terça-feira, fevereiro 27, 2007

Corps des mines

O leitor brasileiro não polytechnicien provavelmente nunca ouviu falar nessa expressão. Aqui, no entanto, isso é la crème de la crème. A cada ano os 10 primeiros colocados da classificação daqui e uns gatos pingados de outros lugares com prestígio podem integrar esse tal "corpo", cuja função primária é formar profissionais para os altos postos do governo francês.

De mina mesmo só sobrou o nome, hoje em dia eles estão muito mais próximos das finanças e da indústria em geral. Como ex-membros famosos podemos citar Poincaré, Clapeyron, Jordan (da álgebra de Jordan, nao o Michael Jordan), CEOs de várias companhias, um presidente da República e uns quantos ministros.

Conto isso porque um dos caras do handball conseguiu ser aceito, com sobras (o maluco é o segundo colocado daqui, um monstro, uma das cabeças mais impressionantes que eu já vi). Não sei se ele vai seguir a "função publica" como eles dizem, se vai fazer pesquisa em física nuclear ou se vai pescar arenques na Noruega. Eu aposto que ele vai longe.

Na verdade não é exatamente uma aposta, é mais uma torcida. Já pensaram se ele vira presidente? "Sabem o M. Beley, esse que acabou de tomar posse no Elysée? Então, quando eu tinha meus 20 anos defendi uma bola dele à queima-roupa com minha narina esquerda. Enquanto o sangue começava a correr e meu time não percebia que alguém precisava me substituir, o lance seguiu até que eu finalmente espalmasse pra fora a tentativa de rebote. Sim, hoje ele é Chefe de Estado e eu estou aqui nesse fim de mundo contando minhas histôrias, mas naquele dia eu fiz a minha parte."

Além disso, uma vez ele arremessou para o gol sem que eu estivesse prestando atenção no lance. Só me lembro de ver a bola chegando em direção ao meu rosto e depois tudo ficou preto. No instante seguinte eu estava caído no chão com metade do time tentando me socorrer.

Esse moleque precisa ser presidente...Ele tem, pelo menos, pulso firme.

domingo, fevereiro 25, 2007

Mote: "Até quando teremos que comer pringles com coca de madrugada, como se isso fosse janta, como se isso fosse vida."

Ode à madrugada


Pringles na mesa
Coca no copo
E o cu na mão
Vida vadia, vida vadia


O relógio bate,
Não atrasa...
O tempo não passa
E o trabalho não se faz.


Pringles na mesa
Coca no copo
E o cu na mão
Vida vadia, vida vadia


O dia desperta
A fome aperta
E o trabalho à l’arrache
Ainda não começado


Pringles na mesa
Coca no copo
O cu que se foda
Mais uma partida, mais uma partida...


Auto-estima já perdi
Amor próprio,
Nunca tive.
E a consciência pesa...

... mentira

Tiago

(à l'arrache(fr): às pressas, sem cuidado)

sábado, fevereiro 24, 2007

Perfumarias

Ninguem sonha em conhecer o interior da Republica Tcheca assim como nenhuma crianca diz que quer ser fonoterapeuta. No entanto, a vida e' engracada e vai nos levando para situacoes nao triviais. Assim, resolvemos que fazer um curso avancado de quimica organometalica pode ser uma ideia tao boa quanto pegar um trem em Praga e ir parar em algum canto da Europa esquecido pelo resto do mundo.

Nao e' querer contar vantagem, dar uma de "o cara viajado",ate porque nao passei por tantos paises assim...Mas o fato e' que nao sobrou tanta coisa famosa para eu ver por aqui, entao vamos perder tempo por ai.

Nenhuma das cidades dessa viagem tinha o apelo de pontos turisticos como uma Torre eiffel, um Big Ben ou um Coliseu. foi divertido, entao deixa eu parar de chorar de barriga cheia e ir arrumar as malas porque a vida segue, "tudo deixa e nunca retorna".

sexta-feira, fevereiro 23, 2007

E amanha a famosa catedral de ossos da Republica Tcheca...

quinta-feira, fevereiro 22, 2007

Tudo bem

Confundido com hungaro em Budapeste;

Em Viena, duas garotas olham para nos no Mc e comecam a rir sem explicacao.

Sentados numa rua qualquer de Praga,olhando o mapa, um maluco se aproxima e pede para nos fotografar. e', isso mesmo.

Jusqu'a present, tout va bien...

terça-feira, fevereiro 20, 2007

Un essai à Vienne

A vida as vezes se torna uma tentativa deseperada de preencher inumeraveis folhas em branco com alguma historia interessante. Completar as paginas passa a ser mais importante do que a propria historia, e isso nao é de todo ruim.

Li uma vez que algum povo do Oriente tinha como grande momento de prazer coletivo um ritual em que os elementos da tribo com um elo efetivo suficientemente forte se sentavam em uma roda e ficavam lá, "sem fazer nada" como nós gostamos de dizer. Longe da preocupacao de ocupar o vazio com suas histórias ainda mais vazias, eles aproveitavam plenamente essa rara ocasiao de gastar um tempo com pessoas queridas.

Somos treinados desde crianca de que "silencios constrangedores" devem ser evitados a todo custo. Falemos do tempo, falemos do Curíntia, o importante é falar. Eu nao me considero especialmente prolixo, mas admito mais esse pecado: sim, meu Pai, eu falo para encobrir espacos vazios.

No fundo, é isso que distingue uma pessoa interessante de um chato, sua capacidade de contar fatos nao triviais de maneira satisfatória. O chato fica tentando por um tempo excessivamente longo, tateando suas memórias em bucsca de algo que possa interessar minimamente ao interlocutor...Enquanto isso, nós, as pessoas maldosas (sim, leitor com carinha de santo, voce também torce pro vilao e pro cachorro morder o ciclista às vezes, tenho certeza) forcamos uma cara de tédio ainda maior para ver se o chato se toca.

O problema é que o chato ve que n~ao (droga, quando encontro o ~ no teclado descubro que ele n~ao funciona. Quem sabe em cima do n: ~n. Pois é, também n~ao, dommage...), como eu dizia, o chato ve que nao funciona e se esforca ainda mais para falar algo simpatico. Como as historias das pessoas sao como tropas militares (existem as de elite, que convencem ou fazem rir a qualquer publico e existem tambem os soldados rasos, aquelas que ou sao compreensiveis apenas por uma minoria de pessoas ou que sao tao ruins que fariam sua bisavó corar de constrangimento), e se nem o "cheval de bataille" nao deu jeito entao nao vai ser aquele dois de paus que vai mudar algo (a nao ser que seja truco, claro).

A questao do "til" no teclado alemao está me consumindo. Será que eu preciso configurar para portugues para poder usá-lo? Mas por outro lado em alemao nao existem acentos e o "´" tá funcionando normalmente. Será que é pra colocar em cima do ß? Ou do ö? E principalmente, por que no teclado frances E no alemao existe um botao com um µ, meu pai do céu?

(Resultado do teste: aprovado. COnsegui gastar os 50 centavos que coloquei no computador do albergue escrevendo besteira. A máquina nao dá troco, tive que fazer um belo esforco para nao perder dinheiro, hahahha).

domingo, fevereiro 18, 2007

The only thing to fear is fear itself

Todo mundo tem medo. Medo de barata, de elevador panoramico, de dinamicas de grupo em cursos de idiomas, de abelha, de nao ter escolhido a carreira certa, de ter escolhido a carreira certa...

Enfim, todos tem suas listas pessoais. No meu caso, tenho certeza de que a minha sala 101 ("a pior coisa do mundo") sao cachorros...E' obvio que eu tenho outros pequenos medos, como por exemplo...chuveiro a gas.

Ok, eu sou quase quimico, eu conheco reacoes, procedimentos de seguranca e coisas parecidas, mas a simples ideia de que a combustao de um metanozinho vai acontecer embaixo do meu nariz para esquentar a minha ducha e' demais para meu pobre coracao...

Aqui no albergue nao houve escolha. Depois de driblar o banho ontem (eu tinha tomado na Franca antes de sair, acreditem em mim!), tive que enfrentar a dura realidade. E, apesar do "bum" inicial quando se abre a agua, foi tranquilo. "Tranquilo" depois de ficar me escondendo na banheira do queimador, de tomar banho correndo, de fazer contorcionismo com o fio do chuveiro para nao me aproximar da morte no calor...

Depois de ter passado, fica a sensacao de que ao menos dessa vez tudo continuou dando certo.

De algum lugar alem da Cortina de Ferro surge este post. Eu ja tinha visto um lugar ex-comunista no lado oriental de Berlim, mas nao se compara. Eles nao tiveram o dinheiro abundante para se reconstruir, entao alguns predios estao caindo (os mais distantes do centro), o metro tem alguns trens sucateados...E' uma bela cidade, ate mais do que eu esperava, para ser honesto.

Por outro lado, uma certa pessoa me disse que havia uma "Casa do Terror" assustadora, terrivel, impressionante, chocante, etc etc e tal. Bom, depois de um campo de concentracao acho que nada pode ser mais pesado...Ou simplesmente eu tenha perdido a indicacao "dramas humanos intensos `a esquerda" porque em hungaro isso se traduziria para algo como "szacoyadja kolydjastoc ytulamasze szvendc" (nao achei um tradutor de hungaro, tive que fazer de improviso).

O dono do albergue foi extremamente simpatico, ajudou a gente a escolher quais atracoes visitar, como chegar e tudo mais...Visitamos igrejas, monumentos da segunda guerra, aquelas coisas todas.

Claro que nao deu tempo de ver tudo, dois dias para uma capital sempre e' pouco...Nao foi a melhor cidade que eu ja' vi mas ao menos deu para jantar ontem por 2 euros!

Partindo amanha para Viena, adeus anos de sofrimento sob diversos jugos e bem-vendida opulencia dos Habsburgos e tudo isso.

sexta-feira, fevereiro 16, 2007

Quase todas as ações dos seres humanos dependem de suas experiências precedentes. "Quase" porque senão teriamos um loop infinito.

Enfim, encarar uma situação conhecida costuma ser mais facil. é isso que explica, por exemplo, que quando faltam 3 horas e meia para sair o trem que me levara' ao aeroporto que me permitira' chegar na Hungria (ufa), eu dedique meu tempo não a fazer a mala, ler o guia da cidade ou ao menos dormir, mas sim assistir a uns fantasticos videos feitos pela BBC sobre as copas do mundo. Procurem "world cup stories" no youtube, toda a produção literaria mundial de ficção pode ser resumida nuns três ou quatro jogos épicos...

quinta-feira, fevereiro 15, 2007

Petit bilan

-733 dias desde que eu cheguei na França pela primeira vez.

-4 situações em que eu temi realmente pela minha vida.

-Uma copa do mundo.

-79 aniversários. 79 vezes com parabéns cantado em português, 71 em espanhol, 37 em francês, 2 em sueco.

-17 provas de verdade. Um A, um D, 7 B e o resto C. Pas mal mas também nada brilhante.

-8 países visitados (11 no final da semana que vem), dois mares, um Reno, um Sena, um Tâmisa, um Tibre e futuramente um Danúbio também.

-Três idas à lousa. Um trauma adquirido.

-28 partidas oficiais de handball. 25 derrotas, uma vitória por WO, duas vitórias em que o adversário tinha um jogador a menos.

-3 sonhos enterrados.

-Uma lingua quase aprendida, três esquecidas.

-3 cerimônias militares em que precisei marchar. Nenhum acidente grave com a espada.

-Uma boa dezena de gols marcados (com os pés!)

-27 amigos brasileiros que esqueceram de mim.

-4 experiências como barman. Uma como pedreiro. N como goleiro e muitas outras como imbecil. Será que a construção civil tá pagando bem no Brasil?

-13 meses desligando o computador apenas durante viagens (e olhe lá).

-517 piadas sem graça no blog. 425 posts que ficaram sem comentários apesar da genialidade inerente. 3 histórias que viraram lendas urbanas.

-13 exposés mal feitos e preparados no último minuto. Obrigado Wikipedia.

Uma quase perpétua tentativa de encontrar finais otimistas...

segunda-feira, fevereiro 12, 2007

Bixos, bixos, muitos bixos

Os bixos dos meus bixos não param de chegar aqui na escola. Bem, na verdade pararam hoje, foi so' pra fazer uma piadinha infame...

Enfim, acho que a chegada deles é um evento tão alegre apenas porque o confinamento da escola gera algum tipo de psicose social...é claro que vocês no Brasil não conhecem dezenas de novas pessoas por dia, a diferença é que vocês têm a opção, mesmo que apenas teorica, de conversar com uma centena de conhecidos. Claro, ninguém liga para aquela tia gorda e chata em pleno sabado à tarde mas ela esta' la' e é isso que conta.

Os bixos são seres humanos normais, acredito. Também é claro que alguns deles acreditam que possuem poderes extra-humanos, mas sem duvida essa certeza vai se esvair dentro de poucos meses.

Talvez por falta de criativade dos roteiristas desse grande Big Brother ou talvez simplesmente por uma analise precipitada deste que vos escreve, os bixos tendem sempre a parecer uma combinação bizarra das gerações precedentes. "O cabelo de um 2002, o curso de um 2004 e as piadas sem graça de um 2005", num exemplo hipotético.

Os bixos são a esperança renascida, o desejo de que eles triunfarão la' onde nos tropeçamos, caimos, rolamos escada abaixo e viemos parar aqui...

Sou um cético em relação ao futuro. A atmosfera esta' esquentando, geleiras estão descongelando, meu cabelo esta' caindo...O futuro é certamente um lugar sombrio e desagradavel.

"E enquanto tarda o Abismo e o Silêncio..."

sábado, fevereiro 10, 2007

Le ménage

...porque, na porta da geladeira ou na vida, é muito mais fácil sujar do que limpar depois.

quinta-feira, fevereiro 08, 2007

Gosto de pensar que a minha visão de futebol é suficientemente isenta e não sujeita a interferências passionais, mas tenho plena consciência de que isso é um delirio. Não existe paixão sem loucura, como as recorrentes referências ao Marcos e ao Scolari o demonstram.

Tenho um rancor especial pela seleção brasileira, em especial quando o Parreira esta' por la', e uma antiga admiração pelo futebol argentino. Em todo caso, a ponderação do primeiro paragrafo me obriga a dizer sempre que o Pelé foi o melhor e que o Maradona é superestimado, mesmo se para muitos de nos essa é uma verdade tão evidente que nem vale a pena ser dita.

Acho que o que mais representa a admiração exagerada pelo astro portenho é aquele gol contra a Inglaterra, em 86, em que ele dribla o time inteiro. é um golaço, inegavel, mas não é para tanto, na minha modesta opinião. Ou pelo menos na minha opinião até ontem.

Assitam o primeiro minuto do video abaixo. Acho que deveria se tornar obrigatoria a transmissão da narração desse argentino doente como acompanhamento do gol. Enjoy...



(contextualização importante: o gol foi marcado depois de exatos 3 minutos da "mano de Dios" e 4 anos das Malvinas...)

quarta-feira, fevereiro 07, 2007

Os numeros não explicam tudo no mundo, (in)felizmente. Porém, eles costumam dar uma boa idéia de fenômenos diversos, em particular vamos falar d'O Fenômeno. Não, não é nada relacionado com viagens no tempo ou fisica de ficção cientifica, é so' Ronaldo "O Gordo" Nazario.

A leitura do grafico deve ser feita da seguinte forma: um ponto na curva azul indica a média de gols por jogo de Ronaldo em cada uma das equipes (Cruzeiro, PSV, Barcelona, Inter, Real Madrid e Milan, respectivamente. Alias, por indução seus proximos times serão o Ajax e o Atlético-MG, hehehe). Eu preferi não colocar a média de gols de cada ano, o que seria mais normal no caso de um jogador qualquer e que não tenha uma historia de contusões tão vasta quanto o Gordo.

A curva rosa não tem mistério, é so' o valor aproximado pago pelo seu passe. Não sei se o Cruzeiro pagou algo por ele, deixei portanto em branco.

Uma possivel analise interessante seria ver a diferença entre cada um dos valores de compra e venda e o numero de gols feito no periodo mas eu tenho mais o que fazer, por incresça que parivel.

segunda-feira, fevereiro 05, 2007

Existem algumas expressões engraçadas na lingua portuguesa...Bebê de proveta, por exemplo. Quem ja' brincou num laboratorio sabe que uma proveta serve apenas para medir volume, acho que nenhum cientista teria a brilhante idéia de fecundar um ovulo numa delas apenas para ter um nome mais simpatico que "fertilização in vitro".

Por que diabos dizemos proveta então? O primeiro bebê desse estilo, segundo a historia oficial, nasceu no Reino Unido. A expressão em inglês é "test tube baby". Não precisa ser nenhum linguista ou quimico para perceber que entre test tube e tubo de ensaio não ha' muito diferença. Aonde entra a proveta entonces?

Talvez a expressão tenha se originado em Portugal depois de alguma tradução ruim do francês. é o caso de algumas expressões bizarras da nossa lingua, como rés-do-chão para térreo e pequeno-almoço para café da manhã. "Nossa lingua" foi meio forçado, afinal essas pérolas em geral não atravessam o Atlântico.

Enfim, em francês se diz "bébé-éprouvette"...E voilà uma possivel explicação. A principio éprouvette deve vir do verbo éprouver, experimentar. Experimentar no sentido de tentar se diz essayer então existiria uma relação logica entre éprouvette e tubo de ensaio. Uma rapida busca no google nos mostra, porém, que o termo é ambiguo: http://images.google.fr/images?hl=fr&q=%C3%A9prouvette&btnG=Rechercher&ie=UTF-8&oe=UTF-8&sa=N&tab=wi.

A Wikipedia clarifica bem a questão: "sous le terme générique d'éprouvette on trouve entre autres les tubes à essai, les éprouvettes graduées, (...)", e éprouvette graduée é a maldita proveta.

Tudo claro? Espero que sim. Algo util aprendido? Espero que não.

Mas sempre podemos acreditar que "bebê de proveta" foi uma primeira obra de arte do brasileiro que posteriormente se tornaria célebre ao sugerir que adotassemos AIDS no lugar de SIDA para evitar piadas com as 37 milhões de Aparecidas em territorio nacional...

domingo, fevereiro 04, 2007

La boucle se boucle 3 - porque até posts cíclicos terminam

Numa viagem de avião, existem grosso modo 3 fases: a decolagem, o vôo com velocidade de cruzeiro e o pouso. Claro que sempre podem exisitir coisas como a "queda em parafuso quando a turbina entra em pane", a "arremetida súbita devido à proximidade de uma montanha" e outras situações ainda menos agradáveis. (Em tempo: nenhum avião jamais conseguiu um pouso em alto-mar com sucesso. Todos aqueles tobogãs, coletes e similares existem unicamente por razões burocráticas e psicológicas).

Seria cômico imaginar um avião se aproximando da pista de pouso a toda velocidade. Como tudo na vida, é necessária uma transição entre o estado "voando" e o "parado". Tal transição tem tanto aspectos internos (recolher os fones de ouvido, acordar os gordinhos inconvenientes para forçá-los a erguer o banco) quanto externos (diminuição sensível de altitude e velocidade, baixar trem de pouso, etc.).

Além disso, no caso de grandes viagens há sempre uma preocupação em acostumar o passageiro com a situação geográfica do ponto de chegada. Assim, às vezes todos são forçados a acordar muito cedo (não apenas os referidos gordinhos) por questões de fuso horário. Se a cidade de destino está com um tempo muito mais frio, o aquecimento também é reduzido. Afinal, tudo que é gradual dói menos.

A impressão que dá é que acionaram o modo pouso na minha vida.

quinta-feira, fevereiro 01, 2007

La boucle se boucle (2)




Os bixos dos meus bixos chegaram. Amanhã eles partem para o estagio linguistico, o equivalente à época de ouro d'O Blog. A sensação de estar com um pé fora da escola e ja' sem a mesma alegria juvenil de descobrir um gigantesco mundo novo é nova. Para usar uma metafora futebolistica, comme d'habitude, é o jogador que se aposenta, vira técnico e agora manda seus novos subordinados correrem pelos campos que ja' presenciaram suas derrotas, vitorias, sofrimentos e alegrias.

A necessidade de se fazer um balanço dos ultimos dois anos é extrema. Os conselhos para os bixos são uma forma vã de tentar recuperar o tempo e de deixar a sua influência sobre alguém. Não vou ganhar um Nobel mas também não saio daqui mais burro do que entrei. O resultado liquido é sem duvida positivo, o complicado é a sensação de frustração por ele não ser tão grande quanto poderia...