sexta-feira, agosto 07, 2009

Pólya

Outro dia estava folheando uns livros e achei um do Pólya (ao leitor iniciado: sim, é o da Urna. Ao não iniciado: um matemático húngaro) falando sobre como se deve resolver problemas.

Escolho livros pelo critério da paixão à primeira vista. Se ele me convencer instantaneamente, ótimo. Caso contrário só vou tentar ler se for realmente necessário/útil/obrigado. O livro em questão me conquistou quando ele fala sobre o método "normal" de ensino de matemática. Segundo o autor, "o tradicional professor de matemática (...) normalmente aparece em público com um quarda-chuva esquecido em cada mão. Prefere encarar a lousa e dar as costas aos alunos. Escreve a, fala b, quer dizer c; mas deveria ser d. Algumas de suas frases típicas são passadas de geração a geração: 'Para resolver essa equação diferencial, você deve olhar para ela até que você encontre a solução.' (...)"

De fato já ouvi essa frase. Para piorar, já empreguei coisa parecida quando eu dava aula. O cara sabe do que está falando, o livro é bom. Aproveitei uma oferta e comprei-o.

Estava lendo o prefácio hoje e descobri que o autor foi orientador do von Neumann (para o leitor iniciado: sim, aquele. Para o não iniciado: um matemático/físico/gênio MUITO foda). Segundo o livro, Pólya dizia que "von Neumann era o único aluno que me intimidava. Ele era muito rápido. Uma vez, dei aulas num seminário para alunos avançados em Zurique e ele estava na classe. Cheguei a um certo teorema e disse que aquilo ainda não havia sido provado e que era provavelmente difícil. Von Neumann não disse nada mas depois de 5 minutos levantou a mão. Quando dei-lhe a palavra, ele foi em direção à lousa e escreveu a demonstração. Foi assim que eu fiquei com medo dele."

Um comentário:

Ju disse...

É... você continua gostando das historinhas!!!