quinta-feira, junho 01, 2006

Confirmando velhas teorias ou afinal de contas vir pra França não foi tão inútil

Minha primeira professora de cálculo disse certa vez que uma amiga dela, matemática, foi para Grécia e não encontrou muita dificuldade em ler as placas na rua só por conta dos anos de prática com o alfabeto deles...Achava meio mitológico mas depois de alguns anos olhando pra lousa e pensando "porra, mas isso é grego para mim" me convenci que um aluno médio de exatas consegue deduzir umas coisinhas de tão bizarro idioma.

Como isso aqui não é um curso de engenharia de verdade, as quintas-feiras deste semestre foram ocupadas por "civilização grega e latina". Hoje nosso querido professor resolveu dar uma aula diferente, divertida e ensinar umas cositas de grego para nos. Entre um esforço em vão para deduzir o significado de um radical e outro, a grande revelação: a letra chama "omega" porque quer dizer "o-grande", afinal de contas existe um "omicron" (o-pequeno). Podia ser "ozinho" e "ozão", acho que ficaria melhor. Existe também o "upsilon" que deu origem ao nosso "ipsilon" e justifica os bizarros nomes do y em outras linguas (variantes de "i-grego" em espanhol e francês, ao menos). O upsilon e o omicron, não usados em matemática, resolveram metade das minhas dúvidas quanto ao idioma.

Eu já estava contente o bastante com umas palavras básicas mas o professor resolveu nos mostrar uns trechos do Homero, no original...é o velho método francês de aprendizado não-linear ("dado que o produto de um número par com um impar é par, prove que o teorema de Fermat é verdadeiro para qualquer n natural").

Tirando esses exageros foi divertido e ao final do curso começou a tocar uma música do pessoal que está preparando a festa de sábado (voltarei ao assunto em breve); o professor comentou algo sobre Homero, aprender grego, a música ao fundo, uma outra coisa que eu esqueci e soltou um "Quel scénario!".

Explicação: faz uns belos 7 anos que ouvi isso pela primeira vez, ou melhor, li. Pra variar, é um texto Verissimo, desta feita sobre os narradores franceses durante a copa de 98, eles usariam sempre essa expressão cujo significado é mais ou menos intuitivo. Até hoje eu achava que ela fazia parte do inconsciente coletivo brasileiro projetado no francês, ou seja, aquelas frases que a gente acredita que existem mas que nenhum "nativo" realmente fala.

Para destruir um pouco o "scénario" (lê-se "cenariô", fazendo cara de bunda) eu não encontrei o texto na internet. Está no "Eterna privação do zagueiro absoluta", uma alma caridosa (sim, Juliana, eu tô falando com você) poderia digitar e me enviar, que tal? Evitaríamos assim esse anti-clímax...

3 comentários:

Anônimo disse...

Vou pensar no seu caso....

Anônimo disse...

Em italiano também tem i-greca, mas o j é i-lunga!

Caio disse...

O meu caro Bixo....

Vai sumir do MSN de vez para evitar minhas zueiras do jogo(que se passou ha quase um mes!)

hehehehe