Confirmando velhas teorias ou afinal de contas vir pra França não foi tão inútil
Minha primeira professora de cálculo disse certa vez que uma amiga dela, matemática, foi para Grécia e não encontrou muita dificuldade em ler as placas na rua só por conta dos anos de prática com o alfabeto deles...Achava meio mitológico mas depois de alguns anos olhando pra lousa e pensando "porra, mas isso é grego para mim" me convenci que um aluno médio de exatas consegue deduzir umas coisinhas de tão bizarro idioma.
Como isso aqui não é um curso de engenharia de verdade, as quintas-feiras deste semestre foram ocupadas por "civilização grega e latina". Hoje nosso querido professor resolveu dar uma aula diferente, divertida e ensinar umas cositas de grego para nos. Entre um esforço em vão para deduzir o significado de um radical e outro, a grande revelação: a letra chama "omega" porque quer dizer "o-grande", afinal de contas existe um "omicron" (o-pequeno). Podia ser "ozinho" e "ozão", acho que ficaria melhor. Existe também o "upsilon" que deu origem ao nosso "ipsilon" e justifica os bizarros nomes do y em outras linguas (variantes de "i-grego" em espanhol e francês, ao menos). O upsilon e o omicron, não usados em matemática, resolveram metade das minhas dúvidas quanto ao idioma.
Eu já estava contente o bastante com umas palavras básicas mas o professor resolveu nos mostrar uns trechos do Homero, no original...é o velho método francês de aprendizado não-linear ("dado que o produto de um número par com um impar é par, prove que o teorema de Fermat é verdadeiro para qualquer n natural").
Tirando esses exageros foi divertido e ao final do curso começou a tocar uma música do pessoal que está preparando a festa de sábado (voltarei ao assunto em breve); o professor comentou algo sobre Homero, aprender grego, a música ao fundo, uma outra coisa que eu esqueci e soltou um "Quel scénario!".
Explicação: faz uns belos 7 anos que ouvi isso pela primeira vez, ou melhor, li. Pra variar, é um texto Verissimo, desta feita sobre os narradores franceses durante a copa de 98, eles usariam sempre essa expressão cujo significado é mais ou menos intuitivo. Até hoje eu achava que ela fazia parte do inconsciente coletivo brasileiro projetado no francês, ou seja, aquelas frases que a gente acredita que existem mas que nenhum "nativo" realmente fala.
Para destruir um pouco o "scénario" (lê-se "cenariô", fazendo cara de bunda) eu não encontrei o texto na internet. Está no "Eterna privação do zagueiro absoluta", uma alma caridosa (sim, Juliana, eu tô falando com você) poderia digitar e me enviar, que tal? Evitaríamos assim esse anti-clímax...
3 comentários:
Vou pensar no seu caso....
Em italiano também tem i-greca, mas o j é i-lunga!
O meu caro Bixo....
Vai sumir do MSN de vez para evitar minhas zueiras do jogo(que se passou ha quase um mes!)
hehehehe
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