domingo, outubro 12, 2008

A amizade - uma abordagem vetorial

Todos conhecem aquele ditado/adágio/aforismo que diz "Os amigos dos meus amigos são meus amigos". Pois bem, admitamos que isso seja verdade. Se os amigos dos seus amigos são seus amigos, então os amigos dos amigos dos seus amigos são amigos de amigos seus, conseqüentemente também são seus amigos. Progressivamente, todas as pessoas do mundo serão seus amigos, incluindo seus inimigos. Por redução ao absurdo, concluimos que o ditado é falacioso.

No entanto, há alguma verdade intuitiva nele. Afinal, pessoas sensatas tendem a escolher outras pessoas sensatas para compartilhar seus bons e maus momentos. Sendo você sensato, seu amigo sensato e o amigo do seu amigo sensato, é possível que o ditado se aplique. Resta, entretanto, definir o que se entende por "sensato".

Para mim, colocar piercings e correntes em todos os orificios do corpo não é algo elogiável. Obviamente conclusão oposta seria obtida com alguém já devidamente perfurado. Tudo bem, respeito a opinião deles mas não surpreende que meus amigos não tenham tantos piercings assim.

Creio que o ditado do primeiro parágrafo possa ter uma explicação gráfica interessante. Considere que eu sou o vetor vermelho e um amigo genérico seja o verde:



Como eu e meu amigo verde gostamos bastante de futebol bizarro, podemos manter assunto por tempo suficiente para descobrir outras afinidades, estabelecendo talvez uma amizade.

Agora imagine que meu amigo verde tem um amigo amarelo:



Provavelmente ele já não vai ser tão simpático comigo. Ainda pior será a minha relação com o amigo azul...Em resumo, podemos esperar que o azul seja amigo do amarelo, o amarelo do verde e o verde de mim, mas não parece que eu e o azul tenhamos muita afinidade. Os amigos dos meus amigos podem ser meus amigos mas o raciocínio não se propaga até o infinito. Na minha interpretação isso ocorre porque existe uma dimensão extra nos interesses: se houvesse uma única então os vetores de todas as pessoas seriam coincidentes e o mundo seria utópico e monótono.

Claro que o desenho ilustrativo é uma simplificação bastante grande. Pessoas têm centenas de eixos de interesse mas se fosse possível quantificar adequadamente esses interesses e definir um nível de tolerância de cada indivíduo (representando quão disposto cada um está de aceitar um vetor distante do seu), seria viável prever amizades. Ou não.

9 comentários:

Anônimo disse...

muito mal modelado, nao faz o menor sentido


milouse

Unknown disse...

Acho que faz algum tempo que não passava por aqui. É bom voltar a ler o que a gente gosta. Grande abraço, Brunão. Barbosa.

Tiago disse...

Imagine que dada uma sequencia infinita de amigos, eu consiga encontrar uma sub-sequencia convergente, com limite "super_amigo".. tal pessoa é um ponto de acumulacao de amigos, entao ela tem infinitos amigos, com interesses mto parecidos.

Porem...

Esse espaço vetorial de interesses é de dimensão infinita. Eu tb posso considerar que os vetores "amigos" sao unitarios, ja que so o angulo que ele forma com cada eixo importa.

Ai como a hiper-esfera unitaria desse espaco dimensional eh nao-compacta, vc nao pode extrair uma sub-sequencia convergente de uma sequencia infinita de amigos (no caso geral, obvio.. se vc pegar uma sequencia infinita de amigos com interesse por necrofilia, obviamente vc encontra uma sub-sequencia convergente).

Então dada uma sequencia infinita de pessoas, vc nao consegue encontrar, no caso geral, um super_amigo, a pessoa q tem infinitos amigos.

Claro, nos casos patologicos onde tal limite exista, essa pessoa existe. Voltando ao caso dos necrofilos, se eles SO gostassem de necrofilia (ou entao tivessem interesse mto maior por isso q por qq outra coisa), eh de se esperar que eles sejam mto amigos e compartilhem as idas ao cemiterio e a velorios.


Isto tudo sem considerar fatores psicologicos, claro...

Bruno disse...

Teorema: Existe ao menos uma pessoa no mundo pior do que eu.

Corolário: Chupa Milouse.

Falando sério, caro Milousinho, uma crítica mais construtiva teria sido mais...construtiva, digamos.

Anônimo disse...

construtiva: bruninho (nome de pagodeiro), aprenda a modelar. Siga o exemplo do seu camarada tiago (eu queria utilizar "amigo", mas ainda é preciso chegar a alguma conclusao sobre a sua definicao)

milouse

p.s.: vc nao pensa em demonstrar este teu teorema com a sua abordagem vetorial, hein? huauhauhauh

milouse disse...

mas vamos ao q interessa: eu te passei em algum comentario um link prum blog q acompanha as eliminatorias africanas para a Copa de 2010 e vc nada fez. Magoa.

milouse

Bruno disse...

Caro Milouse, concordo que não seja o melhor texto do mundo. Não quis colocar muitos detalhes técnicos idiotas nem escrever muito (mais ainda). Ficarei atento em novas oportunidades.

Já quanto ao texto do Togo...Quando vc mandou eu estava de mal com o blog e depois acabei esquecendo, sinto muito. Vou voltar a pensar no assunto. Afinal (mode gay on) sua opinião conta muito pra mim (mode gay off).

Anônimo disse...

Ah... essa falta do que fazer!!!

dbarbosa disse...

"Progressivamente, todas as pessoas do mundo serão seus amigos, incluindo seus inimigos."
Falácia, você assumiu que o grafo das amizades não pode ser desconexo.