sábado, setembro 30, 2006

Poder de previsão

Um dia, quando vc tem seus miseros 18 anos, um professor te diz: "a Nova Caledônia é o terceiro maior produtor de niquel do mundo".

Outro dia, alguns anos depois, você descobre que o cara que esta' na roda de conversa com você é da Nova Caledônia. Então, num daqueles momentos de rara iluminação divina que explicam a razão de nova existência, você desfruta do infinito prazer de poder comunicar ao cidadão que você conhece a principal riqueza de sua pequenina terra natal.

E então tudo faz sentido. Depois de alguns segundos de festa da parte dele, ele se da' conta: "mas a gente ja' se conhece, não?". Como essa preciosa informação da Nova Caledônia não havia saido de sua boca nos ultimos 3 anos, é altamente improvavel que seja verdade. MAs ele continua: "você joga PES.." (vulgo Winning Eleven).

Você se lembra, afinal. Alias, vocês se lembram. http://oblog.weblogger.terra.com.br/index.htm. 15/12/2005. Campeonato de PES na escola.

Sim, você perdeu para um neo-caledonense ou coisa que o valha. E nem todo o niquel do mundo trara' aquela chance de volta. Malditos sejam todos os neo-caledonenses...

quinta-feira, setembro 28, 2006

Cenas da vida quotidiana

Um jovem goleiro retorna a seu quarto depois de mais uma tarde de treino (e derrota, como em 98% das partidas de sua equipe). Suado, cansado, acabado e sem a chave, ele tenta abrir a porta e qual não é a sua surpresa ao ver que ela está trancada. Com a chave dentro do quarto!

Ele se dá conta então de que alguém deve ter entrado para cuidar da pintura do banheiro que estava prevista para a semana seguinte. Para piorar, ele se lembra de que estava tão apressado antes de sair de casa que largou as caixas da nova lente de contato espalhadas pelo chão do banheiro e, mais grave, que havia um bunker próximo à porta, formado por calças, meias e cuecas, devidamente reviradas enquanto ele procurava sua calça de treino e conscientemente deixadas espalhadas, "assim que voltar arrumo isso".

Ai...

Ele vai até os bombeiros que, como sempre, dizem que não é com eles. Acha, por sorte, a equipe responsável pela pintura.

Zé Francês: Mas o senhor não tá chateado, né?
Goleiro: Não...
ZF: Pior que isso me acontece muito, quando eu vou sair do quarto não lembro como encontrei e acabo trancando. Ontem mesmo veio um rapaz falar comigo na mesma situação que a sua.
G: Ah, que bom.
ZF: Você é estrangeiro?
G: É, sou.
ZF: De qual país?

O resto do dialogo, sendo trivial, fica à guisa de exercício ao leitor interessado.

quarta-feira, setembro 27, 2006

Quando você acordar e sua vida parecer um tanto quanto nebulosa, fique tranqüilo: sempre existe a possibilidade que o grupo de franceses de sua escola responsável pelas mensagens de feliz aniversário coladas nas portas dos quartos de todo e cada aluno tenha um pouco de piedade dos que fizeram aniversário durante as férias e coloque a sua mensagem com um atrasinho.

Começando, é claro, por "Cumpleaños feliz". E incluindo o versinho "tesoureiro todo-poderoso do Binet Latino, você espera tomar o poder chileno na faculdade". Pois é, nem se deram ao trabalho de procurar em que recôndito do terceiro mundo eu nasci.

domingo, setembro 24, 2006

Tout passe, tout casse, tout lasse

Depois de um séjour pela Terra Brasilis, é chegada a hora de voltar para a França e de abusar do itálico.

O fato é que a gente se acostuma com tudo nessa vida, de andar sem pisar com o calcanhar a ver o time do coração ser rebaixado diversas vezes.

Um novo ano começa (obrigado, calendário europeu bizarro) e com ele a velha esperança de se dedicar mais, de aprender muito, tornar-se alguém e, de quebra, conquistar o mundo como conseqüência. É claro que dentro de poucas semanas o único exercício de otimismo vai ser ficar acordado de madrugada para ouvir jogo pela internet, mas sempre é bom manter uma chaminha acesa.

O Primeiro Mundo não me aguarda, o Terceiro não vai sentir tanto a falta assim. Em todo caso, on y va...

quarta-feira, setembro 20, 2006

Pesquisadores americanos recentemente descobriram...

18 razões por que as tecnologias falham
Veja lista com os principais motivos pelos quais as tecnologias falham, na visão do professor Frank Bannister, da irlandesa Trinity College.

(Essa lista não foi inventada por mim, garanto. Segue a prova em http://computerworld.uol.com.br/gestao/2006/09/19/idgnoticia.2006-09-19.6396968670/IDGNoticia_view)

1) Não funcionam (ou não funcionam bem) (pois é, achei que esse era o problema, não a causa...)

2) São vendidas em excesso (sorte de quem lança, é uma merda e aí faz sucesso!)

3) Não são confiáveis (vide número 1)

4) Falham em atingir massa crítica (como para mim massa crítica só se aplica em níveis tecnnológicos quando falamos de reações nucleares, vou pular esse ítem)

5) São lançadas precocemente

6) São lançadas tardiamente (que tal reduzir para "são lançadas no momento errado"?)

7) Demandam vastos investimentos (ah, elas falham porque são caras?)

8) Caem em desuso rapidamente (elas falham por isso? Esse maluco nunca ouviu dizer que causa e conseqüência não são iguais?)

9) São deficientes em sua visão comercial (o termo mais correto não seria "têm necessidades especiais em termos óptico-visuais"?)

10) Falham em ganhar momento no mercado (falta massa ou velocidade?)

11) São superadas logo por outro produto (ítem 7 revisitado...)

12) Não são práticas (boa, campeão!)

13) Falham em estabelecer um padrão (ah...eu gosto quando eles usam jargão técnico e eu não posso criticar...)

14) Falham em atender aos padrões emergentes (mais uma vez...)_

15) Têm design fraco (eu moro na França e fiz História da Arte, mas ainda assim não me sinto homossexualmente apto a criticar designs...)

16) Arrastam legados (o que, de fato, é um problema estrutural sério nessa conjuntura mundial de globalização e rápidas mudanças comportamentais)

17) Ficam famosas por seus problemas (isso se chama marketing, já é melhor do que nada!)

18) Não atendem a reais necessidades (a matemática também não e está aí há 5.000 anos sem muitos erros...)

terça-feira, setembro 19, 2006

Enfim

Que eu sou maníaco por esportes, considerações pseudo-matemáticas e por mim mesmo não é uma novidade para ninguém. Assim, procuro desde tenra idade um grande esportista que tivesse nascido no mesmo 5 de agosto que eu, servindo de compensação para anos de falta de coordenação motora.

Até hoje, o único resultado dessa busca era o Patrick Ewing, pivô do Knicks durante uns bos anos mas que nunca me empolgou muito. Afinal, hoje eu descobri Salomon Kalou.

Sim, meus caros, mesmo dia, mesmo ano. Claro, ele na Costa do Marfim e eu aqui em São Paulo, mas eu poderia ser ele. Eu poderia estar jogando no Chelsea agora, ao lado do Shevchenko, Ballack, Lampard...

Meu, o Shevchenko!

Delírios à parte, nunca vi o tal Kalou jogar. Deve ser, evidentemente, um gênio, ou ao menos acreditar que o é. Em todo caso, força ao menino e que a data seja imortalizada por ele, porque se depender de mim...

PS: O Shevchenko, caralho!

sexta-feira, setembro 15, 2006

Uma constatação despeitada

Deve ser bom ser boquense.

segunda-feira, setembro 11, 2006

O pernilongo e o "nine-eleven"

Lembrei-me, esta noite, daquelq que é provavelmente a maior vantagem em se morar na Europa: a ausência sistemática de pernilongos por aquelas bandas.

Todos já passaram pela incômoda situação de enfrenter um feroz ataques desses pequenos destemidos. Suas táticas não são muito limpas, esperam que suas vítimas durmam para atacar no momento mais insuspeito.

Raramente se vê onde eles se escondem e, quando capturamos um graúdo, daqueles que dá gosto de ver a mão ensangüentada após sua morte, em geral ele não se revela como responsável completo de todos os males e restam uns poucos discípulos seus, esperando uma brecha.

Eu, particularmente, tenho uma tática cruel de contra-ataque: finjo que durmo até que o infeliz apareça, tolero seu barulho e o ventinho de sua aproximação até que ele pouse em meu rosto e comece a sugar meu sangue, não existem vitórias sem baixas. Nesse momento desfiro um violento tabefe em mim mesmo. Costuma funcionar e o nariz pára de doer em pouco tempo.

Existem, porém, aquelas noites em que eles são tantos, atacam tão rapidamente e em lugares tão inesperados (na panturrilha esquerda não, meu Deus!), que a única reação possível é ficar atordoado. O método do parágrafo anterior reveça-se ineficaz e ficamos dando bofetões em países, digo, em partes do corpo que não têm nada com isso. E, principalmente, fica o eco de seu barulhinho característico todo o tempo em nossas orelhas, como ameaça longínqua e quase imaginária de seus danos.

Porém, como somos seres superiores, contamos nossas histórias para nossos semelhantes como se isso fosse apaziguar o que quer que seja e esperamos que o longo resto da noite (afinal nos deitamos antes da meia-noite e só percebemos que o dia havia mudado por conta deles) seja tão promissor quanto parecia depois do final da Guerra Fria.

N. do T. : foram suprimidas da versão em português as referências ao ataque com armas químicas.

sexta-feira, setembro 08, 2006

Fazia tempo que eu não olhava as buscas esdrúxulas que caem aqui e, entre os tradicionais "Cordeu do fogo encantado" (sic) e "modelo de carta formal", achei ouro.

quarta-feira, setembro 06, 2006

Uma observação inútil

Nas Eleições deste ano os brasileiros (você, seus pais, vizinhos, mas não eu) escolherão um senador por estado. Assim, é claro que cada partido pode indicar no máximo um candidato a esse nobre posto.

Um raciocínio elementar, que deixamos a cargo do leitor interessado, nos mostra que com 2 e dois somente 2 algarismos é possível identificar cada candidato.Em termos menos empolados, para que diabo os candidatos têm números de 3 algarismos?

A única explicação que eu via era a economia na reprogramação das urnas eletrônicas, mas como em 2002 eram 2 senadores elas já teriam que ser mudadas de qualquer forma...

Emocionante, não?

PS: pra comentar "não" nem precisa clicar, eu avisei que era inútil.

segunda-feira, setembro 04, 2006

Reciclagem, isso ainda vai salvar o planeta

Contexto: Campeonato Brasileiro 2004. Corinthians e Coritiba, no Paraná. Se o jogo terminasse empatado, o alvinegro ficaria na última posição. Eles não só ganharam aquele jogo como renasceram, se recuperaram e terminaram em quinto. Tudo porque um cidadão chutou errado uma bola mas ela acabou entrando, mudando o curso de todos os acontecimentos dos últimos anos porque creio que dificilmente o Kia traria seus dólares sujos para um clube de Segunda Divisão. Disse este reles escriba na época:

"Ontem, após o gol do Rogério, o Casagrande comentou que a sorte do Corinthians poderia começar a mudar. Enquanto eu pensava qual era a obrigação da função sorte, vamos chamá-la s(t), em ser contínua, o Gil fez o gol, provando que pelo menos nas proximidades de s'(t)=0 ela de fato é contínua..."

Ou seja, por alguma razão obscura, nos momentos de sorte ou azar intenso há uma tendência a se continuar nessa situação por algum tempo. Claro está que tudo isso é enrolação e choro de perdedor de minha parte, envelopados num formalismo matemático inútil e que não impressiona ninguém.