sexta-feira, setembro 11, 2009

11/09, loop infinito, Gauss

Cliquei no link do blog que aparece com a pesquisa da "Hirlanda" (vide post abaixo). Ele remete para alguns textos de setembro de 2005. Alguns assuntos tratados:

- Brasil e Chile nas eliminatórias. Chile precisava ganhar para ficar com a vaga. Brasil venceu por goleada.

- Bahrein disputando repescagem de eliminatórias asiáticas. Venceu no sufoco.

- 11/09 perdendo a graça "depois de alguns anos", conforme minhas palavras.

Muito pouco mudou. Muita coisa mudou. Perdi uma hora debruçado sobre meu passado, rindo das desgraças e sem acreditar nos grandes feitos, como se tivessem sido obra de outrem. A hora de dormir passou há tempos. Para FINALMENTE encerrar a noite, re-posto o melhor poema que já escrevi. É bem verdade que não devo ter escrito mais do que 3, mas ainda assim este é muito bom. O triste é que ninguém nunca entendeu seu sentido oculto:


O tédio.

As repetições.

As mesmas reclamações nos posts.

As mesmas citações clássicas, tão batidas.

A eterna vontade de fazer um poema concretista.

As derrotas que consomem o bom humor.

As coisas permanentemente iguais.

As simetrias.

O tédio.



(caso o sentido continue oculto: era uma gaussiana, for God's sake!)

12 comentários:

Tiago disse...

Vc podia escrever uma coletânea assim: uma poesia gaussiana por página, mas a cada página a largura da gaussiana vai aumentando, até q a última enche uma página inteira.

[sentido oculto (esse é do mal): um pacote de ondas gaussiano, evoluindo de acordo com a equação de Schrödinger]

Tiago disse...

Ah, ou escreve uma linha só, de tamanho infinito, e diz que é um delta de Dirac!

Tiago disse...

Ou então faz algo estilo

Cu
Cu
Cu
Cu
Cu
Cu
.
.
.
Cu
.
.
.

Com infinitos Cus (para os ingênuos, essa poesia se chamará "Ode ao Cobre")... o segundo sentido oculto é que essa poesia é a transformada de Fourier da poesia do delta de Dirac, com Cus infinitos na linha. (Bom, na verdade não sei se seria Cu na linha também, mas acho que tomando uma certa licença poética não teria problema).

Ps: "Cu na linha" daria um bom nome de filme
Ps2: o "daria" na frase acima não foi intencional

Bruno disse...

Conclusão a respeito dos comentários anteriores: uma boa idéia nas mãos da pessoa errada pode ser muito, muito perigoso.

(A transformada ficaria na linha por alguma analogia com bra/ket?)

Tiago disse...

eu considerei que a horizontal eh o eixo y, e a vertical o eixo x

entao o delta seria uma distribuicao localizada em um ponto de x, mas batendo la no infinito, por isso a linha sem fim, e a poesia do Cu seria uma funcao constante (na verdade, TF de 1 = delta, entao como minha funcao constante eh Cu, eu multipliquei o lado direito por cu tb, e ai com certa liberdade poetica eu enchi a linha de Cus)

Lucas. disse...

Desculpe, eu bruno, mas a bola tava quicando na área e vc não bateu pro gol. Então, permita-me o punch:

"A sugestão do Tiago vai pros anais do concretismo."

Bruno disse...

Ah tá, viajei achando que tinha espaços duais e por isso o que era linha virava coluna.

Com relação ao delta de Dirac, usando os mesmos eixos x e y daria para fazer uma poesia derivada (ou melhor, o delta é a derivada dela) chamada "Degrau de Cobre"

.
.
.
Cu
Cu
Cu
Cu
Cu
Cu
Cu
Cu
Cu
.
.
.

(http://pt.wikipedia.org/wiki/Fun%C3%A7%C3%A3o_de_Heaviside, caso não tenha ficado claro)

Bruno disse...

Na verdade não tem como ficar claro porque o comentário some com os espaços.

Os primeiros Cus estavam no início da linha mesmo e os outros estavam a um "tab" do começo, fazendo um degrau estilizado...

Tiago disse...

saquei!

nessa tipo de poesia a gente manda bem.. se até o Collor entrou pra ABL, a gente entra fácil só com esses comentários

Rapha disse...

Tiago,

revendo suas poesias na verdade "ode ao cobre" e "Degrau de cobre" parecem estar com os nomes invertidos. O fato de vcê iniciar e terminar com os pontos, indicaria, a simetria em relação ao eixo horizontal, ou seja a função constante igual a 1,(tranforma da fourrier inversa do delta). O inicio abrupto da "Ode ao cobre" poderia indicar a descontinuidade dessa função, se aproximando, portanto da função de Heavside, ou degrau, se você preferir (transformada inversa de Laplace do Delta)

Só para terminar, um bom para uma poesia com uma delta de cobres poderia ser o "tempero do cobre", referência ao fato desta ser uma distribuição temperada, justificando a discução anterior.

Ju disse...

Bom, eu ia dizer que a poesia tá bem Álvaro de Campos, mas depois de tanto CU, mudei pra Augusto dos Anjos.

Ó vida... ó céus... ô azar...
(nao é gaussiano mas tem o mesmo sentido!!)

Lucas. disse...

Quachio, por acaso o tempero a que vc se refere seria uma pimenta?