segunda-feira, março 30, 2009

Atenção

O post a seguir contém um erro. Confesso não ter percebido antes de começar a escrever. Espero que assim alguém além do desocupado do Milouse se dê ao trabalho de ler o texto com rigor matemático...

Ócio

Retornando a meu querido lar em mais uma noite enfadonha no metrô, vejo no meu celular que hoje é dia 30/03/09. Ora, se fosse 03/03/09 teríamos um daqueles casos em que o dia (03) multiplicado pelo mês (03 também) resulta no ano (09, escrevendo apenas a década para que a conta funcione). Quem não prestou atenção no último dia 3 não precisa ficar chateado, 1º de setembro está logo ali.

Derivando a partir disso, pensei que os anos até 2031 terão trivialmente um dia nessas condições, no mês de janeiro (xx/01/xx). 2032 também não será problema, porém certamente alguns anos primos não poderão ser decompostos, 2097 é um belo exemplo. Porém, nem é necessário ser primo, os anos pares mas não divisíveis por 4 também podem ser irredutíveis (2094 é o exemplo da vez). No metrô fiquei com uma pergunta pendente: num século quantos anos podem ser escritos como o produto do dia pelo mês? Fiz uma estimativa grosseira e chutei que seriam 82.

Usei o seguinte algoritmo que faria Eratóstenes corar:

count = zeros(100,1);
for i = 1:12
for j = 1:31
if (i*j) <= 100
count(i*j) = count(i*j) +1;
end
end
end

e confirmei, para minha grande surpresa, que são exatamente 82 anos! É bem verdade que eu roubei ao incluir o 25/04/2100 como resultado positivo mas na estimativa mental eu também havia admitido essa data como correta.

Me dei até ao trabalho de fazer um gráfico com os resultados:



É curioso que mais anos tem 6 do que 5 decomposições. Sem muitas surpresas, os campeões são anos múltiplos de 12: 24 e 60, cada um com 7 datas. E, por fim, percebe-se que o primeiro ano sem esse tipo de fenômeno é 2037. Ufa, ainda restam quase três décadas de alegria...

sexta-feira, março 27, 2009

Perdendo a chance de ficar quieto...

"Um incêndio destruiu nesta sexta-feira uma empresa que armazenava produtos químicos em Diadema (Grande São Paulo) e assustou moradores da região. O produto vazou e, em chamas, escorreu pelo asfalto. Portões de casas foram danificados e pneus de carros e a fiação elétrica ficaram derretidos.

(...)

O Corpo de Bombeiros afirma que explosões são normais em incêndios que envolvem produtos químicos." (fonte: http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u541586.shtml)

Adoro a frase "o produto vazou". Que produto, cara pálida? No entanto,nada se compara ao aviso dos Bombeiros. Gostaria apenas de pedir ao cidadão que deu esse depoimento à imprensa que me indicasse um exemplo de incêndio que NÃO envolva produto químico...

segunda-feira, março 23, 2009

Inglês metafísico

Questão treino para o TOEFL: "Se você pudesse escolher qualquer lugar do mundo, onde gostaria de morar?" (15 segundos para pensar na resposta, 40 segundos para falar)

"...Ahn...."

"?"

"..."

"Bruno?"

"Hum..."


É por essas e por outras que o único jeito realmente eficaz de ter um bom desempenho em cursos de idiomas é mentir sem a menor cerimônia:

"Eu adoraria viver em Roma porque sou um aficionado pela antiga cultura latina. Poder viver num país com tanta riqueza histórica e gastronômica deve ser realmente fantástico. Além disso, compraria os cartões de ingressos anuais da Roma e da Lazio e iria a pé ao Estadio Olimpico todos os domingos, apenas para sentir a pulsação dos tiffosi"

"Eu gostaria de viver em Tuvalu. Meu sonho é ajudar crianças carentes ameaçadas pela subida dos mares em decorrência do efeito estufa. Morando lá eu poderia finalmente me dedicar às minhas duas paixões, pescar arenques selvagens e tomar água de coco. Teria 4 esposas nativas, dançaríamos hula-hula próximo à fogueira todas as noites e afogaríamos turistas estrangeiras virgens para aplacar a ira do Deus dos Mares."

"Viver? Pra quê? Aliás, pra quê estou fazendo esse teste? Aharg" (gravação subitamente interrompida).

Respondendo às críticas

Março vem sendo um mês atrapalhado.

segunda-feira, março 09, 2009

Русский

Imagine que após ser abduzido por uma nave alienígena você consiga, depois de muita diplomacia telepática, convencer o ET a te devolver para a Terra.

É razoável supor que o ET tem um mínimo de compaixão para não te arremessar em alto-mar. Porém, também é bastante razoável admitir que um alienígena encarregado de abduzir seres primitivos tem mais o que fazer do que procurar exatamente de qual "toca" ele tirou aquele bicho pálido e com apenas 4 membros. Afinal de contas, nós mesmos não devolveríamos um animal selvagem exatamente para o seu pedacinho querido de selva, quando muito o colocaríamos em liberdade e pronto.

Nesse cenário o evento mais provável (admitindo uma distribuição uniforme de probabilidade ao longo dos continentes) é que o ET te deposite no maior país da Terra, ou seja, na Rússia.

Agora imagine quão triste seria escapar de uma nave alienígena simplesmente para morrer de fome, frio e comunismo no meio de alguma estepe qualquer por não conseguir se comunicar com os camponeses do lugar. Um raciocínio elementar indica que para não correr o risco de passar por essa desgraça o melhor a fazer é ter noções básicas de russo.

Comecei sábado passado, vos manterei informados dos progressos (se houver algum progresso).

domingo, março 08, 2009

O Gordo

Meu pai me ensinou quase tudo que sei sobre futebol. Em primeiro lugar, de alguma forma sutil (talvez usando minha sequência de bases nitrogenadas), me mostrou que o mais sensato a fazer era torcer para um certo time verde.

No início ele me explicou simplesmente as regras, depois algumas convenções linguísticas (lembro que eu não entendia porque em todo jogo havia um time "da Casa", achava que só devia existir um time "da Casa" assim como só existe um time de Santos, um do Morumbi, etc.). Finalmente, aprendi muitas nuances técnicas e estratégicas.

Uma de suas mais célebres teorias é que a melhor maneira de finalizar é enfiar um bico na altura da cabeça do goleiro. Tendo feito muitas defesas com meus globos oculares e tendo muitas outras vezes abaixado a cabeça num reflexo covarde, concordo que ele tem um tanto de razão.

No entanto, o aprendizado mais importante se aplica perfeitamente nesse momento: "O Corinthians é como uma barata. Pode até parecer morto, mas se você não pisar em sua cabeça ele acaba renascendo."

Obviamente a frase não é verdadeira apenas para o Corinthians. Quase todas as disputas duras necessitam de um golpe de misericórdia, um fatality definitivo. Porém, no derby contra o alvi-negro isso não é simplesmente um aforismo, é praticamente um dogma. E mais uma vez ontem a barata se reergueu pois ninguém a esmagou quando foi possível. Fica a esperança de que essa teoria vá além da minha família e que um dia receba o merecido respeito.

Cabe ainda outra explicação para o gol de Ronaldo, a barata-mor, mas essa envolve não meu pai, mas sim minha mãe: sempre temi que o dia em que o Bruno virasse titular do Palmeiras seria o começo do Apocalipse. Ontem já teve início sua saga de desastres inexplicáveis. E, se os cientistas estiverem mesmo corretos, no final só sobrarão as Periplaneta

domingo, março 01, 2009

Volta às aulas, capítulo 2

Andando próximo à FAU, passo em frente a dois possíveis futuros arquitetos. Pelo cabelo raspado e por não portarem os tradicionais óculos vermelhos (todo estudante de arquitetura usa óculos com armação marrom ou vermelha, é impressionante), deduzo que fossem bixos.

A pérola: "A USP, ela parece meio que encoberta por suas próprias árvores"...