segunda-feira, setembro 11, 2006

O pernilongo e o "nine-eleven"

Lembrei-me, esta noite, daquelq que é provavelmente a maior vantagem em se morar na Europa: a ausência sistemática de pernilongos por aquelas bandas.

Todos já passaram pela incômoda situação de enfrenter um feroz ataques desses pequenos destemidos. Suas táticas não são muito limpas, esperam que suas vítimas durmam para atacar no momento mais insuspeito.

Raramente se vê onde eles se escondem e, quando capturamos um graúdo, daqueles que dá gosto de ver a mão ensangüentada após sua morte, em geral ele não se revela como responsável completo de todos os males e restam uns poucos discípulos seus, esperando uma brecha.

Eu, particularmente, tenho uma tática cruel de contra-ataque: finjo que durmo até que o infeliz apareça, tolero seu barulho e o ventinho de sua aproximação até que ele pouse em meu rosto e comece a sugar meu sangue, não existem vitórias sem baixas. Nesse momento desfiro um violento tabefe em mim mesmo. Costuma funcionar e o nariz pára de doer em pouco tempo.

Existem, porém, aquelas noites em que eles são tantos, atacam tão rapidamente e em lugares tão inesperados (na panturrilha esquerda não, meu Deus!), que a única reação possível é ficar atordoado. O método do parágrafo anterior reveça-se ineficaz e ficamos dando bofetões em países, digo, em partes do corpo que não têm nada com isso. E, principalmente, fica o eco de seu barulhinho característico todo o tempo em nossas orelhas, como ameaça longínqua e quase imaginária de seus danos.

Porém, como somos seres superiores, contamos nossas histórias para nossos semelhantes como se isso fosse apaziguar o que quer que seja e esperamos que o longo resto da noite (afinal nos deitamos antes da meia-noite e só percebemos que o dia havia mudado por conta deles) seja tão promissor quanto parecia depois do final da Guerra Fria.

N. do T. : foram suprimidas da versão em português as referências ao ataque com armas químicas.

Um comentário:

Anônimo disse...

Estive enfrentando esse mesmo problema algumas noites atrás, calculei por baixo a morte de uns 8 pernilongos numa única noite. Deve estar acontecendo uma grande invasão desses bichinhos no país, precisamos de novas técnicas de como captura-los.
beijos