sexta-feira, março 10, 2006

Arquivo - Março 2005

quarta-feira, 30 de março de 2005



Nada na vida é realmente filosofico. Na verdade, tentamso dar interpretações diferentes para os fatos de acordo com as nossas vontades, sentimentos ou bagagem cultural.

Eu, ao contrario de ler um livro de auto-ajuda, escrevo um blog pra dizer que a vida tem esperança.

Hoje fomos patinar. Para os normais, um momento de diversão. Para os que ainda hoje acreditam que o ato de andar é um milagre da natureza e que o fato de nunca ter quebrado um osso é uma grande coincidência, o simples passeio pode ser complexo. Muito complexo.

Comecemos enfiando os patins. Ok; Acho que o meu numero aqui é 47. Usei um 48 na usina nuclear, ficou bom, mas os maiores patins eram 47 mesmo. Segundo passo, tirar o no' dos cadarços. Coisa extremamente avançada, diga-se de passagem. Vencido esse outro obstaculo, fez-se necessario um deslocamento sobre o piso normal, até o gelo.

Cumpre-se dizer que eu nunca tinha andado de patins normais, então começar pelo gelo não era o mais adeequado...

Com alguma dificuldade, e dor na planta dos pés (jogar o peso do corpo naquela fina lâmina não é fisicamente logico...) atinjo o antigo rinque de um time de hoquei (Les canards puissants de Cherbourg, talvez...) e descubro que parar em pé não é tão trivial.

E na primeira curva descubro mais uma verdade auto-evidente que me parecia oculta: o gelo é duro. Bem duro. Cai quando tentava virar.

Com bastante esforço, ajuda de todos (brasileiros, chilenos, professores franceses e até mesmo dele, Cristian, o romeno) consigo progredir um pouco.

No entanto, obviamente, os tombos continuavam. Lembrei, também obviamente, da sabia frase "O meu idolo é o João Bobo", ou seja, devemos levantar sempre, com a certeza de que a proxima queda é iminente, mas sem se abalar muito por isso. Tinha também uma propaganda dos jogos olimpicos de inverno, de 2002, eu acho, que passava na ESPN (ai, ESPN...) muito boa.

No fundo, eu tenho um fraco por coisas que dão dimensões épicas para o esporte, como essas propagandas, e, quem asbe, O Blog.

Um dos filmes falava de Hermann Maier, um austriaco que ganhou tudo que pode no ski, e num certo ano tomou um tombo monstruoso antes da final, mas mesmo assim conseguiu vencer. A propaganda, além das imagens impressionantes e de um texto explicativo que aparecia na tela, continha a seguinte frase, "Falling is Easy.
Getting back up, That's the hard part.", ou seja, "cair é facil. Levantar depois, essa é a parte dificil". http://multimedia.olympic.org/pdf/en_report_73.pdf, pagina 9.

Certo momento, um dos kwaitianos se aproxima de mim e diz "A Stephanie (uma das professoras) me mandou que eu te empurrasse...)", eu tentei evitar, mas é meio foda lutar sobre o gelo com um cara da marinha. Conclusão: vi o gelo de perto, de novo. A professora realmente ficou rindo depois que eu cai, mas eles repetiram a brincadeira com outros (depois de perguntar se tava tudo bem comigo.).

Decidi que eu precisava dar uma volta completa, sem encostar na beirada. Depois de algum sufoco, e mais ajuda do pessoal, consegui (o que não quer dizer que eu não encostei no chão, haha). Estava tentando dar uma volta completa de verdade, mas cai ainda outras vezes, e na ultima delas dei uma pancada na coxa...Ta doendo um pouco, mas beleza.

Ah, a viagem pra Paris fica pra depois. Ir pra la' é facil. Superar os limites da descoordenação motora, that's the hard part.

enviado por Bruno - Bruno as 16:13:04. comentários[1]


Post sobre a releitura...

Reler o proprio blog é das coisas mais egocêntricas e interessantes que eu faço. Proucro uma das vezes em que eu falei do João Bobo...Descobri que no começo da poli eu ja tinha feito um post "nada de novo no front". Além disso, encontrei uma pedra no chéao da classe de francês ha' um tempinho...Até quando, meu Deus?


enviado por Bruno - Bruno as 15:17:34. comentários[0]


bla bla bla
enviado por Bruno - Bruno as 14:58:04. comentários[0]

terça-feira, 29 de março de 2005



Parte 2:

Embarco para Paris. Durmo no ônibus. Chego na estação de trem e me perco. Pensei, "porra, se eu quase não me perco em São Paulo, que tem 10 vezes mais pessoas, eu tenho que achar os caminho aqui". Tomei um primeiro trem, depois fiquei perdido em outra estação, e tinha a certeza de que eu tomaria o trem errado pro aeroporto. Assim sendo, tratei de não demorar muito pra entrar em um deles, assim dava tempo pra voltar...Curiosamente, era o trem certo... Pelo menos foi assim que um negão, daqueles de filme, me disse. O cara falava em um inglês pior que o meu, mas me confirmou que iamos para o aeroporto. Passamos pelo Stade de France (eu acho...), onde eles ganharam no ja' famoso "quatre-vingt-dix-huit"...

Desço no aeroporto. A mulher do cara se perdeu, e desceu numa outra estação. Fiqeui com pena do camarada, que estava perdido, atrasado pro seu voo em direção a Gana, e ofereci de levar a mala de mão dele.

Um pouco depois eu penso que eu poderia ser vitima de uma quadrilha internacional de drogas, ser preso, extraditado, expulso da Polytechnique, sei la'...Como perguntar pro cara se ele tava levando drogas? Preconceito meu? Certamente foi, admito, mas era o tipo de situação que eu tentatria evitar com um ariano tb...Dei um jeito de pegar um onibus pra um dos terminais...

Descubro que a minha irmã não ia chegar ali, e sim em outro lugar. Conversei um pouco com ma familia de brasileiros no aeroporto. Curioso. Eles me falaram de um lugar que vende fuba', guarana' e outras coisas, mas n~éo peguei o endereço....

Não consegui encontrar a amiga da minha irmã no desembarque. Peguei o ônibus pro estacionamento, por engano. Voltei pro terminal 1. Dai pro terminal 2. Correndo pra chegar antes do avião. Saio disparando no saguão, e vejo a minha irmã do outro lado de uma mega operação policial, e os soldadinhos dizendo pra gente se afastar...Alguém, com nome arabe, tinha esquecido uma mala na porta...Imagina a reação...Eles iam explodir a bagagem, ou sei la' o quê, e cercaram o lugar. Ficamos impedidos de passar. Parecia cena de filme.

Depois de rodar à pé por muito tempo no aeroporto, ter encontrado a amiga dela por sorte, decido passear num lugar que tinha aquelas esteiras horizontais pra pessoas. Sempre quis andar numa daquelas...Acabei fazendo uma volta ridicula, mas que me levou pro lugar que eu precisava. Achei a querida parente, e pegamos o taxi pro hotel. O resto realmente fica pra depois, que a tendinite ta atacando, haha. Sério, o teclado daqui não é tão bom, não consigo digitar muito tempo...

enviado por Bruno - Bruno as 16:00:09. comentários[0]


As pessoas costumam se viciar em coisas idiotas. Coca-cola, Championship Manager, ping pong, e, às vezes, postar em blogs. Acontece...

Mas
, nesse vicio como em outros, às vezes é possivel perder o espirito pela simples abstinência prolongada. Não posto faz uns dias, ai' vai dando uma preguiça...Bom, em todo caso preciso continuar o espirito.

No entanto, para não chocar o caro leitor, e para néao fatigar ainda mais as suas queridas retinas, vou tentar parcelar as coisas.

Sexta feira, 8h. Partimos para visitar uma fabrica que recicla o combustivel usado das industrias nucleares...Interessante, a principio, mas sem muita coisa pra ver por la'. A segurança não era tão elevada, mas tinha muitas escadas, deu pra ficar com a perna doendo.

Fim de tarde, saimos pra encontrar os franceses do prépa. A gente não tinha muito assunto, então saimos rapidamente da escola. La na "pro'-aluno" deles tinha uma lousa branca, e Sérgio, o Trator, tinha escrito "Chile bla bla bla", e feito uma bandeira. Antes de sair, deixamos nossa marca: apagamos a bandeira deles, desenhamos uma nossa e eu escrevi "5 vezes campeão do mundo". Vai falar de 98 (que eles dizem "quatro vintes dezoito") na puta que pariu. Fomos jogar bola, depois, num parque. Definimos os times por critérios de cor de camisa...Vai entender...

Naquela tarde entendi boa parte da mentalidade europeia, e compreendi porque o Brasil é o pais do futebol. Os times tinham 7 na linha, e a minha defesa se deu ao trabalho de armar uma retranca com 3 zagueiros, Cristian pela esquerda, Franchuco X pela direita, e menina Franchuca de libero! Meu Deus, quem joga futebol num parque com um libero? Qual o sentido disso? Os caras jogavam tão atras que ia me adiantando e quase chegava neles...Conclusão: tive que ficar quietinho, "dentro" do gol...Num escanteio, virei pro romeno e disse "vai la'!". O cara me olha assustado, "pra onde?". Não valia a pena responder. Eles são doentes. Minha perna ficou doendo mais.

Demoramos alugmas horas pra jantar (os restaurantes servem tudo BEM devagar, num ritual infernal.) 3 horas depois, achei que era uma boa retornar pra base, pra poder descansar e pegar o trem no sabado. No entanto...

Antes de contar a historia, digo que me deu vontade de olhar o cardapio do bandejão de hoje, e tinha "carne picada com moyashi" e também "salada de beterraba com moyashi". Comi purê de abobrinha com atum hj...Tenso...

Voltando à fatidica sexta-feira, eu queria voltar rapido pra base porque precisava ligar pra minha irmã, antes dela embarcar. Assim, resolvi pegar o onibus mais cedo, enqaunto o pessoal ia pra balada. O Arthur indicou mais ou menos o caminho, então eu, o Quachio e o Tiago estavamos à pé.

Belza, estamos a pé, no exterior, na cidade mais segura da França. Era meio cedo, então não tinha problemas.

Mas tinha um francês bêbado no meio do caminho. No meio do caminho tinha um francês bêbado que começou a dizer qualqer coisa com "brésiliens" , "cherbourg", "fils des putes". Fudeu, eu pensei, no estilo paulistano. Em seguida tentei me manter calmo. Não havia motivo
pra pânico. Ele ia xingar, os latinos abaixariam a cabeça, e tudo seguiria.

Mas ai o cara começou a vir atras da gente...Começamos a apertar o passo, ele xingava mais alto, e de repente vi um copo de plastico ser arremessado no Tiago.

Fudeu grande...Os dois disseram que eu gritei "Fudeu, corre, mano, ele ta' vindo atras da gente", mas eu não me lembro disso.

Começamos a correr, e o filha da puta chtuou o Quachio, que continou em pé, mas o cara caiu. Nisso eu pulo por cima dele (não sei por quê), e, no ar, penso se devia ou não dar um pisão nele (estilo M. Bison, haha), mas decidi que era melhor não.

Continuamos a correr descontroladamente, e vimos 3 caras se aproximando do bêbado. Achei que eles iam pegar a gente tb, mas os caras seguraram o idiota.

E o mdeo de continuar andando pela cidade depois, e esperar o onibus?

De repente...

Quando estavamos andando por uma outra rua, discutindo, assustados, vimos 3 pessoas, um senhor, uma senhora e um velhinho. O ultimo tinha uma garrafa e um copo na mão. Achei que ia acontecer de novo. Ja me vi apanhando de outro francês, mas nisso o camarada, meio alto, vira pramim e diz "O que ocorre?" (em francês), eu disse "nada, tudo bem".
Não me pergunte como ele sabia que a gente tava atrapalhado, ningyuém tava falando muito.

Nisso o cara abre um sorriso, diz "La vie est belle", e entra no bar. Ainda bati nas costas dele e disse que ele tinha razão. Deveria ter usado "vous" (tratamento formal), mas esqueci. Acho que o Dono do Bar sorriu nessa hora.

Era preciso embarcar para Paris. Mas isso ja' é outra coisa...

(eu volto essa madrugada, pro pessoal dai' que quiser esperar...Lembrando que o fuso agora é de 5 horas, e que a internet não funciona das 11 até a 1, horario local.)


enviado por Bruno - Bruno as 15:37:31. comentários[0]

quinta-feira, 24 de março de 2005



Impossivel? Impossivel é encontrar um almirante suiço...

Concordo, ainda, com essa célebre definição. Porém, por outro lado, acabo de descobrir que o comandante aqui da base é...Austriaco! Como?! Muito estranho...

Dispensaram a gente da piscina, hoje. Sem atos de heroismo, haha. Fomos ver um bizarro jogo de rugbi do torneio da marinha francesa, mas eles jogam so' com 7 jogadores (ao contrario de 15), num campo menor, com uma duração menor. Não foi divertido, mas pelo menos eu não me afoguei...Assisti a uma incrivel vitoria de Lorient sobre Marselha, de virada. Na seqüência ia ter o jogo de Cherbuorg, mas não deu pra ver...

Também cancelaram a corrida. Ainda bem, ou eu ia parar de andar, haha.

Amanhã tem visita a uma usina de tratamento de material radioativo. So' falta ter que colocar roupas de proteção, luvas, rir do chileno sem cueca, pra depois não ver nada. Estão diminuindo o periodo da minha senoide, haha.

E no sabado é "nois" em Paris.

enviado por Bruno - Bruno as 16:42:04. comentários[3]

quarta-feira, 23 de março de 2005



Nada de novo no front
enviado por Bruno - Bruno as 15:36:19. comentários[1]

terça-feira, 22 de março de 2005



Usina nuclear? Era melhor ter ido ver o Pelé...

Todos acreditamos que o esquema de segurança de uma usina nuclear deveria ser uma das coisas mais complexas do mundo, mas não temos essa noção exata até que o cidadão da usina diz: "agora os homens entram nesse vestiario, vestem esse chileno ridiculo de plastico e tiram toda a roupa, menos a cueca".

Sério.

So que estava junto um dos franchucos da base, que é bem gordo e porco...Não foi legal ver ele de sunga...Mas o pior é que o outro franchuco e o Sérgio, o Trator chileno, estavam sem cueca, e tiveram que usar um pedacinho ridiculo de papel. Vergonhoso. Depois vestimos uma meia estranha, uma camisa curta, um macacao sujo de graxa, luvas, um chapeu mais idiota que o chinelinho anterior (que foi pro lixo), um dosimetro, um cartão com codigo secreto...

Entramos, depois de digitar nossa "senha", numa sala gigante, com uma grande piscina azul. Eles adicionam algum composto de boro pra capturar os nêutrons, mas era apenas o lugar pra esperar a atividade baixar, pra poder transportar de volta pra usina de reciclagem. O reator mesmo não deu pra ver.

Vimos tb varias maquinas. Obviamente é sempre divertido ver instalações industriais, com maquinas gigantes, varios canos, barulho e calor, mas não vimos nada de realmente radioativo. Meu contador continuou zerado, eu perdi o papel da senha em algum lugar da industria (uhn...), mas não ganhamos nem um pouquinho de urânio 235. Droga.

Teste: confine uma duzia de sulamericanos, dê bastante lição e depois de um tempo deixe uma noite livre, dizendo que eles opdem jogar futebol. Provavelmente você observara' os filhos de 500 anos de opressão e mistura racial pulando, girando, e gritando "FUTEBOL!"

Bom, estou com a canela doendo, mas sempre vale a pena. TOmei um tranco do romeno.




enviado por Bruno - Bruno as 18:01:55. comentários[5]

segunda-feira, 21 de março de 2005



No médico

Hoje fui falar com o querido colega de branco. O cara que me atendeu tinha um jeito de indiano, era moreno, meio estranho...

Falei bom dia pro cara e ele ja veio com "o que você veio fazer aqui". Disse que o meu pé estava zoado, por causa das piscinas porcas. O desgraçado deu uma olhada e me perguntou, educadamente, se eu trocava as meias todos os dias...Disse que isso era claro, ele me receitou um po'.

Em seguida, ele me perguntou se eu estava meio gripado, respondi que sim, com um pouco de dificuldade pra falar. Ele me receitou mais quatro remédios, xaropes, vitaminas, comprimidos e um pra pingar no nariz.

Ja' qiuanto ao Roacutan, que ele deveria ter sido mais rigoroso, pedir exames, me fazer assinar o termo de compromisso, não aconteceu nada. Estou meio preocupado com a falta do exale de sangue, vou ver se descolo um, haha. Em todo caso, ele me receitou mais um mês de remédio, numa versão que se chama Curacne ou coisa do tipo. 60 e poucos euros, mas o governo frances vai reembolsar. Oba, remédios de graça, haha!

No fim da tarde, um dos franceses que manda aqui bateu na porta, depois que a gente tinha voltado do esporte. Eu tinha acabado de sair do banho, e primeiro falei em português porque não sabia que era ele...Depois pedi pra ele esperar um pouco, comecei a me vestir correndo, coloquei uma camisa genérica e quando estava passando pela cabeça meu oculos saiu voando e eu agarrei no ar! E o francês esmurrando a porta e gritando Brüüüünôô (o u é entre "u" e "i", a silaba tônica no final), e finalmente quando eu consegui abrir a porta o cara tinha ido embora. Enfio a cabeça pela porta, e o vejo no final do corredor. Ele volta, e diz que eu precisava assinar umas coisas, e perguntou se eu tinha uma caneta. Como meu material estava na sala de aula, eu tive que fazer uma busca paleontologica na minha escrivaninha...Achei, depois de um pouco, e nisso ele ja tinha entrado na minha bagunça...

Pra assinar, não dava pra chegar na superficie da escrivaninha, então escolhi a parede, que fica abaixo das roupas secando...Bizarro...

Ele pediu então uma calculadora, pensei que era desnecesario pegar a HP, as pilhas, etc. Lembrei que o meu relogio era calculadora, e me concentrei fortemente pra não usar a RPN (Reverse Polish Notation, Notação polonesa reversa, aquela que a HP usa, e na qual 2 + 2 é "2 "enter" 2 +") Ele me mostra um valor, e pede para eu somar com outro. Fico parado, com a calculadora na mão, pensando em que outras operações eu devia realizar, mas ele disse aquilo era tudo. Porra, somar 2 numeros de cabeça eu ainda consigo...Resultado: 75 euros gastos agora, mas que serão depositados deopis na minha conta (detalhe que eu nem tenho cartão, mas pra tudo da' se um jeito)

Conclusão: MEDICINA, Ô BOSTA!

enviado por Bruno - Bruno as 17:31:50. comentários[2]

sábado, 19 de março de 2005



Novo link, http://caionafranca.blogspot.com , de um dos meus veteranos.

Como eu sabia, os nomes das matérias estavam errados. Qualquer dia eu acerto, ou não.

enviado por Bruno - Bruno as 22:40:30. comentários[0]


Fomos na livraria hoje. Comprei um dicionario francês-francês, e um Robson Crusoe.

Ei, Hoje LI NA Kama RoBson CRusoe em FRancês. Haha, a minha 2A meta agora sera' conhecer um Senhor Barata e uma "Bela Magrela"...Comprei mais pela piada, acho. 3,60 so' por isso...

Comprei as passagens pra Paris.

Ah, na sexta-feira a gente tava brincando de pinta (o pega-pega chileno), e quando eu tentei alcançar o Tiago ele fechou a porta no meu braço. Ta com uma marca meio bizarra, parece que eu tentei me matar, hehehe. Agora ja' ta' melhor. Como diria meu pai, brincadeira de mão não da' certo.

Comecei a mudar meu planejamento. Acho que vou esquecer isso, ou mandar tudo à merda e ir vender pastel.

Gravei um video jogando ping pong. Quem quiser assistir, faça a inscrição nos comentarios...O que a gente não faz por uns comentarios a mais, hehe.

Uma das fotos do fotolog, aquela que tem três pés, mostra que a gente adentrou o patio sagrado, que fica em frente à bandeira, e pelo qual não podemos passar (mas sempre tem um milhão de albatrozes cagando ali).

Desisti de arrumar o meu quarto por razões termodinâmicas: a entropia aumenta espontaneamente, o resto néao impora.

enviado por Bruno - Bruno as 22:05:04. comentários[4]

sexta-feira, 18 de março de 2005



Prévia das matérias que eu vou cursar na Polytechnique, a partir do 2° ano , ou seja, setembro. Quero deixar claro que todas as escolhas ainda podem ser mudadas, em função dos eventos futuros. Todos os nomes de matérias foram mal-traduzidos do inglês. Por ora, la' vai:

2° ano, semestre de outono.
Matérias longas (6 meses): Fundamentos de Quimica Molecular e Mecânica de meios continuos.
Matérias curtas: Introdução à analise econômica e Biologia molecular.

Semestre de Primavera:
Longas: Fisiologia molecular e Modelamento matematico
Curtas: Mecânica dos Fluidos e provavelmente um lab, de quimica, talvez.

Majeurs (tipo especialização): Biologia e Quimica da vida.

Essa é a opção covarde. Nada de Fisica, uma matéria de Matematica. Parece ser bom para garantir a sanidade mental, um opuco da auto-estima e finalmente conseguri fazer Engenharia Genética e conquistar o mundo com meus clones.

Talvez seja covardia demais. Sei la', ir para a escola do Cauchy e fugir igual um...Brasileiro!

Aguardemos os primeiros cursos de matematica, haha.

enviado por Bruno - Bruno as 22:17:30. comentários[4]


Hoje foi dia de visitar um prépa, uma classe preparatoria pros franceses que querem entrar nas Grandes Escolas de Engenharia, das quais a melhor é a Polytechnique. ou seja, é um lugar onde eles se fodem grandão por 2 anos pra sair como semi-deus. A gente teve so' uma pequena amostra hj, pra não se assustar muito quando chegar la'. BNom, como eram 7 horas e meia de aula, tinha que me entreter com alguma coisa, ou seja, rir dos franceses e tomar notas pro Blog. Seguem excertos das 37 paginas de anotação (sério, o numero...Eles são maquinas...Estou com dor no pulso).

15 minutos. Sussa. Eles não conversam na aula. Um franchuco me olhou estranho quando me ajeitei na cadeira e fiz barulho. Doentes...

Romeno fez pergunta idiota. O professor explicou um simbolo meio estranho, e disse que " y' é a derivada de y". Uh...(isso é muito facil, qualquer "criança" sabe).

O professor escreveu umas 3 vezes seguiidas a mesma coisa, de modos diferentes, e apagou tudo depois. Filha da Puta!

A primeira integração com os franceses foi nas equações diferenciais.

Apos uma hora, escrevi 4 pg. Em um dia, serão umas 12. Em 2 meses, é tudo que eu escrevi em todos os meus cadernos de calculo desde o começo da faculdade!

Eles não têm diminutivos ou aumentativos, então da' muito trabalho falar "Grande "a" que multiplica pequeno "b", do que "Azão vezes bezinho". Ah, eu amo a nossa lingua.

Teve alguma coisa de topologia de ponto fixo da puta que pariu que eu não entendi nem as palavras. Meu Deus...Teve tb o diferencial de um determinante (!) e exp (A), onde A é uma matriz! Puta merda de novo...

Sentou um Faccini paralelo do meu lado. Ele riscou as duas mãos com a caneta, sem querer, e se manchou de branquinho, haha.

1 negro. 3 meninas. 21 franceses, ao tudo.

Eles usam delta pra Laplaciano, sem colocar de ponta cabeça.

Entendi uma parte da aula de fisica graças a uns pedaços de FT2 que eu vi no Brasil. viva!

O professor passou uma lição. Todos correram pra pegar as agendas na mala, que nem crianças de 5 anos. Nem pensaram em fazer uma bolinha no exercicio, haha. Doentes mesmo...

70% do dia. mão doendo. pzipiazyrazryh (tem uma coisa que eu não consigo ler...)

O melhor aluno da sala parece um Gremlin, e divide a cadeira com um clone bizarro. Medo...

Eles conversam sim, mas tentam falar muito baixo.

As matérias deles: Matematica, Fisica, Francês, Inglês, Espanhol ou Alemão e "Ciência e Industria", seja la o que for isso.

Esses caras não tem noção. Não da pra aguentar 7 horas nesse ritmo. Aqui nos somos os exoticos, eles riem das nossas roupas coloridas, da nossa vontade de ir no banheiro. de nossas tosses, de nosso sono. Pelo menos sabemos que no Brasil a lingua oficial não é o espanhol, e que a agua faz pontes de hidrogênio. Bando de bitolados...

Teorema de existência: dada uma classe qualquer, em um pais qualquer, existe sempre uma menina que senta no canto esquerdo da sala, na primeira carteira, proximo à mesa do professor, em geral. Note que o teorema não garante a unicidade da solução, pois a referida garota pode ter amigas.

A lei das malhas é simples minimozação de entropia. Uau!

Eles escrevem na mesa.

enviado por Bruno - Bruno as 16:53:04. comentários[4]

quinta-feira, 17 de março de 2005



Obviamente o ser humano tem limites. Ninguém acredita que um dia correremos os 100m em 4s, pelo simples fato de não sermos guepardos. No entanto, como em geral estamos muito longe de nossa capacidade maxima, acreditamos que podemos fazer tudo. E o pior, às vezes conseguimos.

Vocês certamente riram do primeiro dia de piscina. Bom, aquele instrutuor que me mandou pular de qualquer jeito é o mais simpatico. Hoje estava um possivel descendente francês do Hitler.

O instrutor nazi mandou que organizassemos uma fila na plataforma.

Plataforma? 3m? Monsieur, je ne sais pas nager! (Senhor, eu não sein adar !). Dois dos que também não sabem estavam fora da aula. Sobrou eu e o David (aquele cujo nome utilizei na primeira viagem de trem). O seu Nazi disse então pra pegarmos um spaghetti (batata frita, para eles...). Otimo, penso eu, minha vida depende unica e exclusivamente de um pedaço amarelo de isopor vagabundo. Ah, eu odeio a industria quimica...Em todo caso, é so' o que me resta, então é melhor me agarrar a ele com todas as minhas forças, como se a minha vida dependesse disso. Ei, minha vida dependia daquilo! Fudeu...

David desiste. Eu digo a ele que existia uma campanha pra levantar a auto-estima dos brasileiros e que a gente fazia piada nessa hora, mas ele não pareceu compreender o "je suis chilien et je ne quitte jamais" (eu sou chileno e bla' bla' bla').

Fico por ultimo na fila. Os kwatianos fazem miseria pulando, os latinos sobrevivem, e chega a minha vez.

Subo e vejo a imensidão azul. Agradeço a Deus novamente por ser miope. Converso com o instrutor, pergunto se tem um jeito melhor de segurar. Non, ele disse. Talvez colocar os dois braços por cima do spaghetti, e força-lo contra o peito. Ele grita para um outro la' longe: "Ei, atenção agora!". Vejo a minha vida passar pelos meus olhos. Penso em descer a escadinha, ser humilhado por todos, conviver com a sensação do fracasso. Viro pro cidadão e digo que estava com medo. Em inglês. Perdi a noção, fiquei meio envergonhado e resolvi dar um passo à frente no abismo.

Caindo, penso em como a gente faz dramas desnecessarios antes dos problemas e blfafgh, gasp, âââââhhhh, blafgh, estou me afogando! Abro os olhos e estou muito longe da superficie, um metro, sei la'. Agarro na merda do spaghetti e espero que a diferença de densidade surta efeito. Alguns goles a mais de agua, e la' estou eu, respirando quase bem e aplaudido por quase todos.

Nado até a outra ponta, com a batata, e volto pra fila. Ok, mais um salto. Chego la' em cima, e descubro que vou ter que largar o spaghetti la'! Argumento com o Filho do Demo que não tinha condições, eu ia morrer la', mas ele me garantiu que eu chegava na superficie. Ok, dessa vez eu pulei com a certeza da morte um pouco maior, e quando abri os olhos finalmente compreendi o significado da expressão "Venha para a luz". Subo com todas as minhas forças, e agarro o pedaço amarelo. Ufa! Salvo.

Ainda mais um salto. De costas. Um kwaitiano obeso ficou num vai, não vai, e depois de uns 5 minutos pulou, espirrando agua para todos os lados. Sem problemas...Quando chega a minha vez, penso que eu vou bater o queixo na base da plataforma, mas da' tudo certo, tirando o meu calção, que queria fugir. Sobrevivo.

No final, tinha que pular daquela plataforminha de competição e nadar 50m. Consegui uns 30. Mais um mês e da' pra fazer 100.

Missão cumprida, vida prolongada, auto-estima elevada. Amanhã iremos para o cursinho dos franchucos que querem entrar na Polytechnique. Sera' minha chance de analisar minha vocação pra ser bicho de zoologico.

Outras coisas relevantes: aniversario do Sergio e de um kwaitiano, compraram 3 bolos, 3 cocas. Acabou toda a comida. Sem brigadeiro, sem coxinha. Não estamos no Brasil, ok. À noite, show de musicas irlandesas, celtas, bretãs e sei la' eu o que mais, com um grupo francês...Parece que era engraçada, mas a gente não entendia quase nada quando eles cantavam.

enviado por Bruno - Bruno as 20:02:05. comentários[4]

quarta-feira, 16 de março de 2005



Qual o problema na foto?




O que? Assistir a um jogo tosco desses, de madrugada, do outro lado do Atlântico? Que coisa mais sem noção....

Não, o unico problema realmente grande é jogar com 3 zagueiros contra o Santo André. Puta que pariu...

enviado por Bruno - Bruno as 23:28:29. comentários[2]


Loop infinito

Hoje na aula tivemos que responder porque viemos pra França, qual o evento que nos despertou o interesse e quando começamos a gostar da cultura.

Bom, eu não gosto da cultura até hoje, hehe. Ja' ao evento, não tenho a menor duvida de qual foi. Me lembro nitidamente do dia que estava em um dos anfiteatros (amarelo, vermelho, sei la') e ouvi dizer que a bolsa era de 2100 euros. Naquele momento eu me lembro de ter pensado: "Porra, custe o que custar eu vou pra França". Tenho testemunahs (ao menos uma, se ela se lembrar bem) que isso é verdade.

No fim das contas, a bolsa não era tão grande, mas ainda achei que valia a pena, pelo resto.

Qual resto?

Seu la', parece dificil de explicar por escrito. Talvez tenha sido so o dinheiro mesom, hehe.

Depois tivemos uma reunião com os chefes da Câmara de Comércio de Cherbourg. Os caras vivem numa merda de região, com 100.000 pessoas, no maximo, e acham que isso aqui é o maximo. Ficaram falando um tempo enorme sobre os pintores, poetas, e o escambau. Nada de muito importante. Ta', o Grignard (dos "compostos de Grignard") nasceu aqui, mas foi tudo. Depois os caras perguntaram o que diabo a gente foi fazer na França. Fiquei com mais vontade de dizer "Nada, so' vim roubar o dinheiro e o know-how de vocês, para depois voltar para minha terra querida, onde as pessoas sabem assar carne e o Sol esquenta", mas me contive. Eles quase imploraram pra gente voltar la' e ttrabalhar na região algum dia, e ainda serviram amendoins, suco de laranja (que tinha cheiro de salame, haha) e Perrier.

Os polytechniciens franceses são disputados à tapa, porque sofrem igual um bando de cachorros no prépa e assim se tornam resistentes a qualquer coisa. Enquanto isso, nos, estrangeiros, entramos pela porta dos fundos, sem saber quase nada, sem ter a fibra, mas coneguimos o diploma. Otimo. Os caras acham que nos somos deuses, e ninguem pretende desmentir. Problema deles, se contratarem a gente.

enviado por Bruno - Bruno as 17:33:32. comentários[1]


E o juiz apita, aos 45 do primeito tempo.

Vamos dormir no intervalo, e amanhã começa o segundo tempo. Mais um mês e "au revoir Ecole des Fourriers".

enviado por Bruno - Bruno as 09:22:23. comentários[0]

terça-feira, 15 de março de 2005



A vida nunca melhora ou piora. Os eventos bons são seguidos pelos ruins, de modo a manter o nivel de merda constante.

Ontem saiu o resultado da Bolsa Eiffel. Consegui. Êêêêêêêê. Ela é não sei quantos euros maiores que a outra, então da' pra viver um pouco mehor.

Por outro lado...

Hoje começou o curso de matematica e de fisica, sendo que o segundo foi bem tranquilo, coisas de reações nucleares que a gente viu no colégio. No de matematica a gente começou pelo basico, pelo nada, ou seja, pelos nomes dos conjuntos. Beleza, aqui os naturais são "inteiros naturais" e os inteiros são "inteiros relativos". Diferenças como essas são normais, eu aceito. No entanto, o problema de rigor ja apareceu.

A gente aprende que um numero complexo é aquele que pode ser escrito na forma z=a+bi, com a e b reais. Ponto. Mas ta' errado...

Ou melhor, esta' pouco rigoroso, haha. O certo é dizer que para cada z existe um UNICO par (a,b). Ninguém lembraria de escrever isso no Brasil. me lembrei imediatamente dos meus alunos do Pro'-Universitario. é como se a USP tivesse dado umas vagas pra eles na Poli, por exemplo, porque eles querem formar engenheiros de Guarulhos. Imagine que o curso dele vai começar em um mês, e a noção de matematica deles é ridiculamente tosca.

é a mesma coisa. A gente tem apenas uma vaga noção. Se numa aula de nomenclatura a gente ja sentiu a fragilidade do nosso ensino, a situação so' tende a piorar.

Porém, como disse o professor, outros alunos vieram antes da gente, e conseguiram aprender. Nos também vamos. Talvez custe o nosso sangue, mas somos chilenos e não desistimos nunca.

enviado por Bruno - Bruno as 09:24:53. comentários[2]

sábado, 12 de março de 2005



Como ja dizia aquele sabio principio de não sei quem, tudo em excesso faz mal.

Da pra vez que você passa por uma porta onde esta' escrito "acesso permitido somente para pessoal da Marinha" é interessante. Depois que vc almoça trinta vezes num lugar desses, o encanto se acaba. Hoje fomos ver mais uma coisa de acesso restrito, os arquivos da Marinha francesa, da parte norte do pais, mais especificamente. A parte do canal da Mancha, no fundo.

Legal, à primeira vista. No entanto, a responsavel por explicar as coisas pra gente era uma matraca ambulante, e a mulher nos massacrou com todos os tipos de informações desnecessarias. A bateria da minha maquina acabou assim que cheguei la. No fundo, não sei qual a graça de ver o registro dos malucos que estavam no navio que foi buscar o coraçéao do Napoleão em Santa Helena. Os caras tem muita fixação pelo Napoleão, acho que ja disse isso. A melhor parte foi descobrir que a França comprou a Corsega de Gênova em 1768 e o Napoleão nasceu em 69. Por um ano, ele não teria sido Napoleão, a França não teria invadido Portugal, o rei não fugiria pro Brasil, a América Latina não teria se descolonizado no século XIX, e somente apos a Segunda Guerra, talvez. Com isso, o laço Brasil-Portugal poderia ainda ser muito forte, (se nos não tivessemos feito uma guerra de independência terrivel), a Polytechnique não seria ligada ao Ministério da Defesa e não teria verba pra trazer os estrangeiros, portanto eu provavelmente estaria estudando em Coimbra agora. Acho que eu prefiria o Mondego. Caos...

Alguém sabe como era o nome do "italiano" desgraçado que resolveu vender uma parte do seu territiorio?

O malaio ta com uma pantufa de leão ridicula. Ele imprimiu aquela foto dos torturados no Iraque, bizarro...

Procurando melhor sobre a Corsega, descobri que ela foi anexada pelo governo genovês no século XIV, depois de umas tretas com o Papa e com Pisa. A Inglaterra, a França e outros paises tentaram anexa-la, mas a população local queria ser independente; no século XVIII, eles conseguiram sua independência, e Rousseau teria dito "Tenho o pressentimento de que essa pequena ilha assombrara' a Europa". Pois é. Gênova desistiu de lutar com eles, e cedeu o terreno pra França pra pagar umas dividas. No fundo, no fundo, mesmo quando parece tudo caotico, da pra achar que existe uma ordem deterministica;

Na visita aos arquivos vimos uns livros de Fisica da Polytechnique da década de 1830, com verdades absolutas como "nunca saberemos a dimensão dos atomos, essas pequenas esferas indiviseis", e "parece que um volume igual de oxigênio e hidrogênio tem o mesmo numero de moléculas". O estudante de exatas é muito pior que os outros porque realmente acredita que a Matematica e a Fisica estão certas.

Napoleão nasceu no dia 15 de agosto. Maldito 1 sobressalente...Sempre perto da gloria, sempre no dia errado, sempre por um pouquinho.

Do querido dia 5, além do Abel (o matematico) e o Pat Ewing, o pivô do Knicks, tem o Neil Armstrong. Legal, mas não é assim um Napoleão, haha. é o dia da independencia de Burkina Fasso, morte da Carmen Miranda e da Marylin Monroe. Do dai 4, tem o Arafat. No dia 6, a bomba atômica. é sempre a mesma historia. Esse blog poderia muito bem se sustentar com a repetição dos ultimos dois anos de posts....

enviado por Bruno - Bruno as 21:56:41. comentários[1]

sexta-feira, 11 de março de 2005



Um ano daquele atentado de Madri. Ta', ninguém lembra disso, mas foda-se.

A definição de mundo ideal é um tanto quanto dificil de ser feita. Para um engenheiro, o mundo ideal é a ausência de todas as complicações, e, em ultima analise, de tudo. Para mim, em particular, o mundo ideal é aquele que tem uns 20 minutos pra dormir depois do café da manhã e depois do almoço. Felizmente, quando tem corrida da pra dormir de manhã, e como nosso almoço foi aumentado da pra dormir à tarde tb. Pronto, néao preciso de mais nada.

Amanhã eu vou ver uns mapas antigos, nos arquivos da Marinha. Talvez tenha os planos de invasão do Rio, sei la'.

Descobri que uma professora minha morou na Letônia. Cara, a Letônia nao existe.

E aquela historia de linguagam "verlan", ou seja, as inversões de palavras, realmente existem. Não entendeu a piada? Uma pena, mas o pré- requisito pra entender é uns 2 anos de francês e ter feito o modulo 3 com o João.

Ultima coisa: sabem o Doug Funnie? Então, para os chilenos o cachorro dele se chama...Chuleta! hahahaa.

Sem idéias boas. C'est la vie.

enviado por Bruno - Bruno as 17:27:30. comentários[1]

quinta-feira, 10 de março de 2005



Explicando melhor: teve corrida ontem siim, não cancelaram por causa do vento. No entanto, um pouco antes da gente se trocar, começoua garoar. EU pensei que não era nada, e vesti a minha bermuda aqul ridicula de qualquer maneira. De fato, a chuva parou logo em seguida, assim como a circulação de sangue nos meus membros. Eu não me aqueci muito bem, e senti uma cãimbra desgraçada no meio da prova, mas ainda assim foi bem melhor do que a outra corrida. DIminui em 5 minuots o meu tempo, o que quer dizer um aumento de 8,5 para 10km/h na velocidade média. Incrivel. No final deram umas blachas muito boas, e ainda preciso descobrir a minha colocação.

A natação foi um pouco mais foda hoje do que de costume, mas eu comprei um oculos ridiculo, e quando ao menos eu consegui enxergar quão longe eu estava do muro e dos chilenos foi bem melhor. A vedação do oculos é realmente muito boa, o que quer dizer que ele me deixou com olheiras, haha. Me lembrem de mandar fotos bizarras com ele. Acho que hoje deu pra "nadar" quase uns 25m sem encostar na borda. Na boa, acho que em 3 meses eu consigo fazer melhor que o Moussambani.

Não deu pra ler o jogo do Palmeiras pelo ig, porque so' estão atualizando o placar, mas não tem a tela com a descrição dos lances. Estranho.

Ah, os franceses dizem "Une hirondelle ne fait pas le printemps". Ou seja, "uma andorinha não faz...PRIMAVERA"??? POis é, as aves que la' gorjeiam não gorjeiam como ca'. Na verdade, em inglês existe "one swallow doesn't make a summer", o que impede a nossa exclusividade. Em espanhol é verão, em italiano é primavera. Segue o site inutil que tem essas coisas: http://members.tripod.com.ar/kocher/latim/adagia_u.htm.

enviado por Bruno - Bruno as 20:58:16. comentários[4]


Hoje teve corrida de novo. O mesmo percurso. Achamos que era melhor ir cada um por si, para poder dosar melhor o ritmo e tb pra não conversar.

EM suma, deu uma puxada meio grande no começo, mas consegui manter mais ou mens o ritmo. Terminei na frente de 2 chilenos, da Angela e de mais uns 50 franceses, acho. Abaixei 5 minutos no meu tempo, e corri à 10 km/h. O tempo foi de uns 28 minutos e 45 segundos, acho.

As fotos irão pro fotolog, em breve.

enviado por Bruno - Bruno as 09:52:19. comentários[0]

quarta-feira, 9 de março de 2005



Existem varios tipos de malucos. Ha' os malucos que gostam de fazer provas, mesmo aos finais de semana. Têm os que acham que torcer por um time de futebol pode mudar o rumo dos acontecimentos, aqueles que pensam gostar de matetmatica e fisica e resolvem fazer cursos avançados no exterior e, principalmente, aqueles que depois de cuspir a pasta de dentes se olham no espelho e pensam:

"Porra, aquela frase é do Pessoa ou não?"

Merda. Engenheiro no exterior, numa fria cidade cinza e litorânea. Merda.

O Google não ajuda, infelizmente. Até que eu acho um site com varias obras do nosso amigo luso, so' que em francês!

Meu, muito bizarro! Partes legais, como "como os que invocam espiritos invocam espiritos invoco" perdem o sentido na tradução. E a Tabacaria vira "Bureau de Tabac". Nem mesmo o Esteves, o Esteves sem metafisica, ficou impune: tornou-se "Estève". Em todo caso, é bonito. Tem o "Le livre de l'intranquilité". Prefiro o desassossego, hehe.

Eu sei que o que eu fiz é um contra-senso sem tamanho, ler a tradução numa lingua que eu não sei direito de uma obra em português, mas foi divertido.

enviado por Bruno - Bruno as 20:55:37. comentários[1]


Peguei o horario da X. é bem confuso, não entendi merda nenhuma. Parece que so tem aula das 8:30 àas 17:45, no maximo, com uma hora e meia de intervalo. Nao parece tanto, mas tem cursos de linguas, e tem que dar o sangue. Amanhã penso nisso...

A gente fez uma redação hoje que foi quase trabalho em grupo. Cada pessoa escrevia os personagens, ou o lugar, o tempo, o como, o porquê, etc. Vou ter que escrever sobre ladrões de galinha em Cherbourg, mas outras pessoas tiveram coisas mais legais.

Conforme o tempo passa, as novidades tendem a zero, assim como as linhas escritas, enquanto o francês fica constante e a bizarrice alimentar vai pra infinito.

Ontem à noite, quando peguei os livros de verdade da X, respirei fundo e senti o verdadeiro sentido de ter vindo pra ca': aprender a jogar ping-pong.

Sonhamos com a gloria, a fama e o numero de visitas elevado durante anos, e quando eles chegam ficamos com raiva do proprio blog. Lembrei de um poema que é quase isso, mas n éao lembro o autor. Segundo o google, é um obscuro Vicente de Carvalho, que viveu no começo do século XX. Outros lugares dizem que é do Pessoa, mas nao acho nada.

Tem algo como "porque está sempre apenas onde a pomos e nunca a pomos onde nós estamos", mas sei la'. Ja fui melhor pra fazer citações. Ju?

enviado por Bruno - Bruno as 16:43:33. comentários[2]

terça-feira, 8 de março de 2005



Hoje veio um professor da X, que sera' o responsavel pelo nosso curso de francês pelso proximos anos. O cara é simpatico, parece o Tom Hanks mais gordo, e tem um humor negro legal, haha.

Ele disse que vai perguntar sobre a bolsa amanhã. Deixou também os livros que vamos usar nos primeiros meses do tronco comum. Foda...As aulas de ciencias daqui começam ja na semana que vem. A porca prepara o sei rabo pra forte torção.

Peguei também um material sobre a usina de tratamento de residuos nucleares que a gente vai visitar. Até seria legal trabalhar num legal desses, se não fosse aqui...A merda é que vai ser no fim de semana que a Juliana chega. So vou poder sair daqui no sabado à tarde, sera que ainda rola?

O Tom Hanks perguntou se a gente era da "Ecole polytechnique de São Paulo", e disse que tinha estado la'. Ele comentou que era um campus muito grande e bonito.

Sempre achei a USP muito bonita, mas é curioso que ela fica mais verde quando se olha do lado de ca' do Atlântico. Nossos bosques têm mais vida...

Hoje a gente viu uma série de expressões populares bizarras, qualquer dia coloco a traduçéao das melhores.

Numa outra aula, surgiu a expressão "les ennemies de mes amis sont mes ennemies". Lembrei do Grande Mestre na hora, claro, e o francês ainda perguntou se a expressão era usada no nosso pais, e pior, se era usada na matematica, e em que contexto. é...

As vezes isso aqui parece demais com um colegio bizarro. Entregar dever, educação fisica, pedir pra ir no banheiro, chegar na hora...Quando eu comecei a faculdade tinha saudades desse método. Agora, hahaha. é a velha historia da mente que se abra a uma nova idéia.

Enquanto isso, GARRA.

enviado por Bruno - Bruno as 16:10:03. comentários[1]

segunda-feira, 7 de março de 2005



Pedaços do texto: "os maiores cronistas do Brasil: o capixaba Rubem Braga.
Ela tem alma de pomba
Que a televisão prejudica o movimento da pracinha Jerônimo Monteiro, em todos os Cachoeiros de Itapemirim, não há dúvida. Sete horas da noite era hora de uma
pessoa acabar de jantar, dar uma volta pela praça para depois pegar uma sessão das 8 no cinema. Agora todo mundo fica em casa vendo uma novela, depois outra novela.

O futebol também pode ser prejudicado. Quem vai ver um jogo do Estrela do Norte F.C., se pode ficar tomando uma cervejinha e assistindo a um bom Fla-Flu, ou
a um Inter x Cruzeiro, ou qualquer outra coisa assim? Que a televisão prejudica a leitura de livros, também não há dúvida. Eu mesmo confesso que lia mais quando não tinha televisão. Rádio, a gente pode ouvir baixinho, enquanto está lendo um livro. Televisão é incompatível com livro - e com tudo mais nessa vida, inclusive a boa conversa, até o making love.

Também acho que a televisão paralisa a criança numa cadeira mais que o desejável. O menino fica ali parado, vendo e ouvindo, em vez de sair por aí, chutar
uma bola, brincar de bandido, inventar uma besteira qualquer para fazer. Só não acredito que televisão seja máquina de fazer doido. Até acho que é o
contrário: é máquina de amansar doido, distrair doido, acalmar, fazer doido dormir.
(...)
Quando você cita um inconveniente da televisão, uma boa observação que se pode fazer é que não existe nenhum aparelho de TV, a cores ou em preto e branco, sem um botão para desligar. Mas quando um pai de uma família o utiliza, isso pode produzir o ódio e rancor no peito das crianças e até de outros adultos.
Quando o apartamento é pequeno, a família é grande, e a TV é só uma - então sua tendência é para ser um fator de rixas intestinas.
- Agora você se agarra nessa porcaria de futebol ...
- Mas, francamente, você não tem vergonha de acompanhar essa besteira de
novela?
- Não sou eu, não, são as crianças!
- Crianças, para a cama!
(...)

Mas muito lhe será perdoado, à TV, pela sua ajuda aos doentes, aos velhos, aos solitários. Na grande cidade - num apartamentinho de quarto e sala, num casebre de
subúrbio, numa orgulhosa mansão - a criatura solitária tem nela a grande distração, o grande consolo, a grande companhia. Ela instala dentro de sua toca humilde o
tumulto e o frêmito de mil vidas, a emoção, o suspense, a fascinação dos dramas do mundo.

A corujinha da madrugada não é apenas a companheira de gente importante, é a grande amiga da pessoa desimportante e só, da mulher velha, do homem doente...
É a amiga dos entrevados, dos abandonados, dos que a vida esqueceu para um canto... ou dos que estão parados, paralisados, no estupor de alguma desgraça... ou que no meio da noite sofrem o assalto de dúvidas e melancolia... mãe que espera filho, mulher que espera marido... homem arrasado que espera que a noite passe, que a noite passe, que a noite passe..."

Não existe inteiro na net, depois alguem digita pra mim, haha. Ta no "200 Crônicas Escolhidas Escolhidas", Editora Record, 1979, págs. 318-319.

enviado por Bruno - Bruno as 17:48:31. comentários[1]


Todos os programas vêm com o codigo especial de apertar ctrl-alt-F-D e acionar a opção "Fuder o seu texto". De vez em quando, aparece uma tela escrito "Você tem certeza que quer fuder o seu texto?", e você é obrigado a clicar no sim.

Perdi as idéias de hj. Resumo:

Comida bizarra: pato doce, champignon, lingua de boi, agua quente.

Romeno mala.

Escalei uma parede. Dor no braço.

Enviei o postal.

Fiz o curso da FFLCH.

Muita dor nos dedos.

Romeno muito mala.

Quando sai o resultado da bolsa eiffel?

Eu estava escrevendo que os cientistas buscam padrões nas coisas, para conseguir um minimo de condições de estudo. Sempre acreditei que se eu algum dia tivesse que mobiliar uma casa jamais compraria um radio.

E hoje, em pleno centro comercial de Querqueville, comprei um, por 3 euros, ou 500 g de Lays (batata frita). Barato, mas necessario, pra melhorar um pouco a absurda ausencia de barulho do meu quarto. O Rubem Braga tem um texto muito bom sobre a "maquina de amansar doido, de fazer doido dormir". é exatamente o caso.

enviado por Bruno - Bruno as 17:40:14. comentários[0]

sábado, 5 de março de 2005



Como diria meu idolo Jack, o estripador, vamos por partes. Mas, vamos começar in media res. Ou melhor, in final res (desculpem o assassinato do latim, mas se fez necessario).

O que vc faria se visse 15 kwaitianos gritando seus gritos de Guerra, batucando nas paredes, jogando agua uns nos outros (com a mangueira de incêndio) e às vezes nos ocidentais também, invocando Allah para ajudar a degolar os infiéis ? Eles jogaram agua no corredor, e agora estão escorregando por ele. Bizarro. Mas eu estimaria minha chances de sobrevier em 15%.

E Vejam agora com que destreza, com que arte faço eu a maior transição deste post. Vejam: o meu texto citou um marinheiro russo ; O russo ficou preso no Kursk, e morreu preso la'; submarino pressupõe construção naval e eis aqui como chegamos nós, sem esforço, ao fim de semana em que visitei Lorient. Viram? Nenhuma juntura aparente, nada que divirta a atenção pausada do leitor: nada. De modo que o livro fica assim com todas as vantagens do método, sem a rigidez do método. Na verdade, era tempo. Que isto de método, sendo, como é, uma cousa indispensável, todavia é melhor tê-lo sem gravata nem suspensórios, mas um pouco à fresca e à solta, como quem não se lhe dá da vizinha fronteira, nem do inspetor de quarteirão. É como a eloquência, que há uma genuína e vibrante, de uma arte natural e feiticeira, e outra tesa, engomada e choca. Vamos à sexta.

(achei que ficava bom citar o Machado. Roubei o capitulo IX do site http://www.cce.ufsc.br/~nupill/literatura/cubas.html)

Pegamos o ônibus às duas da tarde. Como eu acredito que tal meio de transporte é a melhor cama que anda, dormi um bocado. Acordei em algum lugar, que parece todo outro lugar daqui: casinhas francesas, frio, cinza, carros na calçada, etc. Paramos la', devia ser umas 6 da tarde. O nome do lugar era Plélan le Grand, ou coisa do genêro. Tomamos um chocolate quente, na faixa. Tinha um cachorro mostruoso, mas prenderam ele.

No resto do caminho, lembramos que os quartos deveriam ser ocupados por duplas, e como o numero de homens brasileiros é impar, então um de nos deveria dormir com ele, o romeno. O Arthur e o Gustavo se uniram, e sobrou eu, o Quachio e o Tiago. Qual o método mais justo? Dois ou um, melhor de quatro. Silvia como juiza. O Raphael perde a primeira, depois empatamos três vezes, e depois ele perdeu de novo. Pois é, regras são regras, e eu escapei de ter um banheiro privativo às custas de uma noite bizarra.

Chegamos a Lorient depois das oito. Jantamos na faixa, muito bem por sinal. Frango com batatas, "ilha flutuante" de sobremesa, é uma clara em neve que boia num creme amarelo, mo' legal. Pegamos o quarto. Depois de tomar banho, comer a pasta de dente do hotel (achei que fosse o tal chiclete dos romenos, muito idiota da minha parte) e estar pronto pra dormir o pessoal chamou a gente pra sair. Opa! Fomos conehcer a cidade.

Como tava tarde (19h é tarde aqui), tava quase tudo fechado. So' tinha nos, os latinos, na rua (o romeno ficou dormindo no quarto, ele odeia tudo mundo, haha). Passamos por um McDonalds amarelo, e chegamos à rua que tinha uns bares. Encontramos 2 caras e uma mulher, de uns 50 anos, "mais pra la' do que pra ca'" (os chilenos adoram essa expressão, hehe). Eles tentaram ensinar pra gente onde tinha um lugar legal, misturando inglês, francês, espanhol, italiano e até português! A mulher falava um pouco, haha. Eles começaram a ensaiar uns passos de dança na rua quando souberam que a gente era do Brasil. Trash... Descobrimos então que o tal lugar era so pra gente mais velha, e resolvemos entrar num "Australian nãnãnã". O bagulho tava tão lotado que nem deu pra entrar todo mundo, haha. Um cara local xavecou um dos Sebastian.

E foi dessa forma bizarra que entramos pela primeira vez num bar GLS, no meio da França. Saimos de la antes de perceber isso, na verdade. O unico sinal estranho que deu pra ver foi uma menina, abraçada em outra, que berrou alguma coisa incompreensivel para o Tiago. Beleza, a Silvia perguntou pro segurança onde tinha um lugar bom pra ir, ele nos indicou algo do outro lado da praça, mas la' eles não nos deixaram entrar. Roupas e calçados inapropriados, segundo esses viados. Pensamos em depredar o lugar e deixar a bandeira da Argentina, mas não rolou. Acabamos ficando um tempo em outro lugar, que cobrava uns 2 euros por coca, mas tinha lugar pra sentar. Ventilação péssima, quase ficamos com pneumonia, e estamos cheirando fumaça até agora.

Voltamos para nosso hotel bizarro, entoando nossos gritos tribais sulamericanos pelas quentes ruas da Bretanha (tava uns 4 graus, deu pra arregaçar a manga). Cantavamos "O .... roubou pão na casa do João", e pra nossa surpresa os chilenos tem a mesma musica, mas com um ritmo mais bizarro.
-Bruno le robo el sombrero al profesor.

-Quien yo?

-Si tu.

-Yo no fui.

-Quien fue?

-Fue tãnãnã.

Voltamos ao hotel. Tomei outro banho. Acordamos cedo, tomamos café (pão com manteiga, croissant e chocolat quente. Toujours est la même chose, todo dia é a mesma merda). Fomos visitar a construção do Scorpene chileno.

Ele é um submarino convencional, com motores a oleo diesel. E' o mais moderno do mundo, desse tipo. O responsavel é um polytechnicien, que nao sabe nada de engenharia, como todos eles. O cara é um clone muito bem feito daquele cara do "Querida, encolhi as crianças". Não sei como eles chegam até la', meu Deus. O cara não sabia nem ligar um projetor. Bizarro.

Depois de um filminho muito divertido, de propaganda sobre o submarino (parecia filme, nem lembrava que aquilo era uma maquina de guerra cujo unico objetivo é matar outras pessoas) fomos ver o dito cujo. Ai eu lembrei que pra entrar no submarino tem que descer uma escadinha daquelas impossiveis. Inspirar, expirar. Você é brasileiro. Mente acima do corpo. Pé depois de pé. Vamos la', so' mais um pouco...Ufa! Cheguei ao submarino.

Sabe motor de carro? Acho que o polytechnicien encolheu a gente e jogou num motor, porque tinha varias valvulas, tubos, mangueiras, dutos e cabos, numa confusão dos infernos. Deve ser impossivel projetar tudo aquilo, eles simplesmente vao amontoando as coisas. Para vcs terem uma noção, na sala dos torpedos eles guardam latas e mais latas de coca-cola, e dormem la também Nao tinha torpedo nenhum, infelizmente. Quase destrui o guindaste dos torpedos, tropeçando nele.

Fotos não eram permitidas. Tinha uma sala de controle que parecia "Caçada ao Outubro Vermelho", mas o periscopio tava quebrado. Os carinhas tavam usando a calculadora do Windows pra ajustar alguma coisa. Sabem aqueles sonares que fazem "bip....bip....bip..."? Eles são inuteis, pq denunciam a posição do submarino. Em todo caso, existem. Tem um outro com um fone de ouvido, que parece que você enfiou a cabeça na piscina...Da pra ouvir uns barulhos estranhos.

Na sala das maquinas era muito apertado, bati o joelho. Tinha tb um andar subterraneo, com mais maquinas, e projetado para indios com até 1,70, não pra mim. Os chilenos eram todos anões, mas muito simpaticos, explicaram milhares de coisas sobre o brinquedinho deles.

Almoçamos no hotel, pegamos o onibus de volta. Cantamos algumas musicas toscas no onibus, impressionando o francês que foi com a gente através de nossa eterna disposição em gritar e rir. Jantei avestruz, bisão e rumsteck, que é um tipo de carne que eu não sei o que é. Como os filhas da puta comem tudo cru, o frances pediu bem passado. Serviram carvão. Sem plaquinhas indicativas. Dessa forma, não sei que gosto tem nada do que eu comi. Foi curioso, e caro pra eles, haha.

Acho que me empolguei com a historia. Mal ai...

Abraços a todos, e continuamos na luta. Ah, as férias da X parecem começar depois da queda da Bastilha (14 de julho, Ju, se vc esqueceu de novo). Sei la...

Muitas fotos bizarras, no convés do submarino, em breve, no fotolog (http://faccini.fotopages.com).

enviado por Bruno - Bruno as 21:53:10. comentários[4]

quinta-feira, 3 de março de 2005



A enquete ta dando um pouco de problemas. Em todo caso, quem quiser votar basta responder, nos comentarios, o motivo de sua visita aO Blog, ou seja, você procura noticias de qual polytechnicien?So para ter uma noção de qual brasileiro é o mais popular aqui.

Agradeço ainda aos leitores que permitiram uma nova quebra de recordes no numero de visitas. 50! Meu Deus. Vou tentar falar um pouco mais dos amigos, so pra ser simpatico e tentar bater a marca de 60 num dia. Nunca imaginei que uma brincadeira idiota feita no estacionamento do Hopi Hari, ha' dois anos e meio, servisse de importante meio de contato com o Brasil. Para quem sempre sonhou com a fama e com um publico grande de leitores, é uma chance de ouro.

Vocês devem conhecer a sindrome de Estocolmo. Em poucas palavras, é o termo técnico pra caracterizar a amizade que acaba surgindo entre um seqüestrado e seus seqüestradores. À primeira vista, parece impossivel que isso ocorra, mas quando você começa a passar por situações que lembram remotamente um seqüestro a sindrome parece mais real. Hoje era dia de corrida no frio, como de costume, e eu ja tava pronto pra correr de bermuda. No entanto, os caras deram um aviso de que não ia rolar corrida por causa das mas condições climaticas. Merda. Correr no frio glacial é muito melhor do que ter aula, todo mundo sabe disso.

Depois, à tarde, teve natação de novo. Dessa vez, colocaram um barrigudo pra tomar conta da gente, aqueles que não sabem nadar (eu, 2 chilenos e o romeno). Deixaram um spaghetti pra cada um, portanto quase nao corri risco de me afogar, o que ja vai um grande avanço. Tive que deixar o nosso slogan preferido de lado, e desistir no meio de um exercicio. Ao fim e ao cabo, recebi elogios do frances, pelo esforço. Nao consigo expirar embaixo da agua, mas em mais dois meses na base acho que rola.

Ditado frase interessante do dia, dos marinheiros franceses: "Saluter tout que bouge et repeindre les autres", ou bater continência para tudo que se mexe, e repintar todo o resto. Como envolve corrosão, é interessante, haha.

Hoje rola uma atualização no fotolog.

Sobre o jornal, o romeno tinha feito uma cagada muito grande com a minha parte, as pesquisas de opinião. Tinha 4 graficos de setor (aqueles que a gente chama de pizza, e eles aqui chamam de camembert), mas o cara colocou tudo torto, cortou um pedaço de uma figura, ficou péssimo. Utilizando meus profundos conhecimentos de Paint, consegui fazer uma coisa mais decente, mais normal, então chamei os outros brasileiros pra ver, e disse: " E ai, quem faz melhor, o engenheiro quimico ou o o cara de ciências da computação?". Todos rimos, e na hora que eu fui salvar o arquivo num lugar diferente copiei a versão velha em cima da nova, e perdi tudo. Nota mental: não falar mal do povo do Leste Europeu.

Tem uma mesa de epebolim na capela do lado do nosso refeitorio.

Não assisti ao jogo do Palmeiras ontem. Passei 2 anos pensando se eu ia conseguir vir pra França, e 2 anos pensando se o Palmeiras voltaria a ser grande, e quando as coisas acontecem elas se dão de modo mutuamente exclusivo...(tipo o MMQ de uns dias atras, haha).

Não vou postar até domingo, porque amanhã à tarde a gente pega o busão, junto com os milicos, pra ir até Lorient, no extremo da Bretanha, ver um submarino chileno. Vamos dormir num hotel, visitar no sabado e voltar à tarde. Meio chato, mas tem que ir.

Descobrimos que vamos ter aulas de fisica e matematica aqui.

Tinha mais alguma coisa pra dizer, mas deixa pra la. vejam as fotos, que estao muito boas.

enviado por Bruno - Bruno as 17:19:13. comentários[1]

quarta-feira, 2 de março de 2005



Por favor, meus caros, respondam à enquete.


enviado por Bruno - Bruno as 17:46:58. comentários[15]

terça-feira, 1 de março de 2005



Coisa intressante que eu esqueci: hoje em uma das diversas aulas a gente ouviu uma musica que chamava "Le tourbillon de la vie", ou "O turbilhão da vida". Qualquer dia penso em estimar uma velocidade, um diâmetro e uma viscosidade cinematica pra dizer se a vida das pessoas é turbulenta ou não, haha.

Quase chorei de alegria ao ver uma valvula globo no banheiro.

Cara, que merda, estou com saudades de FT.

enviado por Bruno - Bruno as 20:15:44. comentários[1]


Um dos grandes momentos que eu esperava finalmente aconteceu hoje : cai num lugar acima do Equador. Obviamente eu tinha tropeçado no futebol, escorregado na neve, mas ainda nao tinha caido, realmente, de maduro. Hoje, na fila do almoço (na escada, porque tinha muitos milicos no refeitorio mesmo), simplesmente escorreguei, certamente por causa da chuva, que deixou o meu tênis molhado. Choveu um bocado por aqui, no estilo chuvusp, fazendo um angulo de uns 60 graus com a vertical (ou seja, chove de lado). Almocei strogonoff, pelo menos. Ou melhor, aquilo que eles chamam de strogonoff. Estava mais ou menos, mas pode avisar a vo' que a comida dela é melhor que a francesa também...

Descobri ainda que Cherbourg e Brest são as duas cidades com mais dias nublados da França. Oba...Ainda não sei qaul é a primeira.

Na janta, tentando colocar os sete brasileiros numa mesa de 6, acabei puxando demais o meu prato, e espatifei um copo, além de derrubar parte da comida em mim. Fui chamar alguém da limpeza, mas o pessoal riu um pouco da minha cara e não fez nada. Quase no fim da janta, chegaram alguns dos super-fodões, os caras que mandam aqui na base (sem o chefe, é bom que se diga). O maluco, que usa uma barba tipo aquela do marinheiro amigo do Tintin, vira pra mim e pergunta o que era aquilo, se era alguma tradição no meu pais, e se eu não ia fazer nada. Fiquei puto com o cara, e disse que os funcionarios é que não tinham ajudado.

O fulano disse que ia arranjar um "truc", uma coisa (eles usam direto essa giria). De repente, chega a mulher da limpeza, que não tinha feito nada porque não tinha vassoura, com um rodo imenso, daqueles de lavar presidio. Falei "isso que da ser do 3° Mundo, a gente fala e não da em nada, os caras pedem e as coisas se realizam". Quando terminei a piada, fui avisado que a mulher tinha ido embora, e deixado o rodo la'.

E la' fui eu, na cidade mais cinza da França, limpar o chão com um rodo bizarro, no meio do refeitorio e dos kwaitianos. Juntei os cacos, peguei com uns guardanapos (eles não deram nenhuma vassoura mesmo), e limpei.

O pessoal me ajudou, um dos milicos passou de volta e disse "Hum, superbe". Sempre sonhei com isso, limpar o chão na França, haha.

Néao deu pra ligar pro brasil por isso. Pra variar, tenho umas coisas pra fazer, e acho que amanhã envio o postal. Néao sei quanto leva pra chegar.

Vou atualizar o fotolog.

enviado por Bruno - Bruno as 16:39:14. comentários[2]

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