quarta-feira, abril 05, 2006

Voltemos para o glorioso ano de 1999, uma época em que eu era grande o bastante para entender bem o futebol mas novo o suficiente para continuar tendo aulas somente de manhã. Um ano em que o melhor técnico do mundo em competições mata-mata (Felipão, claro. Se a Copa fosse em jogos de ida e volta, eu colocava todo meu dinheiro em Portugal campeão) estava no banco alvi-verde.

Mas não é do time que eu pretendia falar (se bem que uma equipe com Marcos, Arce, César Sampaio, Alex, Júnior e Evair deveria sempre ser enaltecida...), e sim da maravilha que era voltar da escola às quartas-feiras, dormir o começo da tarde, acordar lá pelas 4, assistir a um jogo da Copa dos Campeões e esperar a partida da Libertadores, à noite.

Claro que o tempo passou, a Parmalat faliu, o Evair se aposentou, o Felipão ficou mais famoso, o Marcos quebrou a mão 8 vezes e eu vim parar na Europa, mas os jogos das duas maiores competições continentais continuam ocorrendo nos mesmos dias...O fato é que hoje em dia eu durmo depois da janta, assisto ao mesmo jogo do Milan de sempre (sem pastel, o que é uma pena, mas o Costacurta e o Maldini estão lá há quinze anos, pelo amor de Deus) e fico pensando se vai rolar uma outra noite em claro pra ouvir, com atraso e distorção, o Palmeiras pelo rádio. Sim, a infância sempre parece mais azul.

(O resto do texto fica apenas como registro pessoal, o leitor pode, em primeira leitura, pular este trecho. Parênteses futebolístico propriamente dito: eu tenho um ódio antigo e inexplicável pelas equipes de Milão. Acho que a última vez que tinha torcido pelo Milan foi contra o São Paulo, em 93, mas isso nem conta. E eis que hoje me flagro esperando uma estocada fatal do Shevchenko, um cruzamento do Serginho, um chute do Pirlo, sei lá. Percebi então que o meu problema com a seleção brasileira era o Galvão Bueno, e não o Parreira. O narrador francês, apesar de não puxar os “erres” como o Gavião, é da mesma escola de chatice, daí a torcer contra ele é um pulo. No fundo, torci contra os franceses, contra a Revolução, enfim, contra tudo o que está aí. No fundo mesmo, era claro que os poderosos italianos iam ganhar o jogo no finalzinho.

Se o querido leitor for técnico de uma equipe mediana, nunca, repito, NUNCA coloque todos os seus jogadores no campo de defesa nos últimos 15 minutos. Nunca coloque também um lateral-direito extra. Faça como o Telê, em 82, que precisando do empate...Bem, na verdade acho que a unica coisa que funciona é criar caso com o juiz, jogar bolas no campo, fazer sinal de que o jogo acabou a partir dos 40 e, se possível, ter nascido no Rio Grande do Sul, quiçá na Argentina.

Por falar em Argentina, o Villarreal conseguiu chegar nas semi-finais. Alguém poderia imaginar que eu atribuiria somente à presença dos argentinos. Não, o segredo é colocar o Riquelme e o Arruabarrena de amarelo. Não achei nenhum video na internet, me desculpem. Digo-lhes que os argentinos impediram o bicampeonato alvi-verde com o auxilio do juiz, com defesas do grande colombiano Cordoba, lampejos geniais do “Riquelminho” e, mais inacreditavelmente, dois gols de um obscuro lateral-direito, o digníssimo Arruabarrena supra-citado. Hoje a torcida da Inter de Milão entende o meu drama e um jovem garoto milanês se promete de não esquecer o bizarro nome do seu carrasco. Como Buljubasich, mas isso é historia pra outro dia.)

2 comentários:

Anônimo disse...

PARABÉNS !!!! 15.000 visitas, realmente é para ser festejado.
No dia 03, o número de visitas era 14.939.Hoje, abrir fiquei surpresa: 15016.
Muito interessante o demonstrativo, o gráfico, até os países de origem.
PARABÉNS Bruno... se isso era uma meta, ela foi atingida.
Continue como você sempre foi, simplesmente LINDO, MARAVILHOSO, humano, companheiro, amigo para todas as horas.
ADORAMOS VOCÊ, muito, mas muito messsssssssssmo mais que 15000.
Celina e Julio
OBS. Oportunamente falaremos sobre as estatísticas apresentadas.

Anônimo disse...

Mãe e Pai não vale.... he he he he... Beijos da irmã!!