domingo, março 26, 2006

Comentario do clássico

Quando pensei que meu domingo de derrota finalmente tivesse terminado, lembrei que uma panela com arroz grudado me aguardava...Sim, a louça do almoço só foi lavada de noite, porque estava tão grudado, mas tão grudado, que um certo tempo de molho era vital.

Estando meio desatento e um bocado feliz pela facilidade com que aquela massa branca e marrom (queimou um pouco...) saía da panela, deixei cair tudo pelo ralo. Ok, sem problemas, todos sabemos que os ralos são como buracos negros, as coisas entram lá e acabou.

E no entanto o maldito arroz ficou preso em alguma curva do meu encanamento, e naquele momento lembrei-me que moro sozinho, que sou homem e que fiz uns meses de engenharia...Ou seja, o problema teria que ser resolvido por este que vos escreve.

Abro o armário do banheiro, que esconde o cano da pia. Afasto as coisas mais próximas, desrosqueio com cuidado, e quando tudo parecia se encaminhar bem vejo aquele mar de arroz queimado se espalhando por todos os lugares...

Respiro, resignado, e admito que o problema está maior do que eu esperava. Testo novamente a pia, nada. Nem fazendo rodamoinho com a mão, desentupindo com as duas mãos no velho estilo “massagem cardiaca”, nada mesmo. O arroz e os pêlos (pois é, estava fazendo a barba quando entupiu) me olham, com um certo ar de pena, apesar de seu movimento circular.

Decido, então, foder de vez com o sifão. Arranco tudo, molho o diabo, grãos brancos, cinzas, multicoloridos começam a me atacar. Resisto, bravamente, usando uma velha escova de dentes como arma. Respiro fundo, de novo. Outro teste, e voilà, a água desce pelo buraco.

Guerra parcialmente vencida, pois ainda foi preciso limpar todo o resto, enxugar o chão, recolocar as coisas no lugar, caçar eventuais grãos guerrilheiros resistentes.

Conclusão: algumas vezes na vida é preciso sujar tudo pra tentar salvar a pele. Em outras uma bandeirinha magicamente resolve seus problemas e te dá uma segunda chance de viver, mas você insiste nos n volantes e n² zagueiros...

Um comentário:

Anônimo disse...

Impossível não lembrar do Patolino!!!!! :-)