quinta-feira, janeiro 25, 2007

La boucle se boucle

Os aztecas eram um povo bem simpático. Apesar de não conhecerem a roda, realizaram progressos tecnológicos impressionantes, como um calendário mais preciso do que o nosso. É bem verdade que foram responsáveis também pela instalação de um dos sistemas de governo mais sangrentos da história, relativizemos nesse ponto.

Possivelmente o ponto mais curioso dessa civilização era o seu calendário. Ou melhor, seus dois calendários que se encontrvam a cada 52 anos. Por 5 dias eles esperavam o fim do mundo e, se nada acontecesse, retomavam suas atividades normais.

Como se sabe, Hernan Cortes chegou ao México em 1519, exatamente um desses anos apocalípticos. Em meio a outras tantas coincidências inexplicáveis, ele acabou sendo considerado como o deus Quetzacoatl retornando de não me lembro onde e depois disso tudo degringolou.

O que fica para nós, ocidentais orgulhosos de nossas tradições iluministas, é um sorriso de canto de boca, “índios estupidos, esperar o fim do mundo, confundir um espanhol com um deus...”. Ninguém percebe que eles acabaram tendo um tanto de razão e que o mundo deles, de fato, acabou.

Chegamos então no único ponto notável de toda a trilogia “Matrix”, a hora em que aquela mulher fala para o carinha (eu sou bom com nomes de personagens) sobre o vaso que ele ainda não quebrou.

Seria a consciência antecipada do futuro que nos leva a criar as bases necessárias para a existência desse próprio futuro? E se isso for verdade, de onde pode vir essa consciência?

Por exemplo, faz três horas que eu sei que vou escrever um pequeno post falando sobre os aztecas. É a minha disposição de fazê-lo que nos trouxe até esse paragrafo, caro leitor. Eu e você, juntos, alterando toda a seqüência de eventos futuros.

Imagine que depois de ler o parágrafo anterior você resolva me dar um basta, desligar seu computador e sair por aí para cuidar da vida mas, infelizmente, um vaso cai sobre sua cabeça na saida do prédio e você morre. Digamos que você entre em coma, para não ser tão dramático. Se eu tivesse sido mais hábil, se você fosse mais paciente ou se o seu Windows se recusasse a desligar tudo teria sido diferente.

Certo, verifiquemos as estatísticas de mortes causadas por vasos defenestrados e mudemos de hipótese de trabalho. Este post não causará efeito algum, você fechará o blog e continuará perdendo tempo no Orkut, sairá da Internet quando lhe der na telha e a vida segue; classicamente isso se chama livre-arbítrio.

Mas no caso presente você não tem escolha. Você vai continuar lendo até o final. Você precisa saber aonde isso vai levar, não é possivel que o texto acabe assim, de repente, sem nem falar de futebol.

No entanto a situação é extremamente simples. Não há respostas possíveis, é apenas um post sobre os aztecas. Povo, alias, bastante simpático. Apesar

2 comentários:

Unknown disse...

mto bom o texto! é o tipo de reflexão que acontece durante aquela aula chata com um professor idoso de voz com efeito soporífero. O que não deixa de ser bastante produtivo, do ponto de vista intelectual.

Anônimo disse...

Apesar de ser retardado o suficiente pra endeusar o inimigo!!! Mas quem não o fez uma vez na vida, não é mesmo?! Os posts traduzem a essencia dos autores: os seus tem o aguardado temo do futebol, o meu o drama dos amores nao correspondidos. Mas no fundo, somos nerds, e, como tals, falamos merdas infundadas com bons vocabulários. E um viva ao History Channel.... VI VAAAAAA!!!