sexta-feira, março 10, 2006

Arquivo - Julho 2005

quarta-feira, 27 de julho de 2005



Sabem aquelas experiências de oscilasções amortecidas, em que tem um pêndulo girando dentro de um líquido viscoso, depois você tem que traçar um gráfico da amplitude em função do tempo, que fica uma exponencial de decrescente (que é uma função somável em R, certo caro leitor polytechnicien?)?

Então, dá uma olhada no meu número de visitantes por dia. É exatamente isso. Ou quase.

Preciso arranjar assunto, e rápido, antes que o pêndulo pare de vez.

enviado por Bruno - Bruno as 00:54:17. comentários[2]

domingo, 24 de julho de 2005



Aos três leitores que entraram aqui, balançaram a cabeça e disseram: "Puxa, ele não escreveu mais nada", uma tese:

Eu não acredito que o Pero Vaz de Caminha tenha escrito muita coisa quando voltou pra Portugal.

enviado por Bruno - Bruno as 13:20:23. comentários[4]

quinta-feira, 21 de julho de 2005



Categoria do post: "Eu sou um tradutor frustado" ou "Estou sem criatividade pra escrever".

Peguei um livro na biblioteca da escola que chama "L´encyclopédie du savoir relatif et absolu", (savoir é saber, conhecimento, o resto decorre) de um maluco francês chamado Bernard Werber. Ele tem uma trilogia de ficção científica sobre formigas, entre outras coisas malucas, mas eu tinha encontrado um texto (numa tarde chuvosa, fazendo um projeto na biblioteca) bem interessante desse livro, que me levou até a pegá-lo como leitura de férias, hehe. Segue tradução feita por este que vos escreve.

Você

"Você que vira essa página, tenha consciência de que você atrita o seu polegar contra a celulose do papel num certo ponto. Deste contato nasce um aquecimento ínfimo. Um aquecimento bem real, no entanto. Em relação ao infinitamente pequeno, este aquecimento provoca o salto de um elétron que abandona seu átomo e vem se chocar com outra partícula.

Mas esta partícula é, na verdade, "relativamente" imensa. O choque com o elétron constitui, para ela, uma verdadeira perturbação. Antes, ela estava inerte, vazia, fria. Por causa da sua virada de página, veja-a agora em crise. Através deste gesto, você provocou alguma coisa da qual você não conhecerá jamais todas as conseqüências. Uma explosão no infinitamente pequeno.

Fragmentos de matéria expelidos. Energia espalhada. Microondas talvez tenham sido produzidas, pessoas talvez vivam lá, e esses seres descobrirão a metalurgia, a culinária a vapor e as viagens interestelares. Eles poderão se revelar mesmo mais inteligentes do que nós. E eles nunca existiriam se você não tivesse esse livro em suas mãos e se o seu dedo não tivesse provocado um aquecimento, precisamente naquele lugar do papel.

Paralelamente, nosso universo se encontra certamente também num canto de página de um livro imenso, na sola de um sapato ou na espuma da latinha de uma cerveja de alguma civilização gigante. Nossa geração nunca terá os meios de saber entre qual infinitamente pequeno e qual infinitamente grande nós estamos. Mas o que nós sabemos é que há muito tempo nosso universo, ou em todo caso a partícula que contém nosso universo, era vazia, fria, negra, imóvel. E depois alguém ou alguma coisa provocou a crise. Viraram a página, andaram sobre uma pedra, rasparam a espuma de uma lata de cerveja. Sempre existe um "despertar". Entre nós, sabe-se que foi uma gigantesca explosão. Nós a chamamos Big Bang.

Imagine então esse vasto espaço de silêncio de repente despertado por uma medida tirânica. Por que viraram a página lá em cima? Por que rasparam a espuma da cerveja?
Porque tudo evolui e sobrevive a esse segundo em que você, leitor preciso, lê esse livro preciso, nesse lugar preciso onde você está.

E talvez a cada vez que você vira a página desse livro um novo universo se crie, em algum lugar no infinitamente pequeno.

Aprecie o seu imenso poder."

PS: talvez a graça do texto tenha sido ler esse livro quando eu não queria trabalhar, numa quinta-feira chuvosa, numa biblioteca lá no meio da França. Talvez não. Ainda posto outro texto do mesmo cara antes de voltar.

enviado por Bruno - Bruno as 15:58:38. comentários[2]

terça-feira, 19 de julho de 2005



Você percebe que talvez tenha passado tenho demais na França quando:

-Pensa em dar "Bonjour" pro carteiro;

-Esquece que existe suco de maracujá;

-Esquece que existe mamão, melão, abacate, manga e semelhantes;

-Vê uma propaganda de tv que está escrito "devo ir" e pensa "Mas que devoir o quê? Eles estão doidos?";

-Acha ridículo que a construção da linha do metrô vai aumentar o trecho de 7 para 10 km...

-Não se conforma mais com a quantidade de carros pela cidade;

-Pensa que se está escuro já deve ser umas 10 da noite;

enviado por Bruno - Bruno as 14:36:02. comentários[0]

segunda-feira, 18 de julho de 2005



Eu só não vou comentar nada sobre comida por respeito aos que ficaram do lado de lá do Equador. Mas que esse nosso país é foda, isso eu não posso tentar esconder...

E falar de jabuticaba de novo seria um pouco repetitivo, apesar de pertinente.

enviado por Bruno - Bruno as 14:52:37. comentários[3]

sábado, 16 de julho de 2005



Chez moi o caralho, estou em casa mesmo

150 dias de Europa depois, preparo-me pra tomar o avião de volta.

Acordo completamente atrapalhado, às sete da manhã, horário local, pra acabar de arrumar meu quarto. Dou um jeito em algumas coisas, levo o lixo pra fora (menos os papéis pra reclicagem. Se o Tiago puder levar para aquele lixo especial seria bom, eu não tive tempo. Valeu!) e saio com os meus vinte quilos de bagagem pronto pra descer 300 degraus. Por sorte, vejo que estava passando o ônibus que vleva até a estação de trem. Ótimo. Pra ajudar ainda mais, o motorista não quis cobrar a passagem! Incrível...

Durmo um bocado no trem porque o aeroporto fica na última estação. Na verdade, as duas últimas estações. Escolho aleatoriamente descer na primeira. Era a segunda.

Chego, com algum esforço, ao balcão pra fazer check-in. Espero alguns chineses de excursão, uma turma de alpinistas, outros turistas estranhos...Depois de muito tempo consigo chegar ao guichê.

O franchuco dá um sorriso quando coloco a minha mala pra pesar, eu achei que tivesse excedido o peso, mas dei sorte e consegui ficar 500g abaixo do limite. Sorte demais para um dia...Mas o vôo estava com um pequeno atraso, nada de muito grave, segundo o funcionário.

Como um lanche (oito euros num sanduíche de atum e uma coca grande, caralho!), espero começarem a chamar pra entrar no avião. O atraso já estava em 40 minutos...

O vôo até a Holanda foi muito rápido, nem teve graça. Demorou mais um tanto, cheguei em Amsterdam com mais de hora atrasado...Senti que tinha fudido tudo e que não ia dar pra pegar o avião pra São Paulo. Pergunto para um funcionário do aeroporto onde era o portão pra embarcar, ele me disse "olha, vc tem que correr até o portão F2".

Nisso minha visão se limita a procurar "Gate F, Gate F!" e nada mais. Era uma hora e vinte da tarde, o avião ia sair cinco pras duas.

Vou correndo descontroladamente e vejo uma seta para o maldito Gate F indicando o tempo de percurso até lá, a pé: de 15 a 20 minutos. Lembrei daquelas frias de manhãs de Cherbourg e pensei que correr 20 minutos não era assim tão foda, e eu tinha um ótimo motivo pra fazer o esforço.

Mas aí eu cheguei numa barreira de controle de passaporte. Dúzias de pessoas na minha frente, na fila...O tempo indo embora. Desespero batendo. Vejo uns americanos furando porque estavam atrasados. COm o meu inglês hiper macarrônico (experimentem passar 5 meses na França, sem usar quase nunca esse maldito idioma) declaro que estou na mesma situação, as pessoas do primeiro mundo me deixam passar. Sigo na m,inha corrida desenfreada. Observo o monitor que indica os vôos, dizendo que o embarque pra São Paulo estava terminando.

Numa daquelas esteiras de filme peço licença a dois policiais. Um deles até me deseja boa sorte, bizarro...

Chego, enfim, ao portão certo. Pergunto para um casal que estava na fila se era o vôo pro Brasil. Eles respondem, com sotaque espanhol, "No, Buenos Aires". Fodeu. Perdi o vôo.

Pergunto pros funcionários da empresa, era pra São Paulo sim, aqueles dois iam pra Buenos Aires depois, mas com conexão em São Paulo...Cheguei no portão certo às 13:35, na verdade sobrou muito tempo. Outras pessoas que estavam no mesmo vôo de Paris estavam vindo sem tanta pressa e conseguiram tb. Mas eu me diverti correndo como um maluco. Não sei como é o aeroporto, só sei que a Holanda é o país onde eu tive a maior velocidade média dos que eu já passei...

12 horas de torcicolo depois, aqui estou. Agora num maravilhoso teclado ABNT2, viva!

enviado por Bruno - Bruno as 18:35:15. comentários[5]


Aos que estavam preocuados, ou não, com o meu retorno, digo que voltei.
enviado por Bruno - Bruno as 00:35:40. comentários[2]

terça-feira, 12 de julho de 2005



Todo mundo admira alguns jogadores de futebol, reconhece que alguns jogadores dos rivais são de fato bons, sente saudades de grandes idolos do passado.

Mas existe uma classe de jogadores acima de tudo isso. Aqueles que pelo conjunto da obra serão dignos de sua eterna admiração e defesa incondicional.

Não interessa o que o camarada venha a fazer depois, ele continuara' sendo admirado;

E talvez acima de todos esses tem o Evair (junto com o Marcos e mais ninguém, eu acho).

Olhem isso: http://www.evair.com.br. Tem videos (com péssima qualidade de imagem, infelizmente) das grandes conquistas dos anos 90. é de chorar;

Eu não sabia que ele tinha treinado separado do grupo por seis meses quando voltou da Italia pra jogar no Palmeiras. Segundo o proprio, a carreira dele entrou nos eixos depois que ele se convertou.

Olhando esses videos de 10 anos atras realmente da' sentir realmente uma colaboração divina.

PS: faltou dizer que quase toda vez que eu como alguma coisa bizarra aqui na França eu lembro de uma historia que me chocou muito quando eu tinha os meus nove anos e o Evair foi jogar no Japão (começo de 95): ele não entendia porra nenhuma do idioma e certa vez comeu uma espécie de pasta de abacaxi pensando que era manteiga, coitado; tivesse ficado aqui a gente teria sido tetracampeão paulista (porque aquele ataque com Nilson em 95 era realmente uma merda e quase deu pra ganhar do Corinthians), mas isso não vem ao caso. O que importa é que se adaptar a novos paises sempre é dificil, mas eu, pelo menos, sei pedir um pão com manteiga. Todo mundo admira alguns jogadores de futebol, reconhece que alguns jogadores dos rivais são de fato bons, sente saudades de grandes idolos do passado.

Mas existe uma classe de jogadores acima de tudo isso. Aqueles que pelo conjunto da obra serão dignos de sua eterna admiração e defesa incondicional.

Não interessa o que o camarada venha a fazer depois, ele continuara' sendo admirado;

E talvez acima de todos esses tem o Evair (junto com o Marcos e mais ninguém, eu acho).

Olhem isso: http://www.evair.com.br. Tem videos (com péssima qualidade de imagem, infelizmente) das grandes conquistas dos anos 90. é de chorar;

Eu não sabia que ele tinha treinado separado do grupo por seis meses quando voltou da Italia pra jogar no Palmeiras. Segundo o proprio, a carreira dele entrou nos eixos depois que ele se convertou.

Olhando esses videos de 10 anos atras realmente da' sentir realmente uma colaboração divina.

PS: faltou dizer que quase toda vez que eu como alguma coisa bizarra aqui na França eu lembro de uma historia que me chocou muito quando eu tinha os meus nove anos e o Evair foi jogar no Japão (começo de 95): ele não entendia porra nenhuma do idioma e certa vez comeu uma espécie de pasta de abacaxi pensando que era manteiga, coitado; tivesse ficado aqui a gente teria sido tetracampeão paulista (porque aquele ataque com Nilson em 95 era realmente uma merda e quase deu pra ganhar do Corinthians), mas isso não vem ao caso. O que importa é que se adaptar a novos paises sempre é dificil, mas eu, pelo menos, sei pedir um pão com manteiga.

PS2 (ou "eu preciso começar a planejar melhor meus textos"): Evair comentando a conquista do Paulistão de 93 (o fim da fila, aquele 4 a 0 no Corinthians depois do Viola ter imitado o porco, etc.) : "Foi um dia inesquecível em minha vida, não foi só um título foi "O Título"." Grande Evair...

enviado por Bruno - Bruno as 18:31:42. comentários[3]


E o gol!

Pra encerrar os dias de provas, economia.

As aulas eram uma merda, o professor so' ficava expondo os preconceitos dele contra o Terceiro Mundo e dizendo como ele era foda. Tinha umas transparências com duzias de equações e inumeras variaveis, sem que eu soubesse nem mesmo o que representava cada uma delas.

Comecei a estudar a matéria ontem às dez da noite; não muito inteligente, admito, mas devido às circusntâncias foi o unico jeito.

Tento encontrar as transparências, falta a da primeira aula e de uma outra. Deixo pra tentar imprimir hj de manhã mas não consigo.

Chego na prova, com consulta, vejo que a questão que valia 70% da nota era sobre aquela aula. E as minhas anotações daquele dia tinham sumido também.

Calma, era so' derivar e igualar a zero. Faço milhares de contas quando vejo que a primeira derivada do exercicio tava errada (era um polinômio, foi muita burrice). Refaço tudo. Percebo que tinha invertido um outro negocio. Faço tudo pela terceira vez. Desencano de continuar procurando erro e sigo em frente. Depois chegou numa parte que eu não tenho idéia de como faz, eu pulo para a ultima questão, que valia os outros 30%. Escrita. Sobre as taxas de importação e de juros da doutrina Keynesiana no contexto da crise da década de 30.

Como ninguém no mundo realmente entende de economia, achei que era uma boa saida fazer uma grande resposta com palavras vagas, genéricas. Copiei até um pedaço de resposta da pergunta de uma prova do ano passado. Uma bosta, algum dia em setembro, outubro eu vejo o resultado. Existe uma probabilidade p de que eu tenha passado (p não nulo, felizmente).

Depois fomos jogar bola, pra comemorar as férias, como bons sudacas. desafiamos os franceses do badminton, jogamos bem melhor, mas foi covardia pq a gente tinha um jogador a mais. Cansamos de jogar no campo e fomos para o ginasio. Um francês meio babaca pediu pra jogar no gol. Ok, vai la', rapaz.

A gente estava jogando nas regras européias de futebol indoor, ou seja, não tem saida e pode tabelar com a parede. Exatamente como no Fifa 97, até mesmo a bola amarela (ta', ninguém lembra do Fifa 97, foi o pior da série...).

Abro na direita pra dar opção pro goleiro. Recebo a bola, o Michael vem em mim, eu driblo ele (coisa bastante surpreendente), vou em direção da lateral e ele desiste de me marcar, parou no meio de campo. Vou correndo pela ponta, carregando com o pé esquerdo, exatamente como numa das milhares de repetições da porcaria do treino de handball, quando a gente joga com os pés, mas com a diferença que dessa vez os outros jogadores estão la' e não é so' imaginação minha pra deixar o treino melhor.

Ninguém me acompanha (ta' certo, sou eu, o time adversario não precisa me marcar, a natureza se encarrega), mas de repente estou cara a cara com o Sebastian (é legal quando um Sebastian joga no gol porque da' pra gritar Sebaaaaaaastian quando ele defende, hehe, e ele tava jogando muito hj). Enfio um chute de direita entre ele a trave esquerda (como sempre...).

E a bola entra! Meu Deus! Eu fiz um gol! Não acreditei que a bola realmente entrou;

O Arthur até notou a minha cara de espanto. Eu não fazia um gol desde a sexta série, eu acho. Oito anos é tempo pra cacete, hehe.

Depois ainda escorei um cruzamento e fiz mais um. Mas esse ja' nem teve tanta emoção.

São os tais rendimentos decrescentes...

enviado por Bruno - Bruno as 12:25:55. comentários[2]

segunda-feira, 11 de julho de 2005



Correção: Gauss fez o negocio do heptadecagono com 19 anos, e não 17, desculpa ai' pela informação errada; ainda tenho mais 25 dias pra fazer alguma coisa, hehe.

Esse site (http://roble.pntic.mec.es/~jarran2/cabriweb/polireg17.htm), em espanhol, muito interessante faz a construção do tal poligono. Eu nunca tinha visto, não é realmente nada trivial.

Comentario muito util: procurando outra fonte pra confirmar a idade do gênio quando fez isso, descubri que ele tinha olhos azuis. Na minha cabeça o Gauss sempre teve olho castanho, não sei porque...(o caro leitor pensa, "puta que pariu, dessa vez ele começou a divagar muito mais do que eu esperava...").

enviado por Bruno - Bruno as 16:49:11. comentários[0]


...afinal de contas, na proxima prova a gente sempre vai conseguir recuperar o prejuizo.

E o semestre que vem sempre sera' diferente...

enviado por Bruno - Bruno as 07:26:30. comentários[0]

domingo, 10 de julho de 2005



De tempos em tempos uma equipe da Segunda Divisão consegue se classificar para a Libertadores. Tivemos o Criciuma do Felipão no inicio dos anos 90, mais recentemente o Santo André, futuramente o Paulista de Jundiai. Acontece muito mais aqui no Brasil (maldito vicio de linguagem, vou deixar assim porque foi o jeito que saiu...) do que la' na Europa (so' pra ser coerente...), porque o nosso campeonato da' muito mais margem às zebras (como eu li certa vez, a diferença é que no Campeonato Brasileiro tem pouco Paysandu e muito Palmeiras), ja' que não existem apenas aqueles clubes absurdamente ricos e aqueles outros que so' completam o numero de equipes para o campeonato nacional.

A merda é que se classificar é apenas o começo, depois essas equipes tem realmente que jogar contra os gigantes do continente, encarar Boca, River, além dos grandes brasileiros. Uma equipe dessa se contenta com as viagens para o exterior, com o dinheiro recebido da confederação e da televisão, além é claro da experiência para seus jogadores e da exposição no mercado mundial, que pode leva'-los a clubes melhores.

Quando o noso pequeno e querido clube tiver que viajar a Buenos Aires, precisando ganhar por dois gols, em plena Bombonera, certamente ninguém - nem técnico, jogadores, torcida - ficara' muito decepcionado ou surpreso por não ter conseguido.

Ai você arma la' uma boa defesa, perde de pouco, tenta uns contra-ataques; pode dar certo, mas provavelmente não vai.

Quando eu digo que o futebol é a melhor metafora pra vida, é por isso...

Provavelmente eu vou me fuder nas ultimas provas. Sim, o elenco não é tão bom quando deveria, não teve planejamento, não treinamos corretamente...

Mas sempre existe uma saida, tanto pros clubes pequenos quanto pra mim: jogar com o regulamento debaixo de braço.

Explica-se: aqui para ser aprovado precisa ter C "em média", isto é, um A e um E valem como dois C. Se fosse obrigado a ter C em tudo seria impossivel. Do jeito que é ja' vai ser foda pra cacete, mas tem uma esperança.

Quem sabe com um gol fora de casa inesperado a gente não se classifica?

(Previsão para daqui a pouco: Corinthians ganha, com gol de pênalti cometido pelo Gamarra. Perdi a fé no alvi-verde, nos paraguaios...)

enviado por Bruno - Bruno as 15:52:00. comentários[1]


A gente se acostuma com qualquer coisa...

Noticia do Jornal da Tarde: "Muito frio em São Paulo. Minima de 9,6°C".

Eu não tenho certeza dos numeros, mas poderia apostar que passei uns dois meses em que a maxima não chegou a isso. Mas o brasileiro reclama...

enviado por Bruno - Bruno as 06:42:34. comentários[1]

sábado, 9 de julho de 2005



A cada n anos, uma certa conjuntura cosmica especial faz com que alguém seja beneficiado por um bug de computador.

No meu caso, podemos ver que O Blog esta' travado na primeira posição de "ultimas atualizações" do weblogger faz algumas horas. Com isso, eu consegui receber todo o fluxo de desocupados de um sabado de férias no Brasil, batendo o recorde de visitas e de comentarios.

Claro que todas essas pessoas estavam em busca apenas da autopromoção, e é capaz que alguém coloque algum daqueles comentarios estupidos nesse post mesmo...Ridiculo.

Em todo caso, fico feliz com o novo recorde.

enviado por Bruno - Bruno as 20:26:48. comentários[5]


Devido aos comentarios que surgiram, faz-se necessario explicar alguns pontos:

Seminario de comunicação. Os franceses devem fazer uma apresentação do estagio militar que os ocupou por seis longos meses no ano passado. Considerando o meu amor especial por militares, o tema ja' seria a priori muito interessante...Pra piorar, eu sou obrigado a participar do tal seminario, mesmo nao fazendo porra nenhuma de estagio...

Nem adiantava proclamar, como de costume, "Eu sou EV2!" (aluno estrangeiro "da segunda via", ou seja, que estava na faculdade em seu pais de origem. A classe mais baixa no sistema de castas daqui, mas que às vezes rende um pouco de piedade e ligeiros beneficios). Mesmo os EV2 deveriam fazer o tal curso, devido à importância de saber falar bem em publico. Bla' bla' bla'.

Tendo dormido pouco na véspera, como de costume, chego na aula morto de sono. Passados 15 minutos, o professor não tinha chegado. Encosto a cabeça na mesa e durmo. Acordo meia hora depois, com duas mulheres, com os seus 40 e poucos anos, aquele estereotipo de perua francesa, dizendo que haviam "desistido de chegar no horario" e que nosso professor provalvemente não viria. Elas eram as responsaveis por outras turmas. Continuamos esperando mais uma eternidade, até que algum gênio, possivelmente neto do Descartes ou coisa do gênero, resolve reclamar na diretoria que estavamos sem aulas. Puxa, como eu adoro esse povo. Fosse embora, meu filho! Vaza! O professor não veio, aquele abraço.

A seçao de alunos nos indica as outras salas, para acompanharmos o resto do curso. Eu e um outro maluco do handball vamoos até a sala que estava um grupo do futebol. A professora, claro, era uma daquelas peruas. A sala inteira naquela maldita disposição em circulos, com os nomezinhos na mesa. Fodeu.

O bom de colocar todos em circulo é permitir que todos ^possam se ver, interagir, conversar, sem vergonha de nada. Isso na tese daqueles pedagogos idiotas. Na pratica, fica uma merda pra colocar um par extra de lugares, e os futebolistas ficavam brincando com a bola, chutando de um setor ao outro, no meio do curso. não era so' eu o entediado por ali...Ela me pergunta o que eu esperava do curso. "Nada". Pergunta pro outro cara, "nada de muito especial". E de resto? "Nada", repito eu.

Prosseguimos com uma breve entrevista com o vizinho, para saber como foi a porra do estagio dele. Na sequencia deveriamos apresentar o trabalho do individuo. A minha dupla não fez nada, não tinha nada pra fazer, em uma cidade que eu não conheço, para um setor do exercito que eu nunca ouvi falar. Otimo. A coisa mais interessante "foi conversar com os operarios do lugar".

Começam as apresentações. E com elas as criticas, porque os instrutores desses cursos sempre são senhores da verdade. Baseadas naquelas considerações que ninguém em sã consciência leva realmente a sério ("hum, esse seu movimento de pernas, sei não...você esta' com medo de expor suas emoções...), passando por criticas aos ouvintes e também ao conteudo (detalhe que ela criticava o cara mesmo por coisas que ele tinha feito bem. Claramente ela tb não estava prestando tanta atenção assim). Passadas algumas horas, paramos para o almoço. Com 40 minutos de atraso, claro.

Volto do almoço na hora. Espero mais de meia hora pela filha da puta. Na ordem das apresentações, chega a vez de um vietnamita, que invocou a defesa universal: "Sou EV2 e não acho que eu possa falar direito". Ela perdoa o cara, depois de encher um pouco. Deixaria ele para o final...

Chega, enfim, a minha vez. Como bom estrangeiro, faço questao de falar o minimo possivel. Sem dançar. Sem cruzar os braços. Sem mãos no bolso, nem na cintura, nem segurando folhas, nem estalando os dedos, sem encarar apenas a professora, sem porra nenhuma. Termino correndo.

Recebo elogios pelo meu francês e pela minha boa postura (como esses caras são idiotas, meu Deus...)

Ainda tenho que agüentar mais 3 horas de "Então eu fui trabalhar como adjunto de compras do navio no Sudeste Asiatico, mas acabei ajudando na reconstrução de uma escola na Tailândia depois do tsunami", ou "fui professor na periferia de Lyon de um curso de reforço para alunos de baixa renda". Um porre. Sem fim...

Não sou um prototipo do cara de exatas, isso fica bem claro vendo o nivel que eu deveria ter aqui, mas que não tenho. Tenho material de estudo suficiente para horas e mais horas de reflexão, sem nunca chegar a conclusão alguma. E por tudo isso que afirmo: nada é pior que aulas em que o professor coloca todos em circulo e pede para que escrevam o nome num daqueles prismas estupidos de papel.

enviado por Bruno - Bruno as 15:41:48. comentários[11]

sexta-feira, 8 de julho de 2005



A teoria absoluta de outro dia

Nada é pior que aulas em que o professor coloca todos em circulo e pede para que escrevam o nome num daqueles prismas estupidos de papel. Terça-feira eu desenvolvo a idéia. Agora vamos estudar pras provas de segunda que o bicho ta' pegando.

enviado por Bruno - Bruno as 21:02:20. comentários[1]


Ultima aula de economia.

O professor, chato, aproveita pra fazer uma propaganda do seu livro na ultima transparência do semestre. E quando tudo parecia terminado, ele divulga o endereço do seu blog.

Em primeiro lugar, eu acreditava ser o unico professor (ok, eu nao era exatamente professor) que divulgasse o endereço do blog pra seus alunos.

Acabei descobrindo que existe uma mafia de blogs de professores de nivel superior na França. Bizarro.

A quem interessar possa, o endereço do cara: (em francês, désolé...) http://bsalanie.blogs.com/

enviado por Bruno - Bruno as 08:46:41. comentários[2]

quinta-feira, 7 de julho de 2005



So' pra postar alguma coisa, pra corrigir o flog do David e colocar o blog da Ju:

Faz 144 dias que eu vim para esse pais. Não é todo dia que completamos um numero quadrado perfeito de dias de permanencia...

Como no dia 169 eu estarei em São Paulo, o proximo sera' o 196, ou seja, 29 de agosto ou coisa do tipo. Prometo tentar lembrar.

enviado por Bruno - Bruno as 20:37:02. comentários[0]


O divertido de morar no Primeiro Mundo (ou não tão divertido assim) é que quando uns doidos de turbante resolvem explodir algumns meios de transporte coletivo no pais vizinho (ou quase vizinho, ok...) você recebe um email oficial da escola pedindo para manter-se atento a possiveis intrusos, orientando a fechar bem as janelas, elevando o nivel de segurança para "vermelho", hehe.

Vão fiscalizar tb a entrada da escola e a saida da estação de trem.

Curioso é que outro dia de madrugada eu e o Tiago voltavamos de imprimir umas coisas e encontramos umas três pessoas, encapuzadas, andando pelo prédio. à uma e quinze da manhã, andar de capuz dentro da faculdade nao me parece muito normal, e quando recebi o email achei que pudesse ser conseqüência de possivel vandalismo daquele dia.

Se a Polytechnique explodir dia desses, não fui eu, foram os caras de capuz, ok?

enviado por Bruno - Bruno as 14:20:29. comentários[2]

quarta-feira, 6 de julho de 2005



A imagem que a gente faz de cada pais depende de uma série de coisas meio abstratas, informações vagas, delirios coletivos, impressões futebolisticas...

Eu, por exemplo, antigamente gostava muito mais do pais do Zidane e do Hagi do que o do Zamorano.

Em todo caso, conhecer o pais ou pelo menos alguns nativos ja' pode dar uma idéia um pouco mais realista.

Ja' para o caso de torcer por uma cidade candidata à qualquer coisa esportiva pesa muito o fuso horario...Por exemplo, a escolha de Pequim para 2008 foi catastrofica (até porque eu espero estar no Brasil nesse ano, de modo a maximizar a catastrofe). Quando, porém, apenas metropoles européias concorrem, ficamos apenas com o fator emocional.

E é nesse espirito que eu tenho o prazer de comentar que a cidade escolhida para os Jogos Olimpicos (aquele eles escrevem muito JO...malditas siglas...) de 2012 foi...Londres! Viva! Se fode, França!

Eles tinham uma mega campanha, diversas placas na rua, Torre Eiffel decorada...Perderam dinheiro, apenas. E perderam para os ingleses, o que torna a coisa ainda melhor, hahahaha.

enviado por Bruno - Bruno as 17:44:02. comentários[2]

terça-feira, 5 de julho de 2005



Um post muito util

Tem horas que a gente para pra pensar e a unica conclusão a que se chega é abrir os braços, balançar os ombros e dizer "é...". Talvez acompanhado ainda de um enfatico "pois é...".

enviado por Bruno - Bruno as 21:53:01. comentários[1]

segunda-feira, 4 de julho de 2005



Na Poli eu achava muito estranho que quando faltava um certo tempo épsilon (épsilon positivo, felizmente) para o começo de cada prova milagrosamente aparecia uma lista indicando onde cada um devia fazer prova.

O épsilon francês é um pouco maior, assim hj mesmo eu ja' vi onde sera' o nabo de amanhã de manhã. POrém os lugares estavam codificados por um certo numero bizarro, que eu não fazia a menor idéiea de qual era o meu. Olho ao lado, encontro uma lista.

Procuro no S (dessa vez lembrei que a ordem é sempre pelo sobrenome, não vale a pena ficar procurando na primeira pagina, como de costume...) e encontro, SANTORO Bruno Faccini 442.

Pequena alegria com o numero conhecido. Um trabalho a menos para decorar. E uma pequena reclamação: Não seria melhor ficar com três zagueiros, para dar mais segurança contra o jogo aéreo e permitir os avanços dos laterais? Porque contra os europeus a saida certamente esta' pelos flancos, ja' que....

enviado por Bruno - Bruno as 12:49:04. comentários[2]

domingo, 3 de julho de 2005



Esperei até dar meia-noite (no Brasil) para poder finalmente me desejar um feliz aniversario.

Não faz muito sentido comemorar aniversario assim que passa da meia-noite porque é claro que tem que se considerar o horario de verão, os anos bissextos, além do horario de fato de nascença para ser rigoroso. Mas para ser realmente rigoroso ia ter que levar em conta efeitos relativisticos e o fato de que o ano não dura exatamente um ano...Sem querer ser muito chato, paro por aqui.

Claro também que eu não fiquei acordado até às 5 e meia da manhã so' pra escrever esse texto meia boca. A verdade sobre essas ultimas noites agitadas fica para outro dia...

enviado por Bruno - Bruno as 00:19:56. comentários[1]

sexta-feira, 1 de julho de 2005



Véspera de aniversario

Devo confessar: no decorrer dos ultimos 3 anos acabei me apaixonando por essa pequena pagina amarela, repleta de teorias idiotas e ingênuas, comentarios futebolisticos inuteis e reclamações generalizadas. Nesse domingo completamos três anos juntos, eu e eu mesmo, hehe. sim, é um tanto de egocentrismo, eu sei. Mas estou sendo sincero em dizer que eu sou meu proprio fã.

Obviamente para a festa não teremos coxinhas, risoles, croquetes nem similares. Na verdade nao teremos festa, no maximo esse post de antecipação.

Sendo eu esse hibrido bizarro de engenheiro, comentarista de futebol e goleiro de handball, eventualmente surgem boas historias, mas no fundo são apenas variações sobre 6 (claro, 6...) temas basicos: decepções futebolisticas, decepções e superações fisicas, resultados academicos animadores (nos primeiros anos) ou não, piadas matematicas inuteis baseadas em numerologia, copias de textos famosos e compilação dos meus dias engraçados.

Obviamente o sucesso inegavel (ou quase inegavel) desse meio ano acabou obscurecendo o rsto da existência desse blog. Claro, olhando o grafico dos visitanes desde 2002, é muito nitida a diferença. A viagem salvou e revigorou O Blog, graças a você, meu querido leitor, que sente a minha falta e fica mais confortavel ao ler minhas noticias sobre esse fundo amarelo tranquilizador. Sim, graças também a você polytechnicien que fica vendo "olha, sera' que ele se fudeu tanto quanto eu na aula de mat?", sem qualquer vestigio de saudade, obviamente...

Os planos de mudar de endereço foram arquivados de vez, devido à melhoria do serviço do weblogger. Tenho que dizer que tb nao tenho nenhuma idéia original para colocar num template inovador, mas prometo dar um jeito nesse link do google e no banner idiota perdido, além de imaginar uma maneira de colocar aquele relogio (sim, aquele, com 2 anos de atraso, hehe). Ficou faltando uma coisa grandiosa. Uma grande historia. Uma teoria absoluta. Fica pra depois.


enviado por Bruno - Bruno as 19:25:20. comentários[1]


Aqui na escola a gente recebe uma revista da comunidade de alunos e ex-alunos da Polytechnique. Acho que da' pra comprar em bancas de jornal, nao tenho idéia de quanto custa. Bom, a revista não é la' grande coisa, mas na edição desse mês tinha um problema de matematica extremamente interessante. Ele é daquele tipo que parece bobo, mas é completamente foda. A pessoa que conseguir resolvê-lo (de verdade, sem consultar a resposta na internet nem, principalmente, na pagina 72 da revista) ganhara' meu eterno respeito e admiração. Não que isso valha muito, mas é o que eu posso oferecer.

Tradução tosca e literal feita por este que vos escreve:

"Uma mensagem originaria de fora do Sistema Solar foi interpretada por especialistas como sendo 'A equação x^2 -45x + 322 =0 possui duas raizes inteiras, encontre-as'.
Qual mensagem você deve enviar como resposta?"

enviado por Bruno - Bruno as 17:18:19. comentários[1]

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