando-se com moradores de cada cidade. Em geral eles indicam para onde o ladrão fugiu através de dicas meio cifradas, fazendo com que o jogador tenha que usar o Tico e/ou o Teco.
Tipicamente, você é informado das cores da bandeira do país de destino (aprendi assim que a bandeira de Mali é verde, amarela e vermelha, nunca mais esqueci) ou que o ladrão comprou uma certa moeda estrangeira (dracmas são usados no Grécia e rúpias na Índia). Você então viaja para o outro país, conversa com os moradores, descobre para onde tem que ir, etc., até capturar o ladrão.
A maior dificuldade do jogo é que para ser "promovido" na carreira de investigador é necessário responder (teclando) algumas perguntas nem sempre triviais. Essas perguntas versam sobre geografia ou conhecimentos gerais, mas no tempo em que eu jogava não existia um Oráculo com a resposta de qualquer coisa.
Resolvi jogar novamente nesse final de semana para tirar proveito do Google e de que hoje em dia eu falo inglês...porém parecia que eu estava jogando outro sucesso da mesma série, "Where in Time is Carmen San Diego?"...
Muito se falou sobre o temível bug do milênio na virada de 1999 para 2000 mas poucos prejuízos se concretizaram.
Eis que, 10 anos depois, encontro essa pérola da programação:
Prefiro acreditar que o fato desse tipo de site de alta qualidade publicar notícias sobre a "minha" empresa reflita o quanto o setor agrícola brasileiro ainda pode melhorar.
Ou talvez tenha começado a revolta das máquinas e ninguém ainda tenha percebido. Melhor dizendo: quase ninguém, porque em menos de 24 meu computador e meu celular resolveram se comportar de forma pouco convencional (e pouco agradável também), o que levantou minhas suspeitas.
PS: xkcd? Não, o post anterior vai ser a minha única experiência humorística-matemática-desenhística pelos próximos 5 anos...
PS2: Não, esse post não é um teste de visão. Clique na imagem para uma visualização em tamanho razoável.
Previsão para Áries de dois ou três dias atrás: "A Lua, seu planeta regente, acaba de entrar na casa X. Tome cuidado com Y."
Juro que é verdade. Digo, juro que realmente li esse horóscopo no metrô, não que os conselhos sejam pertinentes nem que nosso pobre satélite tenha sido promovido para ocupar a vaga de Plutão.
PS: O próximo post será o 500º deste blog. Prêmio para o leitor que der uma boa sugestão de assunto. Prêmio especial para o leitor que escrever "500º" por extenso de acordo com a nova ortografia.