A eterna reflexão
Recebi hoje um email de um bixo que quer entrar na Polytechnique. O cidadão encontrou este glorioso espaço laranja e dele tirou o meu contato. Isso pode ser bom ou pode ser ruim para a vida dele, mas aí já não está mais na minha alçada.
O fato é que apenas hoje me dei conta de que em breve fará 3 anos das minhas provas de admissão. Ao leitor que não estava informado na época ou que já esqueceu, relembro que tive de escolher qual programa de intercâmbio tentar e arriscar todas as fichas nele. Escolhi, é claro, o da tradicional e poderosa (sic) escola em Paris (sic), com sua matemática interessante (sic), sua diversão constante através do esporte (sic), entre tantas outras quase-verdades.
Fui um dos piores colocados no exame, mas felizmente dentro do limite dos aprovados. A margem foi tão estreita que é impossível ficar conjecturando o que poderia ter sido e não foi. Teria eu arriscado a sorte num intercâmbio com a Itália no ano seguinte, assistido todos os jogos da Juve em Turim pela segunda divisão e me virado com uma bolsa parcial?
Teria explodido alguma indústria química, causando a morte de algumas centenas de operários incluindo este pobre reles e desastrado escriba?
O caminho mais normal talvez fosse simplesmente terminar a Poli no tempo previsto, sendo que o encerramento seria...hoje! (ontem, na verdade, mas uma mentirinha a mais não vai mudar tanta coisa assim). Enfim, ontem eu teria me tornado engenheiro, ainda não oficialmente mas ao menos no sentido prático.
O computador em que eu escreveria esta mensagem não seria este, nem estaria o menu do Blogger em francês. Não haveria um par de lentes de contato à minha frente, meu cartão de banco não existiria, ao menos 40% da minha estante seria diferente. Cazzo, até a camiseta que eu estou usando agora não estaria por aqui.
Às vezes não parece mas nossa vida é sim o resultado de nossas escolhas, nossos erros e acertos. E, claro, de la chance.
Um comentário:
E Deus lá.... jogando dados!!!!!
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