quarta-feira, maio 31, 2006

Tem umas coisas que me deixam chateado de graça, tipo despedida de jogador de futebol, técnico demitido ainda treinando time, professor se aposentando...Tá bom, eu devia ser menos viado com essas besteiras mas é uma metáfora muito boa pra pessoa que está indo embora e não quer que se esqueçam dela...Meio metafísico, com boa vontade.

Pois bem, o grande John Wisdom não está mais entre nós. Hoje foi a última aula do meu professor de inglês aqui na França, agora nem ele sabe o que vai fazer da vida. Eu sempre fico comovido com o cidadão indo embora e nunca tenho nada de bom pra dizer, ajudei a carregar as garrafas vazias de champagne (teve festinha de despedida...) e falei um "au revoir".

Nada disso importa para o leitor, então termino o post com as questões da prova final do curso de idioma mais sem noção que eu já vi...Fica também como ajuda ao professor de inglês desesperado que entra no google e coloca "artificial intelligence" "model of test".

1- Explique o signficado do termo distopia.
2- Descreva como funciona a criptografia quântica.
3- Quais são os pontos fortes e fracos da criptografia quântica?
4- De acordo com psicólogos forenses, quando alguém está sendo interrogado e olha para a direita provavelmente está tentando se lembrar de algo, porém se a pessoa olha para a esquerda pode estar inventando uma história. Baseado no que você aprendeu sore lateralização, explique o que pode estar acontecendo no cérebro em tal situação.
5- Baseando-se em qualquer livro ou filme estudado, comente o poder de previsão da literatura ou arte em relação ao impacto da tecnologia nas tendências sociais e comportamentais.

(utilize diagramas quando necessário)

terça-feira, maio 30, 2006

Consolo

Voltando pra casa, o primeiro colocado da Polytechnique vira pra mim e fala, "puxa, mas esse curso de matematica aplicada que a gente ta' fazendo é pesado, hein?".

Pelo menos não fico com peso na consciência da meia hora que eu passei olhando pra janela esperando o tempo passar pra poder jantar...

quarta-feira, maio 24, 2006

Nossa querida espécie, ao desenvolver a linguagem, acabou criando o interessante jogo de dar nome às coisas. é um jeito meio primitivo de se sentir dono, criador, Deus, em certo sentido.

Infelizmente hoje em dia tudo ja' tem nome e quase ninguém vai perder tempo pensando em variantes que jamais serão aceitas na lingua quotidiana. A exceção fica por conta das novas invenções...

Na verdade um novo produto seria batizado de acordo com as pesquisas de opinião publica realizadas com donas-de-casa de Kinshasa, então recuemos uns poucos séculos. Imaginem a pessoa que inventou o oboé. Além da dificuldade de criar um instrumento de musica original (não muito, ao que me consta é tipo uma flauta modificada) a pessoa teria bolado esse nome tão sonoro, divertido, cativante...Oboé....

E essa entendi finalmente de onde diabos a pessoa tirou o nome. Em francês, o tal negocio se chama "haut-bois" (que se lê como "ô-buá", mais ou menos), que quer dizer "alta-madeira".

Com a palavra, a Wikipedia: "Oboé vem do nome francês haut bois, que significa madeira alta, devido ao seu registro agudo. Embora a pronúncia atual de haut bois em se assemelhe a oboá, até o século XVII a pronúncia era oboé. Como o instrumento já havia se espalhado pelo mundo quando esta mudança ocorreu, o nome permaneceu assim em português e em algumas outras línguas".

Evidentemente ninguém tem criatividade pra bolar um nome tão legal assim do nada, muito menos um francês...

segunda-feira, maio 22, 2006

Poema novo...

Nunca tinha lido esse aqui do Alvaro de Campos, encontrei por acaso na obra completa traduzida pro francês. Eu não entendi o final, mas isso não quer dizer que eu esteja disposto a ouvir a interpretação pessoal de cada visitante (o ministério da Saude adverte, trabalhar até altas horas faz mal para o bom humor).

Voilà...

"Sós nas grandes cidades desamigas
Sem falar a língua que se fala nem a que se pensa,
Mutilados da relação com os outros.
Que depois contarão na praia os triunfos da sua estada.
Coitados dos que conquistam Londres e Paris!
Voltam ao lar sem melhores maneiras nem melhores caras
Apenas sonharam de perto o que viram -
Permanentemente estrangeiros.
Mas não rio deles. Tenho eu feito outra coisa com o ideal?

E o propósito que uma vez formei num hotel, planeando a legenda?
É um dos pontos negros da biografia que não tive.

domingo, maio 21, 2006

Check list

Voltando ao post da semana passada...

que o Palmeiras ganhe algum jogo do Brasileiro e quem sabe não termine em ultimo; (hoje ja' não estamos mais)

que o hambúrguer de amanhã pareça cozido; (acho que so' comi "steak haché" uma vez essa semana, tava cru como sempre, não dava pra ser diferente).

que eu fale alguma coisa que lembra espanhol na apresentação sobre o Pinochet; (a professora se comoveu com is nossos problemas, disse que era realmente um tema dificil. Preciso encontrar agora quanto são os mortos na nossa ditadura para amanhã, isso é tranqüilo...)

que eu tire 8 (sobre 20) em todas as matérias; (se você reclama dos professores brasileiros que levam duas semanas para corrigir, venha para a França e aprenda a viver com a certeza de que seus exames são enviados para o Cambodja, de camelo, antes de serem corrigidos por um lider espiritual de um tribo proxima a Phnom Penh)

que o Marcos esteja na lista;

que o meu estágio não seja muito longe, muito difícil ou muito chato;

que a revista no meu quarto não indique nenhuma irregularidade;

Ok, nem tão pequenas assim.

Noticia desinteressante

Participo do Bolão da ESPN Brasil do campeonato brasileiro ha' alguns anos, sempre sem qualquer sucesso digno de nota. Não sei quantas milhares de pessoas participam, apenas posso informar que em uma semana não muito boa alcancei a posição 39.000 e qualquer coisa.

Joguei na semana passada e nem lembrei de somar os pontos, até que hj reparei que tive um desempenho monstruoso, fui o 76° no total. Dois ou três gols estrategicamente escolhidos poderiam ter me dado a liderança da rodada (assim como outros dois ou três me derrubariam para o milésimo lugar)...

O dia em que eu vou ganhar a vida como profeta esta' chegando.

quinta-feira, maio 18, 2006

Juliano Belletti...

Que eu não sou técnico de nenhuma equipe de futebol é algo que todo leitor já percebeu. Que eu adoro dar palpite no que os técnicos de verdade fazem também não é espanto nenhum.

Assim, foi com uma boa risada que eu recebi a entrada do Belletti no jogo de ontem. Imagine a situação: você é o técnico do maior time do mundo, que por acaso está perdendo o jogo mais importante do ano. Seus gênios não estão fazendo muita coisa em campo, o adversario joga com 16 caras dentro da área. Então você olha para o banco e uma voz (adoro a explicação da voz) te fala: "põe o Belletti".

E por motivos obscuros o Rijkaard colocou o bizarro lateral-direito brasileiro pra jogar. Por razões ainda mais obscuras, deu certo. O que o leitor médio não sabia é que a única explicação plausível para isso foi a minha risada sádica...

Como disse sabiamente um bixo, é por isso que eu não sou o técnico do Barcelona...

Procurei um bocado uma imagem do Belletti depois do jogo,, sem uniforme e de chinelos, olhando para o gol, incrédulo, pensando porque diabos um medíocre como ele fez o gol mais importante da história recente do Barcelona. Infelizmente não encontrei, vamos ter que nos contentar em imaginar isso...

quarta-feira, maio 17, 2006

Do PCC e outras coisas

Até agora mantive o silêncio diante dos ataques em São Paulo porque não tem muito cabimento comentar algo tão próximo da maioria dos leitores estando tão longe, nem fiz nenhuma projeção no Excel porque os atentados cessaram logo depois que eu pensei nisso.

Porém, lendo o jornal hoje encontrei algo ainda mais assustador que a foto da Paulista vazia às 21h de segunda: as exigências dos bandidos.

"Furukawa confirmou ainda que outras duas reivindicações do PCC foram atendidas: a colocação de televisões em áreas comuns dos presídios e a troca da cor do uniforme do amarelo para o cáqui" (fonte: http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u121614.shtml)

A televisão eu até entendo, viver sem a máquina de amansar doido não é muito fácil, agora a mudança da cor é demais para mim.

Certa vez, fizeram uma espécie de greve na minha escola , um movimento de rebelião contra a opressão do padre e blá blá blá (não sei direito dos detalhes porque foi na turma da minha irmã, não na minha). Os alunos se recusaram a voltar para as classes depois do intervalo e após uma boa confusão aceitaram "negociar". Um dos líderes fez então a reivindicação suprema: "queremos usar meião na Educação Fisica".

Não sei que fim o indivíduo teve, talvez o uniforme cáqui seja apenas a evolução natural daquele conceito primitivo...

segunda-feira, maio 15, 2006

Questão de escala

No Brasil eu era, sem falsa modéstia, um sucesso acadêmico e um garoto de futuro brilhante nas ciências. Aqui deu pra perceber que na verdade eu sou um merda e que obviamente não vou chegar a lugar algum. Porém, tudo na vida tem suas conpensações e enquanto em casa eu era um zero à esquerda em matéria de futebol (prático, no teórico eu sempre me dei melhor), aqui eu sou “o brasileiro”.

Todos que me conhecem sabem que a minha intimidade com a redonda é como daqueles primos de quinto grau que só se encontram nas festas de final de ano e falam, “Calor né? Pois é, estamos em dezembro.”. Verdade que nos últimos meses eu melhorei um pouco, mas continuo intrinsecamente grosso.

No treino de hoje partimos para o campo de futebol, o ginásio estava lavando. Depois de fazer um gol contra (estilo Taffarel contra a Bolivia, em 93), mandei alguém jogar no gol e fui honrar a terra pátria. Acreditem, meus caros, dos 16 em campo eu era o único que mereceria a alcunha de “um meia lúcido”. Tenho medo de um povo em que tal situação é possível...

Os franceses não tem noção de que entre a defesa e o ataque deve existir alguma coisa. Mesmo se o alguma coisa que vos escreve estava lá, eles continuavam achando que a única jogada que existe é pegar a bola na defesa e dar um bicão para ela ir pingando até um atacante. Dá pena. Digo e repito, qualquer punhado de adolescentes no Brasil tem mais consciência tática do que eles.

Pedindo a bola, me desmarcando, dando instruções ao time eu não era mais eu, era uma projeção da nossa Terra Papagalis de todos os nossos “10”, de Ademir da Guia a Ronaldinho Gaúcho, passando por todos os outros craques que encheriam esse post com seus nomes e deixariam o leitor ainda mais de saco cheio. É evidente que quando a bola chegava eu deixava de ser o Pelé e voltava a ser eu, e mesmo se consegui um chapéu e umas bolas no meio das pernas dos franceses, continuei bastante ineficiente.

Perdemos o jogo, perdi dois gols feitos e o resto do time perdeu outros tantos. O que fica como lição é que não se joga bola como na América do Sul e que perderemos o título na Alemanha para nós mesmos ou para nuestros hermanos. Talvez para os dois, mas aposto mais no primeiro.

Do porquê o Brasil não será hexa

Os jogadores de futebol, assim como os personagens de filmes norte-americanos da Guerra Fria, se dividem em duas categorias: os do Bem e os do Mal. No mundo real nem sempre o Bem ganha, por óbvio, mas um sinal da convocação do Pé-de-Uva demonstra que ele optou pelo caminho errado.

Ele chamou o Rogério Ceni. ELE DEIXOU O MARCOS DE FORA! Meu Deus, é o Marcos; ok, eu sei que ele tá contundido e que fez uma dúzia de jogos esse ano, mas é o Marcos! Ele não jogaria, ele só iria pra desviar os fatores extra-campo a nosso favor. Porque o futebol, além de ser uma caixinha de surpresas, é disputado de modo irracional e baseado na fé. Pergunte ao Felipão sobre a Nossa Senhora do Caravaggio...

Nenhuma equipe brasileira jamais foi campeã do mundo sem um atleta do Palmeiras (30, 34, 82, 90 e 98 cometeram esse mesmo erro).

Quando o Dida entregar o ouro de forma homérica na fase decisiva eu vou poder sorrir e já ter a história pronta pra contar pros meus filhos. Ah, se ele tivesse levado o Marcos...

domingo, maio 14, 2006

Pequenas metas

Tomara:

que o Palmeiras ganhe algum jogo do Brasileiro e quem sabe não termine em ultimo;

que o hambúrguer de amanhã pareça cozido;

que eu fale alguma coisa que lembra espanhol na apresentação sobre o Pinochet;

que eu tire 8 (sobre 20) em todas as matérias;

que o Marcos esteja na lista;

que o meu estágio não seja muito longe, muito difícil ou muito chato;

que a revista no meu quarto não indique nenhuma irregularidade;

Ok, nem tão pequenas assim.

sábado, maio 13, 2006

A boa e a ma' ciência

Em primeiro lugar, leiam isso: http://noticias.terra.com.br/ciencia/interna/0,,OI999127-EI238,00.html

Os realmente empolgados com o tema podem ler a página completa, http://cidadedofutebol.uol.com.br/site/vip/materias/vermaterias.aspx?idm=2490, mas eu não recomendo, o texto é grande demais. Concentremo-nos num pequeno trecho:

"Após uma explicação sobre os valores que podem determinar um desvio da esfera, ele tentou explicar o motivo de a bola chutada por Pelé em 1970, na vitória brasileira por 4 a 1 sobre a Tchecoslováquia, não entrou (o camisa 10 surpreendeu e finalizou do meio-campo, encobrindo o goleiro Viktor. No entanto, mandou a bola perto da trave direita).

"Eu tentei explicar o porquê de o chute do Pelé não ter entrado, e encontrei outra questão: como aquela bola chegou ao gol? No início, os valores me mostraram que era muito difícil toda essa trajetória. Precisei de muito estudo para determinar o que fez a bola ultrapassar a linha de fundo", contou Rubini. (...)


Inicialmente, o pesquisador colocou o modelo no computador e, com as condições de resistência alta e aerodinâmica da bola, o chute mal deveria ter alcançado a grande área da Tchecoslováquia.

"A partir daí, inclui a crise do arrasto e percebi que a bola chegaria no máximo até a pequena área. Pensei no vento, mas o vento a favor seria o único que empurraria a bola e não teria diminuído a velocidade. Tentei tirar completamente a resistência, mas a bola também não chegaria. Fiquei numa sinuca de bico", confessou Rubini.

A explicação para o chute de Pelé ter chegado ao gol, portanto, é o efeito Magnus. Não lateralmente, contudo, mas para cima. A bola desferida pelo camisa 10 da seleção brasileira subiu, ficou mais tempo no ar e conseguiu ganhar uma distância maior por conta disso."


Não tem nem muito o que comentar...Enquanto físicos do primeiro mundo enganam a sociedade dizendo que a merda fede (e no fundo eles estão falando besteira, pergunte para o Roberto Baggio se o melhor lugar pra se cobrar um pênalti é mesmo no canto alto, onde o goleiro nunca pode alcançar), o nosso fez um belíssimo trabalho num lance magnífico do Rei. Completamente inútil, assim como o outro, mas de um nível de enrolação muito superior.

quinta-feira, maio 11, 2006

A grande história

Cada um de nós tem A história, aquela que metaforiza toda sua vida, com toques de suspense, drama, tensão e, com sorte, um final feliz. Pois bem, a minha tem a ver com um certo 11/05, há distantes 6 anos...Aos que não sabem, fica sempre mais uma oportunidade de ouvir. Aos que já conhecem, minhas desculpas, mas é preciso recontá-la por todos os séculos e séculos.

Uma meia dúzia de 10 adolescentes babacas teve a genial idéia de fazer uma plaquinha dizendo "SOS - Alunos em seqüestro" para mostrar aos carros na rua enquanto estivéssemos no ônibus da escola, indo para a educação física. Escrevemos com todo o cuidado para que fosse possível ler à distância e partimos para a ação, certos de que a brincadeira infame seria facilmente identificada por qualquer um (ora, pessoas de uniforme, rindo, no fundo de um ônibus certamente não estão sendo seqüestradas...).

De fato a primeira experiência mostrou bem isso, um caminhão de lixo passou e nos xingou. Era exatamente a reação esperada, tudo parecia ótimo, quando vimos, na saída da Radial Leste, um Tipo de placa BOM XXXX (não me perguntem os números, mesmo no dia eu não sabia). Parecia um bom carro para se brincar.

Amauri, o mais velho, mostra a plaquinha. O motorista, bem-humorado, faz um sinal de positivo com o dedo. Felipe, o dono das maiores orelhas a bordo daquele ônibus, faz o mesmo, assim como o Valtinho, nosso pequeno grande goleiro de handball. Divertido, um cara que entendeu a brincadeira.

Nisso o cidadão tira uma sirene de algum lugar e coloca em cima do carro, engatilha uma arma e joga no banco do passageiro. "Amauri, o cara tá armado, mano!".

A frase ecoa em nossos ouvidos até hoje. Diz a lenda que eu teria me jogado embaixo de um banco, coberto com o blusão, mas isso são apenas rumores, claro. O fato é que as outras pessoas se mataram de balançar os braços, para um lado e para o outro, fazendo sinal de que não era nada. O motorista nos olhou com cara de dúvida, levantou os ombros como se dissesse, "e afinal?", continuamos com nosso "não, não, não" desesperado. Ele finalmente mandou a gente à merda e ultrapassou o ônibus, falando algo no rádio do carro.

Sim, meus caros, encontramos um policial civil disfarçado em uma das avenidas mais movimentadas de São Paulo. Não duvidem dos meus poderes unidos aos de outros grandes mitos, como Youlisseas, o maior jogador de hand do mundo quando tinhamos 15 anos e Mário, o Bunda (o apelido foi dado a posteriori, mas é perfeito).

Sobrevivemos, alguém engoliu o papel para sumir com as provas, nos cumprimentamos quando chegamos à quadra e prometemos que o 11/05 jamais seria esquecido.

Saudades de vocês, meus caros. Mesmo se ninguém da turma lê O Blog, deixo aqui registrado.

PS: a história acabou bem, mas no dia seguinte, no meio de uma aula de física, o diretor do colegial, digníssimo senhor Luiz Felipe Fuke entrou na sala e disse profundamente, "Amauri". Ficamos todos em silêncio, nossos futuros brilhantes sendo jogados no lixo, a Febem nos aguardando, toda sorte de desgraças e tragédias apenas por conta de uma brincadeira infame...

Ele saiu da sala e ao voltar pro seu lugar, na minha frente, estava mais branco do que eu. No entanto não era nada, apenas o blusão que ele tinha esquecido em algum lugar e que o simpático diretor vinha entregar...

E cá estamos nós, médicos, engenheiros, advogados, jornalistas, administradores, dentistas, perdidos no mundo, sentindo saudades daquela quinta-feira mágica. Conversando com gente que não era do Mendel, já ouvi essa história como lenda urbana, com detalhes mais absurdos e aberrantes, mas de fato tudo isso aconteceu e foi conosco, não acreditem em outras versões.

quarta-feira, maio 10, 2006

Duas coisas assustadoras

Hoje vi os franceses que estão fazendo as provas para entrar aqui na X no ano que vem, ou seja, a geração que vai substituir a minha e até mesmo morar no quarto que eu me acostumei a chamar de casa. Os caras nasceram em 87, 88 talvez. Umas crianças que sabem muito mais matematica que eu. Que vença o melhor.

Descobri também que o Taffarel, o grande Taffarel, heroi de cobranças de pênaltis e vilão de frangos hollywodianos tem 1.81 m de altura.

Eu sou 4 cm mais alto que o Taffarel. E estou quase saindo dessa escola.

Tem alguma coisa muito errada nesse mundo...

terça-feira, maio 09, 2006

Esses engenheiros e suas idéias geniais...

Há uns anos atras ficou famoso o caso de um engenheiro que foi comido, nos dois sentidos, por um técnico de informática, na Alemanha.

Piadas à parte, é um dos crimes mais escabrosos dos últimos tempos, tanto pela frieza do "assassino" (discutir se ele é assassino ou não está além do escopo deste blog), que gravou os melhores momentos em vídeo "para imortalizar o que ele considera como um triunfo pessoal e para seu próprio estímulo sexual", quanto pela falta de explicação do que teria motivado o engenheiro a pegar suas coisas, tomar um trem, ter o proprio pênis cortado, cozido e comido antes de ser finalmente morto.

A novidade, que eu li hoje aqui, é que o maluco agora condenado a prisão perpétua ainda comeu 20 quilos de carne do outro cidadão "
assando-a e temperando-a com salsa, pimenta e batatas."

Pois é, meus caros, diante disso a idéia de estudar coisas inúteis de matemática e passar dois anos comendo hambúrguer cru parece um paradigma de raciocínio brilhante.


segunda-feira, maio 08, 2006

Tendendo a zero

Analisem, caros leitores, a evolução da minha curva de visitantes. Algo bizarro ocorreu na semana passada, acho que O Blog tá começando a encher a paciência dos leitores. Tentei usar a velha tática de não escrever nada pra chamar umas visitas extras ("Será que ele já atualizou ? "), também não funcionou muito bem. Voltemos à velha rotina, portanto.

A boa notícia, no entanto, é que fontes confiáveis me disseram que o meu blog faz um relativo sucesso entre as pessoas da Poli, muitos lêem, acham graça, indicam aos amigos...E, obviamente, não costumam deixar comentários, fazendo com que tudo isso pareça história pra boi dormir inventada por alguém que precisa recuperar a auto-estima ou o número de visitantes, o que vem a dar praticamente no mesmo.

Fica ao menos o indício de que o projeto de livro talvez não seja uma idéia tão delirante assim.

sexta-feira, maio 05, 2006

Mais previsões...

O Universo não teria graça alguma se fosse plenamente possível prever tudo o que vai ocorrer baseando-se apenas em observações atentas e cuidadosas do passado.

No entanto, um observador capacitado é capaz de reconhecer aquilo que realmente segue esse determinismo. É o caso, evidentemente, do seguinte

Lema: Dado um jogo entre o Corinthians e um time argentino qualquer, nossos hermanos sairão vencedores. SEMPRE.

O referido universo ainda existe porque o Corinthians perdeu novamente ontem; o dia em que a chave deles na Libertadores prever apenas confrontos contra brasileiros e um ou outro peruano, é melhor preparar o estoque de lasanhas congeladas...

quinta-feira, maio 04, 2006

O fundo do poço (ou não)

Pior do que o massacre é a derrota por pouco. Ainda mais se for no final. Pior ainda se for gol de goleiro.

Agora pior mesmo é quando acontece tudo isso pelo segundo ano seguido...

Esperemos 2007...

terça-feira, maio 02, 2006

Mais alguns numeros

3 tempos de 30 minutos.

44 gols sofridos.

3 bolas no nariz.

5 boladas no peito.

1 entorse de tornozelo.

3 sete metros defendidos.

1 tapinha na bunda, dado pelo técnico, "boa partida".

Eu preciso voltar pra casa...

segunda-feira, maio 01, 2006

Tempo ?

Tempo é aquilo que desfolha as árvores no inverno, que transforma as crianças em homens, que destrói as paixões mais profundas e que transforma o melhor zagueiro do mundo em alvo de chacota.

(Esqueci de postar quando acordei hoje, fica como post da terça)

Meu momento Gordon Banks

Brasileiros contra vietnamitas, no gramado, dimensão do campo (e do gol) mais ou menos como no soçaite. O goleiro brasileiro, este que vos escreve, menosprezando o diminuto tamanho de seus adversarios anuncia, em tom fanfarrônico: "se eu tomar um gol de cabeça desses caras paro de jogar na hora".

Nossa defesa falha, como de costume, e um viet cabeceia livre sem nem sair do chão, no meio da area. Ela vai em direção ao meu canto esquerdo e ai...

http://www.youtube.com/watch?v=NQA234KPA2s&search=banks%20gordon

O maldito fio de esperança

Ultima fase de vendas dos bilhetes da copa.

O site da FIFA anunciava que os ingressos seriam vendidos por ordem de chegada. Acordo uns minutos antes da hora, me preparo, fico dando "atualizar" na pagina até começar de fato o processo de vendas.

So' que esqueceram de colocar ingressos pra vender, simples. Não havia a possibilidade de comprar pra nenhuma equipe, nenhum jogo, nada.

Eu perdi a grande chance de conseguir os ingressos ha' um ano. Depois ainda perdi num sorteio e na ultima fase, no meio de fevereiro, perdi a data (mas provavelmente foi como essa fase de maio, ou seja, inutil).

Então é isso, depois de passar uns bons meses sonhando com a Copa vou ter que me contentar em ficar do lado de fora do estadio, no meio da massa alemã, tentando falar com algum reporter da Globo que entrevista as pessoas antes da final para conseguir meu grande momento:

-E pra você, quanto vai ser o jogo?
- 3 a 1 Holanda! Vai Nistelrooy, parte pra cima do Roque Junior!

De volta ao mundo real...