quinta-feira, julho 26, 2007

Rumo ao Pan

Não é assim uma final de Champions League mas dá pra ocupar um final de semana pelo menos.

terça-feira, julho 24, 2007

Les Allemandes, comme d'hab

A alemã que está fazendo intercâmbio na Engenharia Química foi hoje com o meu pessoal ao bandejão. Depois de se servir, ela foi temperar a comida jogando azeite no feijão com a mão direita enquanto colocava vinagre na salada com a esquerda.

Poucos povos teriam a crueldade necessária para o Holocausto. Nenhum outro teria a eficiência.

PS: o autor obviamente não compactua com qualquer massacre de inocentes. Esse post foi apenas um comentário espirituoso sobre os alemães. Por favor, agentes do Mossad, libertem ao menos meus parentes próximos.

segunda-feira, julho 23, 2007

Um economista famoso cujo nome obviamente me escapa cunhou o termo "Belíndia" uns anos atrás. Ele queria dizer que o Brasil possuía bolsões de riqueza "belga" em meio à pobreza "indiana".

Os franceses acham que os belgas são o povo mais estúpido do mundo, até as "piadas de português" deles são sobre esses vizinhos. Essas piadas em geral giram em torno das batatas fritas, afinal as freedom fries não são tão french como se supõe, diz a lenda que elas foram inventadas na Bélgica. De fato, nas ruas desse não tão glorioso país sempre se encontram restaurantes que vendem "moules frites", uma corruptela para "ostras E batatas fritas" mas que leva o estrangeiro desavisado a acreditar que lá eles fritam ostras. Portugueses, talvez, pero no mucho.

Uma indiana que estudava comigo disse uma vez que achava Paris muito desabitada, com poucas pessoas, "elas nem ficam se esbarrando nas ruas". Como tristemente se admite às vezes, alguns preconceitos são justificados.

O que nem o finado economista, nem os arrogantes franceses nem mesmo a terceiro-mundista sabem é que as estações de metrô da Zona Leste estão cada vez mais dominadas por barraquinhas de batata frita. Adeus vans adaptadas para cachorro-quente, a onda agora é outra. O incrível é ver o povo pobre se acotovelando para pegar seu cone de batatas...

sábado, julho 21, 2007

"Mesmo se a probabilidade de não achar um pote de ouro atrás da próxima árvore fosse de 6%, você não iria olhar assim mesmo?"

(extraído de um livro de estatística)

quarta-feira, julho 11, 2007

Die Angst des Tormanns beim Elfmeter



(se você não tem idéia do que este post vai falar, só precisa assistir a partir dos 2:54)

"Está certo, eu sou uma farsa, mas esse moço que se diz técnico também o é e ele me enfiou nessa fria. E agora, esquerda ou direita, esquerda ou direita?

É a dúvida fundamental da Humanidade. 0 ou 1, Lula ou Serra, esquerda ou direita, São Paulo ou Paris, poupança ou ações, esquerda ou direita, carreira ou família, a mais bonita ou a mais inteligente, frango ou pasta, esquerda ou direita, meu Pai?

Ele é zagueiro. Chute forte no canto direito. É isso, direita, direita.

Ele jogava no Brasil, sabe que eu o conheço. Vai mudar. É isso, esquerda, esquerda.

Enquanto decido eu podia ir andando pra frente...Só um pouquinho, não vai fazer muita diferença. Com sorte minhas pernas escolhem um canto e eu nem preciso mais pensar nisso. Vai, mais um pouquinho.

Xi, agora já era. O maluco tá correndo pra bola. Pelo menos eu já estou a 2m da linha e portanto preciso pular apenas 3m para defender uma bola que vá no cantinho, ao contrário dos normais 3,7m. Bom, seja o que Deus quiser, deixa o Euclides em paz e vamos lá."

segunda-feira, julho 09, 2007

Dentinho, mas pode me chamar de Bruno Bonfim.

Escalação do Corinthians contra o Fluminense no último final de semana:

Felipe; Kadu, Zelão e Betão; Wellington (Pedro Silva), Carlos Alberto (Rosinei), Bruno Octávio, Dinelson (Bruno Bonfim) e Marcelo Oliveira; Everton Santos e Finazzi
Técnico: Paulo César Carpegiani

Escalação do Brasil campeão em 1958:

Gilmar; Djalma Santos, Orlando, Bellini e Nílton Santos; Zito e Didi; Garrincha, Vavá, Pelé e Zagallo.

A principal diferença do futebol nos últimos 50 anos não foi a mudança tática (evidenciada pelos ";", de um 4-2-4 a um "moderno" 3-5-2) mas sim os apelidos. Duvido muito que Édson do Nascimento fosse o melhor jogador da história do esporte. Claro, Maradona se chama realmente Maradona, assim como Puskas, di Stéfano, Zidane ou qualquer outro desses e até por isso que eles são os outros e Pelé é o Pelé.

Casos patológicos à parte, há uma tendência estatística inegável. Ostentavam um sobrenome 4 jogadores daquela seleção, sendo 3 defensores e o Zagallo, que já era, desde então, o Zagallo. O único chamado unicamente pelo sobrenome, Bellini, era o capitão, em perfeito acordo com a origem militar do termo. Do meio para frente eram 83% de apelidos.

No alvinegro contemporâneo, é o número 9 (isso quer dizer que é o cidadão que deveria fazer gols, o atacante máximo, cara leitora desinteressada) que se esconde atrás de um sobrenome, Finazzi. 6 tinham nome duplo, entre eles o garoto Bruno Bonfim.

Ora, nada me alegraria mais que ver o sucesso de um Bruno nos gramados, mesmo sendo jogador do Corinthians. Ouvir o próprio nome sendo gritado a plenos pulmões é excelente mas nesse caso há um problema. O garoto, no melhor estilo Ronaldo(s), tem os dentes terrivelmente tortos, sendo por isso carinhosamente chamado de Dentinho...

Carpegiani disse que ele tinha um nome tão bonito que deveria doravante ser chamado apenas de BRUNO BONFIM. Obrigado, Carpegiani, mas são essas pequenas coisas que estão matando nosso futebol.

segunda-feira, julho 02, 2007

Sonho há anos em desenvolver uma teoria completa sobre algum assunto profundamente inútil e enfadonho. Seria um dia de júbilo, sentaria diante das folhas em branco e não hesitaria em completá-las com linhas e mais linhas de definições obscuras e raciocínios perfeitamente lógicos levando a conclusões brilhantemente desnecessárias.

Como se vê, troquei os números pelas letras. Parecia, à primeira vista, que esse tipo de objetivo seria mais facilembte alcançado ao lidar com elas. Eles são emburrados, sérios demais, não entendem brincadeiras nem levam desaforos pra casa. Elas compreenderiam meu deboche e me dariam a glória.

Porém, é evidente que esse campo também contém suas armadilhas. Nem falo aqui da ortografia, irmã bastarda da aritmética. Erram-se somas como plurais são esquecidos, restos perdem-se da mesma maneira que acentos mas tudo isso é secundário e pode ser facilmente resolvido com um softwarezinho primário.

Grandes leis da Física não aparecem mais na mente de ninguém no meio de um banho como costumava acontecer 2500 anos atrás. Naquele tempo tudo era mais divertido, mais infantil. Milagres aconteciam, cidades monstruosas eram varridas do mapa, extraterrestres traziam pirâmides gigantes em suas espaçonaves...Tudo isso acabou, a Terra ficou velha de repente e hoje em dia só quer tomar seu chá da tarde tranqülamente.

Nesses últimos milênios as grandes idéias já foram tidas e "retidas" inúmeras vezes. Todos estamos cansados de saber que derivação e integração são operações inversas e que triângulos amorosos sempre provocam diversas reviravoltas antes de uma solução definitiva. Nada disso ainda vende livros, afinal o povo não se contentaria nem se visse pão e vinho surgindo bem diante de seus olhos.

Hoje em dia tudo é rápido, fugaz. Fomos criados para não perder tempo com lugares comuns como o da frase anterior. É preciso chocar, pegar o público desprevenido e estalar um belo tapa no meio de sua testa. Isso, é claro, no mundo da arte, já que a ciência vem ficando tão poderosa que o simples se torna trivial para todos e o chocante só pode ser compreendido por quem conseguiu pensar nele e por seus colegas de laboratório, não necessariamente humanos.

Desisti dos grandes romances e da ciência profunda. Sei que muitos sábios do século XIX pensavam que o fim da física estava ao alcance deles, sem que as existências da mecânica quântica e da relatividade fossem sequer vislumbradas. O espírito humano provavelmente não tem limites. Contento-me, no entanto, com minhas tiradas curtas e meus raciocínios triviais. Ao que parece, está de bom tamanho também para os senhores leitores.

Obrigado a todos pelo apoio nos últimos exatos 5 anos.

PS: não, não se dê ao trabalho de ler apenas porque esse é o post especial de aniversário...