sexta-feira, março 10, 2006

Arquivo - Abril 2004

sexta-feira, 30 de abril de 2004



Vocês viram o que aconteceu na semana passada? (tá, na verdade foi na quarta, mas a frase tem seu uso consagrado para essa situação). Felizmente eu não sou "uma professora grávida", e continuo aqui para escrever esse lixo pra vocês.

Após mais um fatigante dia, tento dormir no banco do ônibus, sem sucesso dessa vez, ao contrário do costume. Então, na frente do Shopping Eldorado, vejo que um moleque mal encarado pede para passar por baixo da catraca. O cobrador atende. Atrás dele passam mais 4. Eu penso, "Puxa, mas que boa idéia para tomar o ônibus de graça; ele não poderia negar a passagem no meio do caminho." Aí eles param ao lado de um rapaz, e continuo com meus devaneios "Será que eles estão assaltando o moço?"

É, o moço entregou alguns reais, o telefone, e aí percebi que aquilo era um arrastão. òtimo, ser avisado de antemão de seu futuro assalto.

Como sou covarde, medroso e cagão, quase me desespero. A moça sentada ao meu lado se dispõe a sair do ônibus, na próxima parada. Eu construo uma balança mental: de um lado, descer, ser perseguido pelos ladrões e depois assaltado ou morto. Do outro, ficar lá mesmo, ser assaltado, e, se o caos não atacar agora, continuar vivo. Decido racionalmente pela segunda opção. Enquanto isso os caras roubam todos no ônibus, e eu aguardo minha vez. Surreal, para dizer o mínimo. Os caras demoram um bocado pra dar cabo àquilo, enquanto eu me sentia meio que "em terceira pessoa", quase que observando a situação como se não fosse comigo.

Ladrão 1: agfoui asfga suftgdapiyg piasdgy;
Faccini(sem entender merda nenhuma, mas pegando o dinheiro da mala): tá bom.
Ladrão 2: Tira tudo daí.
Faccini (entregando uma nota de 20 e a escova de dentes): calma, estou tirando.
Ladrão 2: Não precisa da escova.
Faccini: Olha, ainda tem um remédio, a pasta, mas não tem dinheiro.
Ladrão 1 (revistando o bolso da vítima): Tem celular?
Faccini: Não, não tenho.

Eles desceram em algum lugar (não vi se deram sinal, hehe), e as pessoas começaram a comentar o ocorrido.

Senhora Simpática: O que roubaram de você?
Faccini: Só dinheiro.
Senhora Simpática: Não tinha celular?
Faccini (fazendo força pra não rir): Não, não, clonaram na semana passada....

Detalhe: A soma dos algarismos do número da linha é 13.

É, meus caros, a coisa tá feia...Mas é melhor a gente dar um pouco de risada. Como diria aquele outro politécnico que o Barbas não suporta, "já tomei tristeza, hoje tomo alegria";


enviado por Bruno - Bruno as 11:22:50. comentários[7]



domingo, 25 de abril de 2004

Existem vários tipos de pessoas malucas. Existem aquelas que não gostam de música, aquelas que prestam poli, aquelas que saem andando sem razão específica, entre outros tipos de distúrbio. Mas creio que dessa vez me superei.

Estava lendo a Veja, sobre o Roman Abramovich, o bilionário russo que comprou o Chelsea, e depois de descobrir, com espanto, que "Kalinka" é um tipo de música festiva russa, deparo-me com a afirmação que o tal bilionário é o governador de uma certa "Churotka", alguma região perdida na Sibéria. Bom, por aqueles lados só me lembro de Kamtchatka e Vladivostok. Procuremos na enciclópedia.

Nada. Procurei no Atlas, nenhum mapa político da Rússia. Procuro em livros de geografia, história, e após passar 1 hora revirando meu quarto, decidi apelar pro Google. Uma entrada falando de Churotka. Sobre o Abramovich. Bosta.

Procurando por um mapa da Rússia, caí no site do consulado, e descubri isso. Bem interessante, convenhamos.

E, cruzando as informações usando um pouco de imaginação, cheguei à conclusão que ele deve governar "Chukotsky". Realmente, procurando esse nome, obtive mais sucesso no google.

Notas mentais: Não mais confiar em arquivos de papel, e iniciar brevemente um curso de russo.

enviado por Bruno - Bruno as 02:19:16. comentários[1]

sábado, 24 de abril de 2004



Comprei um livro de história da matemática absurdamente grande na Bienal. Naquele curso de janeiro, o professor disse que era o melhor em português, então encaremos as 840 páginas.

O problema disso é que eu li trocentas histórias curiosas, mas não posso postar todas de uma vez. Na verdade, a maioria delas são "impostáveis", para não aborrecer os leitores. Em todo caso, segue um fato curioso.

Eratóstenes (aquele do Crivo) era chamado de "beta" em Alexandria. Uma das explicações para isso é que "não obstante fosse ele talentoso em muitos campos, nunca conseguiu ser o primeiro em campo nenhum; em outras palavras, era sempre o segundo."

Talvez seja melhor alterar minha assinatura, passando a escrever meu nome com "B" mesmo, e não com um beta estilizado, quem sabe ajude...

Só mais uma coisa. Na verdade, é um pedido de ajuda. Tem uma frase mnemônica para "pi" em francês, mas eu não consegui entendê-la por completo. Deixo aqui à espera de algo...

"Que j'aime à faire apprendre
Un nombre utile aux sages!
Immortel Archimède, artiste, ingénieur,
Qui de ton jugement peu priser la valeur?
Pour moi, ton probléme
eut de pareils avantages!"

(Pseudo-tradução, sem muito nexo:
"Como eu amo tornar conhecido
Um número útil para os sábios!
Imortal Arquimedes, artista, engenheiro,
Quem pode apreciar o valor de teu julgamento?
Para mim teu problema
Tinha vantagens parecidas!" Os úlitmos dois versos estão meio perdidos, mas vale pelo "artiste ingénieur". Por favor, alguém traduza isso melhor que eu...Depois procurar no google, pude pelo menos consertar parte da pontuação da frase, o que já melhor bastante, mas ainda não entendi o "julgamento". Seria a avaliação do valor de pi ou a forma como Arquimedes foi morto? Em todo caso, visitem PiPhilology)


enviado por Bruno - Bruno as 14:12:06. comentários[0]

quinta-feira, 22 de abril de 2004



A tristeza da vida aparece nas pequenas coisas.

Aos que não acreditam nisso,... Não, vamos parar com a cópia do post anterior, pois caso contrário as pessoas vão deixar de ler isso achando que é a mesma coisa, e não o plágio. Isso é parecido com a situação da globo, quando o SBT lançou a Casa dos Artistas,e aGlobo teve que esperar pra fazer o BBB. Ou não.

O sofá foi levado novamente para o conserto. Niguém sabe quando será o retorno.

Meu celular foi clonado. 28 milhões de usuários no Estado, cerca de 1000 clones, e o meu é um deles, hahaha. Claro que esses números são inventados, mas o Azar é real.

Portanto, risquem o meu antigo número da agenda de vocês. Isso é sério, apesar desse blog não ser.

enviado por Bruno - Bruno as 22:46:30. comentários[1]

terça-feira, 20 de abril de 2004



A alegria da vida aparece nas pequenas coisas.

Aos que não acreditam nisso, sugiro que mandem trocar o estofado do sofá, e passem um mês tendo que assistir televisão em desconfortáveis cadeiras de madeira (não dá pra sentar no piso, já que os cupins comeram os tacos e lajotas não são exatamente acolhedoras).

O sofá agora está azul e amarelo, como a quase totalidade de coisas relacionadas a mim, haha.

Existe uma chance pequena da alegria repentina estar relacionada com o feriado também, antes que alguém levante essa hi´´otese, mas acho a explicação do sofá muito melhor. Pena que nçao se pode reproduzir a alegria em meu rosto ao ver o querido móvel de volta.

enviado por Bruno - Bruno as 20:37:48. comentários[3]

domingo, 18 de abril de 2004



Dos buracos de minhoca e outras distorções temporais

No meu tempo, o Evair era o artilheiro, Zetti, o melhor goleiro, e o Sílvio Luiz, apenas o narrador mais bizarro.

E os vencedores eram times com centenas de títulos, amealhados em décadas de existência.

"Tout passe, tout casse, tout lasse" (achei isso no fundo do Michaelis. Quer dizer tudo passa, tudo quebra, tudo vai embora. Um tanto quanto dramático.

enviado por Bruno - Bruno as 18:28:08. comentários[1]

sexta-feira, 16 de abril de 2004



Fato (que pode parecer um tanto quanto redundante, mas sempre me alegra): as semanas de prova sempre acabam. (acho que o "Mundo de Beackman" acabou influenciando demais a minha vida. Que outra razão, além de "Tudo vai para algum lugar" existe para eu escolher um curso que ensine "Conservação de Massa e Energia" ?) (Nota: muitas aspas e parênteses tornam o texto um pouco confuso).
enviado por Bruno - Bruno as 23:22:48. comentários[3]

terça-feira, 13 de abril de 2004



Tá virando rotina: prova em que eu erro uma coisa tosquinha, me penitencio, depois eles consideram um pouco da nota e fica tudo no mesmo...

Se eu parar de escrever é porque os técnicos da marmoraria desconsideraram meu campo gravitacional nos cálculos...

enviado por Bruno - Bruno as 21:32:29. comentários[0]

domingo, 11 de abril de 2004



Ingrato é assisitir um jogo de basquete tendo que torcer pelo empate.

Irônico é saber que após você desistir do jogo e cair nos braços de Morfeu, o jogo realmente empata.

Revoltante é a regra que define a existência de uma prorogação, hehe.

enviado por Bruno - Bruno as 18:12:19. comentários[0]

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terça-feira, 6 de abril de 2004



Abaixo, leiam "rô" no lugar de D, e "sigma" no de F.
enviado por Bruno - Bruno as 11:37:57. comentários[2]


Extraído do Halliday, na parte em que ele apresenta a condutividade e a resistividade:

"Já usamos D para representar a densidade de massa e a densidade de carga. O símbolo F também já foi usado para representar a densidade de carga superficial. Usamos aqui estes símbolos com significados totalmente diferentes. Não há bons símbolos em quantidade suficiente."

Pois é, parece que de fato "não tinha outra letrinha".

Extraído de Castellan, Principios de Físico-Química:

"Essas equações se aplicam a qualquer sistema: sólidos, líquidos, gases, misturas, lâminas de barbear velhas, etc."

Hein??

"As equações que resolvem cada problema devem ser deduzidas a partir dessas poucas equações fundamentais. Outros métodos de ataque, como tentar memorizar tantas equações qunato possível, resultará em pânico, paralisia e paranóia".

Quem foi que disse que engenharia não podia ser divertida?

enviado por Bruno - Bruno as 11:10:36. comentários[4]

segunda-feira, 5 de abril de 2004



azar sm (ár az-zahr) 1 Lance adverso, má sorte. 2 Desgraça, infortúnio. 3 Mau agouro. 4 Acaso. 5 Cavalo que perde sempre, nas corridas.

Quando nos referimos a azar, estamos pensando em situação que estão além de nosso controle, sobre as quais pouco ou nada se pode fazer, caso contrário o termo seria incompetência, e não azar.

Consideremos apenas a probabilidade de que algo "Dê certo" (saia conforme o planejado, se quiser uma explicação um pouco mais prolixa), e suponhamos que estamos além daquele conceito primitivo de que qualquer coisa tem probabilidade de 1/2 de acontecer (ela pode acontecer ou não...).

Nesse caso, temos, na maioria das vezes, que torcer pela "sorte", ou seja, apenas esperar que ocorra um evento favorável, ante diversas outras possibilidades negativas (é possível que haja mais alternativas positivas, mas isso em geral é raro, e consideramos intimamente esses casos não como dependentes da sorte, e sim como favas contadas.)

Como sabemos também que a probabilidade de um evento futuro não depende do histórico, apenas precisamos registrar no instante de interesse quais as situações favoráveis, e o total de situações possíveis, temos que em geral o azar vai aparecer, e não existe qualquer bom motivo para isso mudar.

Sim, você deve estar pensando, Murphy disse quase isso há uns 50 anos...Mas ele não formalizou a teoria dessa forma, eu poderia argumentar. Certamente por isso ele ficou eternizado, e isso aqui será apagado em pouco tempo.

enviado por Bruno - Bruno as 12:01:16. comentários[0]

domingo, 4 de abril de 2004



Trecho de uma palestra apresentada por este reles escriba, nos idos de 2019.

"Continuo acreditando que por mais que a literatura, a pintura, e, vá lá, a música, se esforcem, a melhor analogia existente para a vida é o futebol. Vamos recordar um jogo do início da década passada. Creio que os senhores talvez nem se lembrem mais, mas temos aqui algumas imagens, que serão exibidas enquanto eu falo.

No início, temos um tempo imenso, praticamente infinito, para realizar todas as nossas intenções. Contudo, um pouco de azar (ou quem sabe alguma falha humana, que não percebemos naquele momento) nessa fase pode nos forçar a radicais alterações no planejamento (o telão projeta a zaga do Palmeiras sofrendo os dois primeiros gols, e a substiutuição do Diego Souza).

Porém, não é apenas porque temos algum talento, ou mostramos nosso esforço que o sucesso simplesmente aparece. Em todo caso, sem esse esforço, nada vai acontecer. Um tanto paradoxal, admito. (No telão, Love encaixa aquela maravilhosa virada).

Temos, eventualmente, alguns momentos de introspecção, de recolhimento ( o intervalo) para tentar mudar o que nos desgrada. Assim, cada vez mais maduros, lutamos pela Vitória, mas sempre algum médio volante será expulso, um zagueiro se complicará mais, e nos vemos no buraco.

Olhem para aquele relógio (Apontando)...38 min, um jogador a menos, 3 a 1....Quem nunca se sentiu nessa situação? E quantas vezes conseguimos o milagre de cavar um pênalti, converter, e manter acesa aquela maldita brasa da esperança? POucas, sem dúvida, mas essas situações ainda são muito mais comuns do que aquilo que se segue. (flash da explosão de alegria pós-Pedrinho).

Não, empatar aos 49 minutos é demais. Nossa confiança simplesmente explode. Sou capaz do que quiser, vc pensa, e nem se controla mais, grita isso para quem puder ouvir. E no entanto....

No entanto, existe o Paradoxo do Goleiro... Uma vez cobrado um pênalti, com sucesso, num canto, se vc tiver que bater outro, logo em seguida, o que fazer? O atacante fatalmente entrará em "loop", e nosso glorioso arqueiro conseguirá a defesa;

Ceio que o fim da história é mais familiar aos senhores. As imagens do Márcio defendendo esses pênaltis foram repetidas à exaustão quando o ganhamos o hexa, em 2014. Vencer os argentinos daquela forma foi realmente curioso.

Bom, era isso o que eu tinha a dizer. Encantamento inicial, seguido de desencontrado, mas sem perder a esperança; grande alegria, seguida por intensa e inesperada dor. C'est la vie...."

enviado por Bruno - Bruno as 19:56:54. comentários[1]

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