quarta-feira, agosto 29, 2007

"Bem amigos da Rede Globo, falamos diretamente de Johanesburgo onde dentro de instantes ocorrerá a decisão da 17ª Copa do Mundo de Tunelamento.

As regras todos nós, fãs desse emocionante esporte, conhecemos bem. Em todo caso, vamos explicá-las novamente para ajudar a popularizar essa incrível competição: cada atleta deve lançar uma bolinha de ping-pong em direção àquela grande e finíssima chapa de ouro. Eles têm 3 tentativas para fazer com que ela atravessa o anteparo. Sim, atravesse "POR DENTRO" da placa, utilizando apenas aspectos obscuros da Mecânica Quântica.

O recorde mundial pertence ainda ao saudoso Ivan Paulotinovic que há 12 anos conseguiu furar a placa. Logo após os comerciais a competição deve ter início, quem sabe esse ano não vemos um participante finalmente conseguir a pontuação máxima?"

Não existe, até onde eu sei, nenhum exemplo de disputa estúpida como a desse exemplo delirante. Somos, afinal, uma espécie racional, não perdemos nosso tempo desejando que eventos altamente improváveis aconteçam. Sabemos que não podemos condicionar nossa felicidade a eventos fortuitos e de periodicidade infinita...

E talvez exatamente por isso tenhamos perdido a alegria de viver.

2 comentários:

Anônimo disse...

A dor e o desconforto são os motores da vontade humana. Fora isso, tudo é só promessa de ano novo...... mas se quiser ser mais poético:

"Não sei se a vida é pouco ou demais para mim.
Não sei se sinto de mais ou de menos, não sei
Se me falta escrúpulo espiritual, ponto-de-apoio na inteligência,
Consangüinidade com o mistério das coisas, choque
Aos contatos, sangue sob golpes, estremeção aos ruídos,
Ou se há outra significação para isto mais cômoda e feliz.

Seja o que for, era melhor não ter nascido,
Porque, de tão interessante que é a todos os momentos,
A vida chega a doer, a enjoar, a cortar, a roçar, a ranger,
A dar vontade de dar gritos, de dar pulos, de ficar no chão, de sair
Para fora de todas as casas, de todas as lógicas e de todas as sacadas,
E ir ser selvagem para a morte entre árvores e esquecimentos,
Entre tombos, e perigos e ausência de amanhãs,
E tudo isto devia ser qualquer outra coisa mais parecida com o que eu penso,
Com o que eu penso ou sinto, que eu nem sei qual é, ó vida.

Cruzo os braços sobre a mesa, ponho a cabeça sobre os braços,
É preciso querer chorar, mas não sei ir buscar as lágrimas...
Por mais que me esforce por ter uma grande pena de mim, não choro,
Tenho a alma rachada sob o indicador curvo que lhe toca...
Que há de ser de mim? Que há de ser de mim?"

Anônimo disse...

acho q compensava colocar esse comentario como post, e o post como comentario