terça-feira, junho 20, 2006

Uma das idéias originais de ter vindo para a Polytechnique era estar mais próximo da ciência de verdade, daqueles caras incríveis que aparecem na televisão dizendo coisas triviais sobre assuntos babacas, afinal eles são gênios em seus campos de atuação mas ninguém entenderia uma palavra se eles falassem das pesquisas de ponta que vêm desenvolvendo...

No meu ano mudaram o professor de Economia, o antigo era um vencedor do Nobel. "Grande bosta", dirá o leitor cínico, "Economia não merece respeito". Concordo. Como isso aqui é um centro de excelência e aprendizado de nivel incomparável (as visitas de pessoas tentando descobrir como vir parar aqui vêm se multiplicando, vou fazer um merchandising pra parecer que a vida aqui é boa, hehe), outra oportunidade ia surgir.

Por outro lado, quando o seu Nobel tava pra morrer e meio preocupado com aquelas explosões que pipocavam pelo mundo inteiro, resolveu doar a sua fortuna pra pessoas que fizessem boas contribuições para a humanidade. Provar um teorema de topologia não é exatamente um bem, eu diria talvez até o contrário pensando nos alunos que vão ter que decifrar o tal teorema depois mas é melhor parar com a campanha anti-matemática senão corro o risco de ficar sem bixos...

Como os matemáticos também tem direito ao orgulho, criaram alguns prêmios próprios, meio diferentes do Nobel mas comparáveis dentro de uma certa escala. Talvez um dos mais importantes desses seja a tal Medalha Fields que eu vim a conhecer apenas chegando aqui (respire aliviado, leitor inculto, você não é o único...nem a Wikipedia em português tem um verbete sobre isso). A cada 4 anos os maiores craques do mundo se reunem para premiar jovens talentosos com menos de 40 anos...Não é uma Copa do mundo mas parece, ainda mais que as entregas são realmente em anos de copa...

Todo esse preâmbulo desnecessario pra dizer que eu tive aula com um dos vencedores de 94 (acabooouuu! é tetraaaa, é tetraaaaa! para quem não entendeu a piada, http://www.youtube.com/watch?v=EzW-KiDt6DA). Pierre-Louis Lions é o nome da fera.

Talvez seja falta de pré-requisito meu, talvez seja o sono inerente a uma aula às oito da manhã. O cidadão tentava ser engraçado, às vezes até conseguia porém na maior parte do tempo ele se limitava a copiar a apostila que nem foi escrita por ele.

Fica a dúvida se o topo da humanidade não é tão brilhante assim ou se a minha situação pode ser comparada a uma tentativa frustrada do Roberto Carlos de ensinar como se cobrar faltas a um indiano que nunca assistiu futebol...

Um comentário:

Débora Maria disse...

Eeee, mais respeito com a economia, meu pai fez economia, virou economiário, e sim, nós engenheiros, cientistas q seja, estamos na mão deles pq eh gente que ganha nobel de economia que dita as tendências da economia do mundo (desde de que favoreçam o grande irmão) e determinam se a gente vai ter emprego ou se é melhor cair fora do País! E o meu pai tem visitado o seu blog!