sexta-feira, março 10, 2006

Arquivo - Junho 2004

sexta-feira, 25 de junho de 2004



Começo a pensar que Gauss deveria ser venerado e adorado nas ruas.
enviado por Bruno - brunofaccini as 22:51:52. comentários[3]


Pois é, após reclamar aqui instantaneamente encontrei a prova...

Eu estava tentando uma abordagem mais próxima da teoria dos números, usando alguma contradição que aparecesse no Teorema Fundamental da Aritmética (a divisão de qualquer número em potência de números primos existe e é única), mas achei algo muito mais, digamos, "gaussiano". Vejam esse fato algébrico, que roubo da seguinte página:

"Seja p>1, p primo. Para todo n>=2, prove que ( raíz índice n de p) é
>irracional.

Seja a = raíz índice n de p

a é solução da equação x^n-p=0. Existe um teorema que diz que se a/b é uma
raiz racional de uma equação de coeficientes inteiros então a é um divisor
do termo independente e b é um divisor do coeficiente do termo de maior
grau. Assim, as únicas raízes racionais dessa equação são {1,-1,p,-p}. Como
(raíz índice n de p) não é nenhuma delas, ele é irracional."

Obrigado, senhor Laurito Alves, por permitir que eu durma essa noite.

enviado por Bruno - brunofaccini as 22:50:15. comentários[1]


Puta merda, não consigo encontrar a prova (pelos meus meios, ou procurando no google) que a raiz quadrada de qualquer número primo é irracional. Isso é revoltante.
enviado por Bruno - brunofaccini as 22:45:41. comentários[0]

quinta-feira, 24 de junho de 2004



O esporte torna-se belo quando serve como metáfora para a vida. No fundo, tudo é uma questão de sensibilidade ou de nível de viagem da pessoa que vê a cena. Creio que os resultados vêm do nosso mérito, de um pouco de sorte, e, claro, da determinação em perseguir os objetivos.

Pano de fundo: saio correndo (literalmente) da USP pra conseguir chegar em casa a tempo de assistir ao final de Portugal e Inglaterra. Rezo pela prorrogação, que era o máximo que eu poderia ver. Sou atendido, ótimo.

Na prorrogação, torço pelos pênaltis, que chegam.

Vibro com o papelão que aquele viado do Beckham fez (Bem feito, "red" do inferno).

Mas esse não seria o grande personagem do dia. Observo o goleiro luso num dado momento. Sinto em seu olhar a força dos vencedores. O cara pensava em quê, naquela hora? Na glória da vitória, no dinheiro vindouro, nas histórias para contar aos netos?

Por incrível que pareça, achei uma feição meio camoniana em nosso querido goleiro. Se eu fosse luso, recitaria alguns versos de impacto mais forte como se fossem parte de orações. E o nosso barão assinalado pulou muito além da Taprobana, e espalmou a bola para mares nunca dantes navegados. SEM LUVAS! O maluco arrancou as luvas antes da cobrança decisiva, por razão desconhecida. Genial.

Depois ele ainda cobrou o pênalti da vitória, como tem se tornado moda. Meus sonhos não era tão originais assim, afinal. Campos mórficos...

Creio que o tal Ricardo é da classe daqueles portugueses que depois de descoberta a Índia ficaram sem ter o que fazer, mas esse pelo menos arranjou um jeito de incomodar os ingleses, com apenas 250 anos de atraso.

Recomendo a todos que procurem ver a fantástica defesa. E se utilizem dela em palestras de auto-ajuda...Quanto tempo mais vou ter que esperar até que o mundo dê valor a esse meu incrível dom de elevar o esporte a níveis quase místicos, de forma até a renovar as esperanças do povo?

enviado por Bruno - brunofaccini as 22:22:49. comentários[2]


E aquela maldita história de que a esperança torna a vida possível, mas também a torna revoltante se materializa novamente com a novela Vágner Love.

(Post feito sob medida para quem busque por "novela esperança love")

enviado por Bruno - brunofaccini as 07:41:07. comentários[0]

terça-feira, 15 de junho de 2004



E então, dá Pistons?
enviado por Bruno - brunofaccini as 21:55:08. comentários[1]


Algumas coisas em nossas vidas podem ser por nós determinadas; outras são conseqüência de um conjunto particular de circunstâncias iniciais, associadas à maneira com que essas características variam com o tempo. (Não leia as coisas entre parênteses se não for meio doente: em outras palavras, creio que vivemos em uma equação diferencial).

(Preciso ainda derivar alguma coisa dessa idéia da equação diferencial. Eu sinto que ela é muito boa, mas não consigo provar isso para os outros. Maldito rigor...)

No meu caso, dado o ponto de partida e a minha vida, claro seria que eu me tornaria professor. Não esperávamos que fosse tão rápido, mas, ao que tudo indica, no próximo dia 3 de julho inicio minha jornada. Classes de 50 alunos da rede pública, do 3 º ano. Tentativa de melhorar a formação deles, talvez dar alguma chance para o vestibular e quem sabe melhorar um pouco a imagem do Alckmin, mas essa última coisa não me preocupa.

Meu problema são os 50 alunos. Meu Deus, eu accabei de sair do coleigal, e agora virei a Beth, a Cecilinha, ou, quem sabe, com alguma sorte, o Tsu.

Não, dessa vez vou tentar começar de um jeito mais modesto. Mas sinto que o único caminho que eu poderia percorrer é esse mesmo.

O vocativo "mestre" finalmente começa a se justificar, ou quase. Deve ser meio estranho até por "professor". Mas o futuro, a Deus (ou a Newton, se fizermos t tender a infinito na solução da equação) pertence.

enviado por Bruno - brunofaccini as 21:44:45. comentários[0]


Post da manhã, com atraso graças ao servidor...

Greve na USP, suspensão de algumas coisas, tempo livre diante do micro. Procurando por coisas inúteis no Google, reencontrei um site muito engraçado, para alguns, ou uma bosta, para o Barbosa. Em todo caso, visitem .

Lá encontrei uma das variantes da história da ovelha:"Um advogado, um biólogo e um matemático estão atravessando um campo da Escócia de trem. Avistam uma ovelha preta. O advogado comenta: "vejam, as ovelhas aqui são pretas". O biólogo corrige: "Não, podemos dizer apenas que algumas ovelhas aqui são pretas". O matemático intervém:" Podemos dizer
apenas que essa região contém pelo menos um campo, que contém pelo menos uma ovelha, e pelo menos um dos lados dessa ovelha é preto"."

Existem variantes sobre a história, a maioria delas coloca um físico no lugar do biólogo, e um astrônomo no do advogado. Creio que o original seja com os três exatóides, pelo que li em algum lugar, mas a outra versão me parece melhor.

E vejam isso tambËm: "Políticos pensam que são economistas,
economistas pensam que são sociólogos,
sociólogos pensam que são psicólogos,
psicólogos pensam que são biólogos,
biólogos pensam que são químicos orgânicos,
quimicos orgânicos pensam que são físico-quimicos,
físico-quimicos pensam que são físicos,
físicos pensam que são matemáticos,
matemáticos pensam que são Deus,
Deus não dá a mínima bola pra isso tudo."

Faço questão quevocês procurem no google por "Ovelha escócia matemático" e vejam os links de piadosas...


enviado por Bruno - brunofaccini as 21:36:11. comentários[0]

segunda-feira, 14 de junho de 2004



Tá, as pessoas odeiam quando eu fico citando 1984, mas eu não consigo me controlar:

"Uma vez me perguntaste - disse O'Brien - o que havia na Sala 101. E eu te disse que sabias a resposta. Todos sabem. O que há na Sala 101 é a pior coisa do mundo. (...)A pior coisa do mundo - disse O'Brien - varia de indivíduo para indivíduo. Pode ser o sepultamento vivo, a morte pelo fogo, afogamento, empalamento, ou cinquenta outras mortes. Casos há em que é algo trivial, nem ao menos mortífero. (...)"

Certa feita, no ano passado, fui assitir uma aula de pcc, aquela matéria que eu odiava, na sala 101 da civil.

Essa sala é a pior coisa do mundo, mas não há ratos, felizmente.

Agora o alemão foi transferido para a mesma sala 101. Ela é muito gelada. Mas os ratos ainda não apareceram...



enviado por Bruno - brunofaccini as 13:05:29. comentários[1]

sexta-feira, 11 de junho de 2004



Você tem absoluta certeza que pelo menos o seu senso de humor é apurado quando está voltando pra casa junto com um casal de amigos, e eles, depois de não chegarem a nenhuma conclusão sobre o que fazer no dia dos namorados, te perguntam: Faccini, o que você vai fazer no sábado?

E você, após cofiar a barba (adoro essa expressão, principalmente porque o verbo cofiar não é usado em nenhum outro contexto), responde: "Bom, no sábado começa a Eurocopa".

enviado por Bruno - brunofaccini as 17:32:20. comentários[2]

quarta-feira, 9 de junho de 2004



Esse post é um irmão do anterior. Claro que, a rigor, todos os posts são irmãos, já que o pai é o mesmo, mas o que eu queria salientar é a semelhança entre esse e o outro.

Existem dois tipos de pessoas: aquelas que gostam de ver uma boa experiência, e as que se alegram com um raciocínio sutil. Eu me enquadro preferencialmente no segundo grupo, e por isso gosto mais da prova teórica que o grande Galileu deu para a independência entre o tempo de queda de um corpo e sua massa: imagine que os corpos mais pesados caem mais rápido que os mais leves. Amarremos então uma pequena massa a outra maior. Ora, a mais leve deveria "frear" a outra, e o tempo total seria alguma coisa entre os tempos de queda isolados. Por outro lado, o conjunto é mais pesado que qualquer das massas sozinhas, e portanto deveria ser mais rápido. Logo, o tempo de queda não deveria ter relação alguma com a massa, no vácuo.

Não sei se todos conhecem o grande jogador de basquete Karl Malone. Ele passou 19 anos jogando no Utah Jazz, e tornou-se uma lenda para os fãs. Mas, apesar de toda a alegria que ele levou a Salt Lake City, nunca conseguiu conquistar o título da Nba, apesar das oportunidades que surgiram em 97/98. Por outro lado, o Los Angeles Lakers tornou-se o grande papão de títulos depois que o Michael Jordan deixou o Bulls, apesar da derrota do ano passado.

Imaginemos agora que se amarre Karl Malone no Lakers...

Bem, ele mesmo fez isso, para nos poupar do esforço de imaginação. Aceitou uma brutal redução de salário para tentar o título.

Porém, o que diabo vai acontecer? Ele, como grande jogador, poderia adicionar qualidade ao time e ajudá-los a conquistar uma vitória fácil, como no caso da soma das massas. Por outro lado, talvez seu azar freie os Lakers...

A solução no caso de Galileu foi dada por Newton: a força depende da massa, mas não a aceleração. Na outra situaçao, creio que eu mesmo posso explicar: o time que eu torço sempre perde, portanto o Malone poderá encerrar contente sua carreira.

enviado por Bruno - brunofaccini as 11:01:18. comentários[1]

domingo, 6 de junho de 2004



Algumas substâncias, como a água, o ferro e o antimônio, possuem um tipo anômalo de dilatação: numa faixa de temperatura próxima ao ponto de fusão ocorre contração de volume ao se elevar a temperatura. Analisando o processo por outro ângulo, o resfriamento é acompanhado por expansão, claro.

Esse fato não tem nada de novo, pois toda criança já explodiu uma garrafa de vidro no congelador, e todos sabemos que o gelo bóia em nossos copos. O que o antimônio tem a ver com isso? Nada, absolutamente.

O preâmbulo teórico é apenas para criticar "O dia depois de amanhã". O filme não é ruim, desde que você jogue fora todo seu raciocínio lógico e se empolgue com uma historinha idiota de pai ausente que tenta convencer o filho de que é uma boa pessoa. A única novidade é que isso é acompanhado pelo início de uma Era Glacial.

Uma onda gigante ataca Nova Iorque, inundando ruas e prédios. Em seguida, ocorre um brusco resfriamento, congelando tudo. Detalhe: a água ficou aprisionada nas construções, e efetivamente vemos o gelo nas cenas seguintes, mas os prédios continuam intactos, sem nenhuma rachadura, sem ficarem tortos. Tudo se passa como se um grande caminhão de sorvete tivesse enchido os prédios de gelo. Péssimo.

Mas a pior cena ocorre quando uma "cientista" diz: "Oh, a temperatura está caindo 10º por segundo."

Já devia estar um frio do inferno, uns -50ºC. Supondo que ela tenha falado em fahrenheit, a variação de temperatura é de uns 5,5ºC por segundo. Ora, meus caros, em 40 segundos estaríamos no zero absoluto...

O emprego ideal para mim seria consultor científico de filmes B.

enviado por Bruno - brunofaccini as 16:03:17. comentários[3]

terça-feira, 1 de junho de 2004



Meus caros, no capítulo de hoje de nossa fascinante série "Histórias fantásticas do metrô", tenho um bom assunto.

Cheguei à Vila Madalena, por volta das 11 e meia, aproveitando que eu não tinha mais aula. Pensei que poderia ir sozinho no vagão, pois o movimento não era muito grande, mas assim que alcancei a plataforma vi uma aglomeração diferente.Vi o segurança falando algo sobre "ele", e fazendo um meneio com a cabeça. Olhei na direção "dele", e vi um rosto conhecido.

"Dráuzio Varela?", pensei. Mas ele estava meio cadavérico, muito careca. Parecia mais um engenheiro do que um médico.

Meu Deus, era o José Serra! Com sua equipe de gravação e tudo! Pensei seriamente em pedir um autógrafo para o Barbosa, e agradecer do fundo do meu coração pela única aposta vencida (parênteses: Maldito Kareem Rush. Mas confio no Ben Wallace. Fim da nba, volta pro mundo real), mas seria muita mancada com ele.

Notei que ele procurava conversar apenas com as pessoas de mais idade, e não com os jovens. Por que será, hehe?

Na estação Clínicas, entrou um monte de gente, e ele, muito gentil, cedeu seu lugar, e foi conversar com seus comparsas/seguranças/assessores, bem ao meu lado. Parei para ouvir a conversa, como faço com todo mundo. Ele disse algo sobre matérias tendenciosas publicadas no Estadão, fez algum comentário sobre uma opinião do Covas, como quem fala de um vizinho, e depois voltou a andar pra cumprimentar as pessoas.

Obviamente o senhor candidato não está muito acostumado com o balanço do metrô, e nem poderia prever a distorção que eu provoco no campo gravitacional. Então, durante seu deslocamento, ele trombou em mim.

E
nem pediu desculpas.

Depois desceu no Paraíso, embarcou em outro vagão, para em seguida rumar à Barra Funda.

E eu só o vi por ter pego exatamente aquele metrô, naquela hora, num dia que não houve greve. Pois é, grande suscetibilidade ás condições inicias. E as pessoas seguiram suas vidas, pensando em como contar a história do dia para seus amigos.

enviado por Bruno - brunofaccini as 18:19:02. comentários[3]

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