domingo, junho 04, 2006

Ainda vivo (pero no mucho)

Alguns leitores começam a se inquietar com o meu sumiço. Eu, alias, gostaria muito de ter o tempo necessario pra lembrar que eu não tive tempo de falar com as pessoas nos ultimos dias. Em resumo, a epopéia começa na sexta de manhã quando tive uma aula de reposição de laboratorio que deveria durar apenas umas horinhas até o almoço.

Nosso instrutor além de chegar atrasado ainda queria que ficassemos fingindo que tinha algo pra fazer até as quatro da tarde. Voltamos do almoço, esperamos por 30 minutos e nada do professor; decidimos, então, matar solenemente o resto da aula, o Arthur iria ajudar a terminar o bar latino da festa de sabado (vide post acima se você esta' lendo isso depois do dia 5) e eu...

Ah, eu iria realizar um dos grandes sonhos da minha infância televina: Rolando Garros, aqui vou eu.

Sou dos que acreditam que o tênis so' pode ser realmente bem jogado na terra batida e nada melhor para isso que a cidade-luz, o centro do mundo, o Panteon do saibro, ou seja, o quintal aqui da minha casa. Na pratica Roland Garros fica meio longe da Polytechnique, quase uma hora de trem e metrô mas é muito mais perto do que São Paulo, por obvio.

Depois de ficar meio fascinado com o lugar tentei entrar na quadra em que jogava uma das irmãs Willians (vide dois posts acima) mas o meu bilhete dava acesso apenas às quadras anexas e não às três principais...Sem problemas, andei para uma quadra meio perdida e me juntei a uns hermanos para torcer para não sei qual argentino contra um holandês. Curioso que umas 1000 pessoas estavam la' vestidas de laranja e a torcida portenha era um casal de meia idade, dois jovens com chapéus ridiculos e camiseta do Maradona e eu. O holandês estava bem melhor e os argentinos partiram, para outra quadra. Segui os quase conterrâneos.

Na quadra 2 o Nalbandian (terceiro do mundo) jogaria contra um russo qualquer. Depois de uma hora e um set perdidos na fila consegui entrar e ficar preso num cantinho da quadra (fotos no fotolog a partir de segunda à noite, aguardem). A torcida francesa era toda pelo russo, a milonga do argentino era grande demais para atrair simpatia dos não iniciados.

Depois de perder 2 sets, a cabeça e umas 3 raquetes o argentino acertou a mão e conseguiu uma linda virada, heroica, de raça. Sim, eu simpatizo com atletas argentinos, caro leitor preconceituoso. Pelé foi melhor que o Maradona, isso eu não questiono, mas defendo a tese de que nossos dois paises unidos seriam uma potência esportiva inigualavel. Sonhos bolivarianos à parte, voltei para a X contente de ter gritado e aplaudido no centro sagrado do tênis francês.

Porém, o final de semana mal começava...

Nenhum comentário: