quarta-feira, agosto 18, 2010

Mea Culpa

10 de janeiro de 2000. Corinthians e Al Nasr jogam pelo Mundial da FIFA no Morumbi. Uma vitória por 2 gols daria a classificação à final aos alvi-negros. Não me lembro do primeiro gol corinthiano. Lembro, no entanto, que comecei a ter um desarranjo intestinal no início do segundo tempo.

Instintivamente, sabia que se eu fosse ao banheiro o Corinthians marcaria o gol da classificação. Eu (e os árabes) aguentamos bravamente a pressão. Aos 35 minutos, no entanto, não resisti. Mal fechei a porta e ouvi os gritos de comemoração. O jogo acabou 2 a 0, o Corinthians fez a final contra o Vasco e foi campeão por culpa minha e do Edmundo (que perdeu um pênalti), nessa ordem.

Desde então aprendi que o meu sofrimento físico pode alterar o rumo de eventos esportivos.

Hoje eu assistia à final da Libertadores torcendo bastante por uma vitória mexicana. Afinal, o Chivas só disputou essa edição por ter sido excluído em 2009 no começo da gripe suína, quando ninguém tinha coragem de ir para o México. Além disso, eles conseguiriam ser o primeiro campeão continental sem nem pertencer ao continente (subcontinental e subcontinente, eu sei).

Tudo ia bem até o começo do segundo tempo, 1 a 0 Chivas, jogo indo para a prorrogação. O frio paulistano começou a apertar. Insntintivamente, sabia que se eu pegasse uma blusa o Inter conseguriria reverter o placar. Não resisti. Mal cheguei em meu quarto e ouvi os gritos de comemoração do Galvão, já que não tenho vizinhos gaúchos.

Fica novamente a lição: entre o sofrimento ou o título para um rival, prefira o sofrimento.

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