sexta-feira, março 10, 2006

Arquivo - Abril 2005

sábado, 30 de abril de 2005



Adivinhem: eu pego o meu monitor, levo pra casa de um veterano, testo na maquina dele, com o meu cabo. Nada. Deduzo que nao funcionou porque o cabo e' uma bosta. Ok.
Falo com outro veterano, pego um cabo decente. Volto contente pro meu quarto, ligo tudo, aperto o botao pra ligar e...

Merda. Me venderam um monitor quebrado, porra. Eu investi uma puta grna nessa merda, carreguei no trem, no metro, nas escadarias gigantescas, e vou ter que trocar o monitro. Ok, tem garantia, mas eu vou ter que descer tudo, e depois voltar com o novo. Caralho, que raiva.

enviado por Bruno - Bruno as 21:03:59. comentários[0]


Agora eu tenho um computador pra chamar de meu. No entanto, o post em que eu narro a aventura pra conseguir o dito cujo e enalteco as suas qualidades ficou perdido dentro dele, inacessivel nesse momento em que eu qcho que o cabo do monitor esta com defeito. Em suma, eu comprei aquela coisa, e 2 horas depois ele nao produzia mais nenhuma imagem, maldito. Mas eu vou dar jeito...
enviado por Bruno - Bruno as 08:20:53. comentários[0]

quinta-feira, 28 de abril de 2005



visita ao museu de arte moderna do Centre pompidou. Muito moderno pra mim. Nao dava pra entender quase nada. Tinha um quadro azul, completamente azul. Bizarro.

A unica obra que eu entendi de cara era um crocodilo que "corria" na parede, e tinha umas marcas de distancia com os numeros 1,1,2,3,5,8,13,etc. Eu olhei e fiquei feliz, "Fibonacci"! De fato, se chamava Crocodilus Fibonacci a obra. Mas foi tudo. Fltou pre requisito pro resto.

Depois teve a festa de despedida de um brasileiro, que esta indo fazer estagio nos Estados Unidos. O cara tava feliz de ir embora, claro, mas toda despedida e' um momento delicado, mesmo para nos, que conhecemos o cara uma semana atras. Perdemos o brasileiro que jogava futebol mlehor, fazer o que...

O lado bom e' que a festa foi no "batimento" novo (desculpa, mas essa traducao idiota e' muito frequente, e nao completamente errada, no fundo), e os quartos la' sao realmente deslumbrantes. Eu fiquei sabendo que o meu quarto deve ser o 9, mas no predio que eu olhei o 9 era bizarro, do lado da entrada, no terreo. Nao e' a mlehor coisa do mundo, mas pode ser facil de fugir em caso de incendio ou alagamento do banheiro. Alem disso, o banheiro e' muito show, e da pra jogar futebol dentro do quarto, de tanto espaco...

hoje tinha que fazer mis um exame medico. Sim, eu tenho 1,83. Ok, 84 quilos. Nao, eu nao sou alergico, nem tenho diabetes. As minhas vacinas estao em dia, ou quase. Ah, e minha pressao sobe sempre desse jeito, quando comecam a medir.

Detalhe que o cara falava de "tension", e a minha cabeca entendia tensao. Eu disse que quando media na minha casa costumava ser normal, e ele perguntouo qual era a tensao la. Na hora me veio a resposta evidente, " 110 volts", mas eu me controlei. No final, o cara disse que eu podia fazer um tratamento fitoterapico pra diminuir o stress dessas visitas medicas. Ate parece...

Depois eu fui passear um pouco por aquele pedaco, acabei me perdendo, esquecendo onde era o metro, e achei um parque legal pra almocar, mas nao tinha nenhuma vendinha no parque. Desisti, retomei o meu caminho pro metro, e depois enconteri uma padaria. Comprei uma baguete, e voltei pro parque pra comer. Legal. Tinh uns cisnes, uns patos, pombas, um outro passarinho que eu nao sei o nome, uma velhinha que dava migalhas pros bichos, etc. Foi interessante, e deu pra confirmar que 22 nao parece dois patinhos na lagoa. Talvez dois cisnes, porque eles tem o pescoco maior, mas tb nao e' nehuma maravilha a associacao...

Teve tb o momento de passar embaixo do Arco do Triunfo varias vezes. Perdido, procurando a Angela, indo pro McDonalds pra usar o banheiro, voltando, procurando o Banco do Brasil, indo ate' la' para o Tiago resolver as coisas dele, correndo ate' o outro lado pra sacar o dinheiro, voltando correndo mais ainda pra pegar a agencia quase fechando. No final, entramos quando faltavam 2 minutos pra acabar o expediente (15 horas), esperamos muito tempo, mas deu pra falar em portugues, fazer umas piadas sem graca, e ainda mandar o dinheiro pra familia do rapaz...Ta' certo que uma das atendentes era lusa, mas deu pra matar um pouco de saudades...

Pra terminar o dia, eu fui ocm o Tiago pra comprar um ingresso pro show do U2 que vai ter um julho, com um cambista, para uma amiga dele. Bizarro, comprar de cambista europeu, desconhecido, que negociou pela internet. Quando a gente falou um "COm licenca", pra iniciar a conversa, o cara ja disse "Ah, vcs querem o ingresso?" Profissional...

Agora vcs me dao licenca, que eu vou jogar porco...

enviado por Bruno - Bruno as 18:08:44. comentários[1]

terça-feira, 26 de abril de 2005



No dia que a gente foi pra Disney deu pra lembrar um pouco o lado infantil retardado, indo em brinquedos sem graca, comprando o chapeu do fantasia (aquele azul e branco...) para deixar na escrivaninha. O cenario do bagulho e' deslumbrante, e nao da' pra comparar com os nossos parques. por outro lado, a montanha russa do Hopi Hari e' mais alta, mais veloz, e mete mais medo, mas as atracoes daqui sao legais tb. Teve um show de carros, muito bem feito, ams que era completa enganacao> Apos cada truque, os catas mostravam como era facil nos fazer de tontos. Isso foi numa grande arquibancada, em que as pessoas respeitavam as escadas e nao as usavam como bancos. Uma brasileira foi escolhida pra ir no "picadeiro", e mesmo estando bem longe da gente conseguiu escutar o barulho que fizemos quando ela disse que veio do Brasil, haha (a gente encontrou a menina depois, na fila da montanha russa).

Alguns gritos (de alegria na montanha russa, de medo na casa mal assombrada, de susto ao ver o preco das comidas), fomos embora.

Visitei tb o Zoologico de Paris. Ele passa por uma reforma, parece que vao fechar, sei la. Um chileno me disse que tinha um panda la', mas vimos que o panda ja tinha sido removido, assim como os felinos, os ursos. Ficaram os animais sem graca, mas mesmo com a formacao completa eu creio que o nosso zoologico de Sao Paulo dava um baile nesse daqui, hehe.

Descobri tambem o Chateau de Vincennes> Nunca tinha ouvido falar, mas e' uma das coisas mais bonitas que eu vi por aqui.

Hoje eu subi na Torre, ate' o maximo que da'. O primeiro e o segundo andares podem ser alcancados por escada (que custa 3 euros pra subir), e depois tem que pegar um elevador ate' o terrceiro, que custa 3 e pouco, Mas valee o preco, a vista e' bem legal, e da' muito medo de ir subindo as escadas, chegar muito alto, e depois pegar um elevadro panoramico que nao para de subir, haha.

Qualquer dia eu faco um rapido comentario sobre os fast foods.

enviado por Bruno - Bruno as 22:52:32. comentários[1]

segunda-feira, 25 de abril de 2005



asofh
enviado por Bruno - Bruno as 20:19:44. comentários[1]

domingo, 24 de abril de 2005



Regressao

Hoje eu fui na Euro Disney. Muito Legal. Comprei um chapeu bizarro, prometo contar as historias e colocar as fotos quando der. Agora tenhjo que ir dormir, porque amanha e' dia de ir no zoologico. Estou falando serio...

enviado por Bruno - Bruno as 20:38:30. comentários[0]

quinta-feira, 21 de abril de 2005



Certamente esse post e' o escrito sob qs condicoes mais bizarras. Eu estou de chinelo, uma calca marrom velha, uma camiseta cinza listrada que eu adoro e que pode ter uns 8 anos, numa 'pro-aluno' gigante, que so e' qcessivel depois de mostrar o cartao pessoal de cada aluno (tem que aproximar o cartao de uma plaquinha. A fisica por tras disso esta alem dos meus conhecimentos). O legal e' sair andando pela escola desse jeito, no meio da noite, atravessando corredores bizarros e que parecem cenario de videogame, ate' chegar nessa sala divertida.

Eu to morrendo porque a gente jogou futebol ate' as onze, eu acho. Foi reconfortante ver aquele monte de brasileiros, se divertindo, fazendo a velha e boa piada do ' Bandeirantes, o canal do esporte''...

Hj eu vi o meu futuro quarto. Aquilo sim e' primeior mundo. Gigante, limpo, com banheiro proprio...Quase intocado pelos franceses...ideal!

Vendo tudo isso, percebe-se que se o CCE fosse muito foda e funcionasse de madrugada, se o Crusp tivesse otimas instalacoes para todos os alunos da USP, e se eu pudesse jogar bola no cepe a qualquer hora, entao nao teria nenhum braisleiro por aqui, hehe. Eu, ao menos, acho que seria melhor ter tudo isso e continuar comendo pastel, mas como a escolha teve que ser feita eu vou ter que continuar usando esse mouse optico enquanto penso no outro lado dos tropicos...

enviado por Bruno - Bruno as 20:08:31. comentários[3]


Achei que o tetorno triunfal causaria mais comocao entre o publico. Alguns comentarios, ok, mas beleza...Ah, ele chegou na faculdade, ta vivo, comendo um pouco melhor...E' o importante, eu sei.

Hoje jogamos futebol com alguns estrangeiros. Antes, numa das palestras, um dos caras responsavel pelo esporte disse que tinha votado pelo camarones, porque ele jogava bem futebol. Meio terrivel, paredce aqueles filmes americanos retardados em que as escolas selecionam os geniso so porque eles sao bons no esporte, e nao importa a inteligencia. No final, o cara tem que mostrar que e foda, lutar pelos seus interesses, tentar alguma coisa com a mocinha, bla bla bla. Bom, divagacoes a parte, o cara realmente joga muito bem. Melhor aue o Michael, hehe, Deve ser uma honra estar entre varios sulamericanos e ser o melhor, Considerando o nivel dos sulamericanos, talvez nao seja tao bom assim. Meu braco ta doendo um pouco porque tomei uma pancada de um espanhol. Jogar com povos bizarros nao e tao legal assim, os caras em geral nao tem a menor nocao, hehe.

Alem disso a gente foi resolver uns bagulhos burocraticos, Nada de muito interessante essa semana, como se ve. Em todo caso, a velha rotina de atormernatr os leitores com noticias bizarras sobre os povos diferentes com quem eu joguei futebol persiste.

enviado por Bruno - Bruno as 15:37:39. comentários[0]

quarta-feira, 20 de abril de 2005



Toda pessoa "normal" tem uma bela tendencia ao bairrismo. Por exemplo, pergunte aos que fazem Engenharia Quimica, Farmacia, Quimica ou coisas relacionadas se tem uma biblioteca mais legal que a da Quimica. (notem a sutil repetição da palavra "quimica" na frase anterior, foi inevitavel...). Eu tb sou fã dela. Ou era.

Estou postando da biblioteca aqui da Polytechnique, e o negocio é muito grande. Beleza, se a gente juntasse todas as bibliotecas da Poli, colocasse coisas de humanas e até uma seção de historia em quadrinhos até dava maior do que isso aqui, mas não tem o mesmo impacto. Além disso, as coisas daqui são em geral muito bonitas (tirando o meu quarto atual, haha).

Alias, tomei banho na ducha comunitaria hj. Um cano furado, um espaço tosco pra pendurar as coisas, mas entre mortos e feridos salvaram-se todos.

Escolhi o curso de informatica para iniciantes, e não o mais foda. Precisava conhecer varias coisas daquelas que o Bolinha vivia falando, então foi melhor dizer que eu não sei nada (o que esta' muito proximo da verdade, haha);

Hj finalmente o dinheiro da bolsa chegou na minha conta. até que enfim...O pessoal que chegou segunda foi recebido com dinheiro no aeroporto, e nos passamos aqueles longos meses no frio cherbourguense, custeando nosso lazer...

Ontem teve uma reuião com uns ex-alunos, que são senhores, de seus 60 e poucos anos em geral (tinha um moleque tb...), que foram dizer que os ex-alunos se ajudam sempre, ja conseguiram arranjar passaporte para um cara que tava preso em Taiwan, e coisas assim. Ah, alguns se acham senhores do mundo. A grande maioria demonstrou ter certeza disso...Um porre...Depois teve um tipo de boca livre, com coisas caras e coca à vontade. A gente ficou conversando com uma chinesa, que morou um tempo em Singapura. Engraçado...

Hoje
teve a tomada de medidads para o uniforme (até da cabeeça, pro chapeuzinho ficar no lugar, hehe). A gente "ganhou" tb umas coisas de esporte (um par de tênis, dois de meia, 2 camisetas, uma calça, um casaco e um negocio que deve ser tipo capa de chuva, sei la'. Meus conhecimentos de roupa não melhoraram muito desde que eu sai do Brasil, hehe.

Fui dar uma volta por aqui, desci as escadas (não me pareceram tão grandes, acho que eu fui pelo caminho errado). Passei pelas casas que tem por perto. Ladeiras, cachorros, poucas pessoas. Talvez eu tenha ido parar na Penha e ninguém me avisou disso...

Eu falei que a namorada do romeno é bonita? Se não, ta ai'...Como todos ja esperavam, hehe. Mas ela é mala igual ele, pelo pouco que deu pra ver. Além disso, existe uma tradição de ter pelo menos um romeno mala por ano...
.........................................

Fiquei meio isolado do mundo esses dias. Assim, so fui lembrar que não tinha papa quando li o comentario do post abaixo. Procurando em não sei que site, achei uma foto do maluco. Meu, o alemão tem muita cara daqueles padres malvados que trabalhavam na Inquisição. Continuo lendo, e descobri que, segundo o Terra, "Ratzinger, que presidiu por quase 25 anos, desde 1981, a célebre Congregação para a Doutrina da Fé, conhecido como Santo Ofício da Inquisição". Fudeu...

O Tiago ouviu não sei a onde que o mundo vai acabar no 112° papa. Talvez eles tenham errado por um, haha.

Vou jantar...Até mais, meus caros.

enviado por Bruno - Bruno as 12:53:29. comentários[0]

terça-feira, 19 de abril de 2005



Meus caros amigos, eis o primeiro post escrito diretamente da Ecole Polytechique, apos longa perman^encia nos cafundos do Judas. O teclado aqui e' normal, o que quer dizer que vai ter varios erros porque eu me acostumei com a coisa tosca. Aqui eu to usando Linux, tb preciso me acostumar com isso, hehe.

A conexao ta' caindo, eu nao sei qunato tempo mais eu vou ter, nem quando vou ter telefone, computqdorm, essas coisas. Tem alguns posts escritos, ja, aguardando conexoes futuras, entao nao me abandonem, meus caros leitores.

Aqui o quarto e' pior aue aquele que eu tinhq em Cherbourg. Estranho, fiquei esperando um negocio do outro mundo e veio uma versao porca do Crusp, haha. Pelo menos o bandejao daqui e superior, pelo simples fato de ter coca por 41 centavos a lata!

O povo dqaui foi muitto simpatico com a gente, por enquq\anto, haha. Como o bagulho ta perigando de cair, e' melhor eu mandar esse pequeno sinal de fumaca, dizendo que esse blog nao sera fechado, e ate qualquer dia...

enviado por Bruno - Bruno as 11:08:23. comentários[4]

quarta-feira, 13 de abril de 2005



O Universo se reconstruiu

Todos ja' ouvimos aqueles relatos de viciados, que sofrem terriveis alucinaçéoes, dores e coisas piores quando estão sem consumir a droga ha' muito tempo. Bom, creio que eu andei passando por uma certa crise de abstinência, afinal nesse dia 14 completam-se dois meses de permanência em territorio francês, e portanto dois meses sem assistir a um jogo de futebol.

DOIS MESES ! Vocês tem noção do que é isso ? O cérebro começa a trabalhar mal, as noites são agitadas demais, as mãos começam a suar.Em todo caso.

Estava eu aqui na sala de computadores, e ouvi a inconfundivel musica da Champions League (não sei aonde vcs podem acha'-la, se tiverem interesse ; no meu caso, quase uma década de repetições a tornou bem familiar.) Me veio aquela alegria infantil, de reencontrar o brinquedo perdido em meio à bagunça. No entanto, como o som vinha do lado dos kwaitianos, achei que pudesse ser somente o Play Station. Do jeito que andam os jogos de hoje, nada impede que um acordo com a UEFA tivesse sido feito pra usar a musiquinha oficial. Se tem até a corridinha do Roberto Carlos pra cobrar falta, nada mais é impossivel, hehe.

Parto em direção à nossa sala. Chego la, encontro o David, que tava vendo algum outro lixo na tv, e peço educadamente pra me deixar ver o que tinha nos outros canais. Nada de jogo. Decepção. Era melhor não ter ouvido nada, não ter acreditado que hj seria mais uma boa e velha quarta-feira de futebol.

Continuo fazendo meu trabalho, na mais santa paz, e depois de desistir de fazer tudo, vou dormir. Mas a semente da duvida ja' estava plantada, e eu tive que ir até a sala de televisão de novo. Tinha uma porrada de gente vendo um daqueles programas de « cara solteiro e rico que procura mulher bonita para casar ». Não sabia que esses reality shows retardados iriam me perseguir até aqui.Findo o programa, tomo o controle e começo a percorrer os canais. E sim, felizmente, encontro uma partida !

Lyon, daqui, e PSV Eindhoven, da Holanda. Quartas-de-final da Copa dos Campeões. Sim, o som era daquilo mesmo ! Primeiro tempo da prorrogação, placar empatado, cheiro de pênaltis no ar. Que maravilha.

Mostrei alguns brasileiros alternativos para o Michael, tipo o Caçapa, o Nilmar, o Gomes. Curiosamente os franceses dizem « cachapa », apesar de usar o « ç » como nos. Sei la' qual a razão.

Não me pareceu ter a emoção de um narrador brasileiro, mas o cara não era tão frio quanto eu podia imaginar de um narrador europeu. Nos 30 minutos que eu assisti, deu pra matar um pouco da saudade, aprender um vocabulario diferente, e mais.

O jogo foi realmente pros pênaltis. O chileno em questão é o craque do nosso time, aquele mesmo que confessou que eles tb jogavam futebol com latinha de refrigerantes. O camarada parou a lição dele pra assistir às cobranças. Décadas de Libertadores da América so' podem produzir isso, como resultado. Depois de um gol holandês num pênalti muito mal cobrado, o cara vira pra mim, com seu sotaque hispânico, e diz algo do tipo : « Eu não sei como um jogador profissional, que é pago para jogar, pode bater um pênalti desse jeito e perder ». Ta' certo que eu preferia assistir ao jogo com o meu pai, mas nessa hora foi quase.

O Gomes (goleiro do PSV) pegou um ; depois um holandês perdeu, deixando tudo igual, para nossa alegria (sim, o cara tb tava torcendo para que os pênaltis continuassem por mais tempo). Depois o Gomes ainda defendeu mais um e classificou o seu time, mas obviamente a televisão francesa não deu muita atenção para isso. Nessas horas se percebe como somos parecidos. Ao menos aliviei a minha ânsia, matei um pouco de saudades e ganhei um post. Um bom fim de dia, ainda mais por ser inesperado. Talvez a logica bizarra das quartas-feiras seja invertida do lado de ca' do Equador.

enviado por Bruno - Bruno as 19:10:06. comentários[4]


Boas noticias

Ganhei a sacola que a gente usa pra entregar a roupa suja. Poderemos levar uma parte do nosso lixo para Paris numa interessante mala verde, com meu nome e o querido "106" que me acompanhou por aqui.

Talvez a gente receba a bolsa (dinheiro, dessa vez) do mês de abril, mas ainda não tenho certeza disso.

Mas a grande noticia sera a semana de férias: depois da sexta-feira da semana que vem, férias! Viva! 10 dias de lazer. So' precisa estar de volta na Polytechnique no dia 2 de maio. Ainda não sei o que a gente vai fazer, mas é férias, e isso vale tudo, inclusive a repetiçéao dessa palavra (férias) até encher a paciência dos leitores.




enviado por Bruno - Bruno as 08:22:32. comentários[1]

terça-feira, 12 de abril de 2005



Perdi o post. Isso sempre acontece, cacete, mesmo usando o word. Eu fui copiar a parte final do trabalho do jornal (aquela da tabela bizarra), fechei o arquivo errado, cliquei em "Sim, eu quero fuder meu arquivo não salvo e perder todo o meu trabalho". Paciência...

No fundo, a gente veio pra ca' pra viver experiências diferentes, porque se fosse pra ficar na mesma coisa de sempre não valia a pena cruzar o Atlântico, comer coisas estranhas e que se mexem e ainda agüentar pessoas fedidas.

Nessa segunda-feira tivemos um desses eventos diferentes, que compensam parte dos dias monotonos: fao invés de duas horas de esporte, tivemos uma tarde de vela!

Sempre achei que vela fosse um esporte de retardados filhos de alemães, que ficam andando de barquinho porque não têm nada melhor pra fazer da vida. Ta', é quase isso, mas é legal...

Pegamos (eu, a Angela, o Tiago e o Carlos) um instrutor semi-nazista, pra variar um pouco. Depois que vestimos os coletes salva-vida e levamos as velas até o barco, ele perguntou: "E agora, como fazemos pra esse negocio subir?" Silêncio constrangedor. O cara começou a explicar, e foi tudo bem. Felizmente eu não fiquei encarregado de dar nos, mas o instrutor ajudou e explicou como fazer. Estou pensando em alterar a minha maneira de amarrar p tênis, mas parece complexo demais pra mim...

Deposi de um tempo, partimos. É interessante a sensação de sair flutuando. Primeiro um barco com motor nos empurrou até uma parte com mais vento, onde pudemos içar as duas velas.

Nos nos revezamos nas posições (dois pra puxar as cordas que alteram a vela, na hora das curvas, uma pessoa que comanda o barco e o quarto que se ocupa de desviar a propria cabeça da vela, o que nem sempre é tão facil). O controle é daquele tipo anti-intuitivo (tem que virar a alavanca para um lado quando se quer ir para outro, mas da' pra pegar o jeito rapido. Ao que parece, o instrutor (que parecia remotamente um daqueles Robert Scheidt, Torben Grael, familia Schürman, sei la') foi com a cara do Tiago e deixou ele brincando de levar o barco por mais tempo. Eu nem tive a oportunidade de arremessar nossa nau em direção aos inimigos, como fizemos mais tarde...

Foi interessante também o momento em que nos vimos perdidos no meio do nada. Se eu tivesse um mapa de Cherbourg aqui, ou se tivesse internet agora, eu poderia mostrar o lugar com mais detalhes. Lembram daquelas fotos (as ultimas que eu pus no meu fotolog, eu acho) em que a gente estava andando sobre uma "muralha" muito grande? Na verdade, aquilo é um tipo de represa, uma fortaleza pra protejer o porto da cidade. Dentro dessa espécie de dique quase não tem onda, e não da' pra se perder porque o negocio é do tamanho da USP, no maximo. Nessas condições, estar no meio da neblina não foi tão terrivel.

Navegamos à base de instrumentos (uma bussola) até que desse pra ver alguma coisa, o que não demorou tanto assim. Apesar da gente ter ficado muito tempo, na minha opinião, e de o negocio começar a perder a graça, acho que agora eu respeito um pouco mais esses malucos que saem de navio pelo mundo. É preciso, no minimo, coragem e falta de noção.

enviado por Bruno - Bruno as 19:45:43. comentários[0]

domingo, 10 de abril de 2005



Estamos fazendo os preparativos da ultima edição do jornal. Eu fiquei responsavel de fazer o resumo de tudo que a gente tinha feito, e fiz a minha parte com alguma seriedade. O jornal vai pra Polytechnique, parece que tem alguma importância, mas pensando bem vale mais a pena fazer umas piadas do que tentar fingir ser "normal", então eu e o Michael fizemos uma lista de coisas frequentes. Vou tentar traduzir as mais comicas....



enviado por Bruno - Bruno as 19:53:58. comentários[1]

sábado, 9 de abril de 2005



Sem tantas historias assim pra contar. Obviamente, quando as coisas começam a se repetir (muito vento, jogar de novo com a legião estrangeira, comer coisas esquisitas e que se mexem, assistir aulas em que os professores acham que a gente é muito bom mas na verdade não sabemos nada, etc.) o publico perde o interesse, o autor perde a motivação, e o Blog perde os posts.

Mas tempos melhores viram, certamente. Afinal de contas, semana que vem eu chego na Polytechnique. Ainda não sei muitos detalhes sobre isso (como sera' o quarto, quando eu vou ter o computador, como poderei acessar a internet antes de ter o meu proprio micro, o que eu vou fazer la' até o dia 2 de maio...), se algum veterano tiver alguma informação diferente, fique à vontade.

Visitei a casa do Monet, com a minha irmã, hoje. Bem legal, um jardim muito bonito, incrivelmente colorido...Fora do normal, simplesmente.

Depois eu posto uma descriçéao comica das ultimas fotos, e tb daquelas que a minha irmã tirou. No meu fotolog, se possivel, hehe.

enviado por Bruno - Bruno as 22:48:08. comentários[0]

sexta-feira, 8 de abril de 2005



Postei minhas fotos no blog do Arhtur...podem ir la' olhar, hehe.
enviado por Bruno - Bruno as 18:53:43. comentários[0]

quarta-feira, 6 de abril de 2005



Em certos breves momentos, temos a explicação para grandes fatos da vida.

Se, por exemplo, virassem novamente pra vc e dissessem, "e ai', vamos jogar fuytebol de novo?", a resposta evidente seria "sim, fazer o quê, isso é mais forte que eu".

Me preparei psicologicamente para jogar num espaço pequeno, so' entre o pessoal daqui que vai pra X. Chegando na quadra, tinha um grupo jogando bola. Com 7 pessoas, assim como nos. A tentação de fazer um time contra o outro foi muito grande, e nos separamos.

Fui para debaixo dos paus e pensei que o destino da América Latina dependia novamente de mim. Afinal, nosso combinado "Brasil-Chile" ia jogar contra o resto do mundo.

Qual "resto do mundo" fica dificil precisar, porque pelo menos uns 4 do outro time usavam a blusa laranja que identificamos rapidamente como sendo da famigerada "Legião Estrangeira". Nossa...

Tinha tb 2 mulheres do lado de la'. E, pelo nosso time, o melhor jogador é chileno. Tristes tempos...

Nosso estilo melhor nos leva facilmente a um 2 a 0. Nosso estilo de não saber marcar, de tomar sufoco em bolas cruzadas e de ter goleiros que espalmam cruzamentos no pé dos atacantes causou o empate. Ok, falhei no segundo gol, mas a coisa não tava tão feia;

De repente, eu tava pegando todas as bolas bizarras que apareciam por ali (mesmo falhando em outr cruzamento, eu tava segurando o empate). Mas o fantasma do nosso amigo Barbosa aparece sempre nessas horas, errei um chute, me posicionei errado, a bola passa entre mim e a trave, América do Sul vai pra saco. Mal ai', seu Bolivar. Na proxima, eu tento chutar pra mais longe, e convenço os caras que so' uma defesa unida, que não sucumba aos interesses imperialistas, pode fazer frente à nova conjuntura mundial.

enviado por Bruno - Bruno as 21:29:09. comentários[0]

terça-feira, 5 de abril de 2005



testando...
enviado por Bruno - Bruno as 20:11:32. comentários[3]

segunda-feira, 4 de abril de 2005



Acho que é o 3° 4 de abril que eu penso em fazer outro blog. Depois vcs olhem nos arquivos, que eu néao estou com tempo de fazer isso. Na verdade, esse ano eu não vou tentar nada, haha.
enviado por Bruno - Bruno as 16:58:44. comentários[1]

domingo, 3 de abril de 2005



E se alguém, pra resumir um dia, dissesse que você fala francês bem, que você conhece tudo de futebol, é muito engraçado, culto e simpatico, o que você diria?

Pois é, assim terminou o nosso primeiro (e unico) dia com a familia francesa; de manhã, chegou um cidadão, com cara daqueles franceses de filme (mas sem os bigodes, haha). Ele nos levou (eu e o Michael) pra ver as legais vistas do oeste da peninsula...Um vento do caralho...

É impressionante como venta nesse pedaço, porque junto do mar tem umas falésias enormes, e no topo delas é até dificil de parar em pé. Engraçado é dicutir com o pai da familia, nessa hora, as opções de fontes de energia, e ouvir o maluco dizer "é, não temos outra opção além das usinas nucleares...". Na verdade, eles estão mudando um pouco, e eu até vi umas daquelas centrais eolicas...Elas são mais bonitas pessoalmente...

Almoçamos na casa da familia, com 2 dos 3 filhos deles. Uma adolescente emburrada (Juliette, quase Juliana, haha), um outro cara que eu não lembro o nome. Bebi um pouco de vinho, pra ser simpatico, e no meio da refeição eles soltam alguma coisa do tipo "é, essas pessoas ignorantes que tomam coisas como coca-cola...". Fiz bem de ter aceitado o vinho, haha. Precisei justificar que não, não temos o habito de comer queijo depois da comida, apesar disso parecer uma verdade universal para eles. Os jovens ficaram na casa deles, e nos fomos andar pela zona rural.

Os camaradas tinha uma puta infra-estrutura pra fazer o raio do passeio. Diversos mapas, calçados especiais, um bagulho pra medir a distância no mapa, um relogio com altimetro, cantis de agua. Quando vi o tamanho das malas, achei que a gente ia acampar no mato por uns 3 meses...A zona rural da Normandia é um tanto quanto repetitiva. Vacas, ovelhas, vacas, vacas, ovelhas...Umas plantações, às vezes. Uma macieira (tirei uma foto, haha.)

Foi legal passar o dia inteiro falando em francês, e começando quase todas as frases com "No Brasil, ...". Os caras tem uma curiosidade grande a respeito de nossa terra, e eu preferi não desmentir quando eles disseram que tem samba na Bahia, ou que todo mundo come feijoada com orelha de porco, haha. Curiosamente, eles praticamente não conheciam a ditadura brasileira...

É fantastico poder dizer as coisas que o seu pais tem de maravilhoso (e aquelas não tão maravilhosas assim...) para essas pessoas, faz você se sentir bem. Falamos bastante de futebol, um dos caras até falou no Garrincha, lembrando das pernas tortas e da morte triste... Expliquei um pouco sobre os apelidos dos jogadores, inclusive os Ronaldinhos, que o camarada conhecia por Ronaldo e Ronaldinho, o que faz muito mais sentido. So' pra esbanjar, eu falei até do Just Fontaine (artilheiro da copa de 58, nascido no Marrocos, eu acho, que jogava pela França). Curioso, discutir historias antigas do futebol brasileiro e mundial, na mesa, comendo queijo, com uma familia que não é a minha. O cara prometeu se lembrar de mim da proxima vez que tiver um Brasil e França. Talvez seja pra se desculpar do momento que ele falou "E como é mesmo o nome daquele grande jogador, que engordou muito nos ultimos tempos, depois que parou de jogar?", e o outro francês respondeu, falando baixo, "esse ai' é o Maradona, ele não é brasileiro". Segunda vez que isso ocorre. Estranho, eles pensam mais que o Maradona é brasileiro do que a capital do Brasil é Buenos Aires. Problema dos argentinos, haha.

Eles corrigiram as minhas frases retardadas varias vezes, mas isso é bom pro aprendizado. Em compensaçéao, eu tirei eles e disse que todos falavam "São Paulo" muito mal. Disse tb que da minha casa até a USP tinha 35 km (ta', eu exagerei, errei na conta, sei la', mas eles ficaram tão impressionados com o tamanho da cidade que eu achei melhor não desmentir, haha); disse que eu pegava ônibus, metrô, cipo' e canoa, e percebi que essa piada faz sucesso aqui tb. Zona Leste somos nos... Não consegui explicar o que diabo é o Pantanal...

Visitamos tb um cemitério, ao lado de uma igreja do século XVI, com um monumento aos mortos da primeira guerra (como ha' em todas as cidades, segundo um franchuco).

Deu pra falar tb sobre o Lula, a desigualdade de renda, o sistema de ensino...Em 12 horas, eu expus quase todo o meu conhecimento sobre o Brasil, haha.

Foi melhor do que eu esperava, essa tarde com a familia. E, pra fechar o dia, eles não falaram so' o tradicional "passa la' em casa algum dia", eles fizeram a gente guardar um papel com o endereço e telefone deles. Eles são todos doidos, mas tudo bem...

enviado por Bruno - Bruno as 19:42:15. comentários[5]

sábado, 2 de abril de 2005



Hoje a gente foi no cinema, pela primeira vez, pra mim. O estranho é ouvir alguma frases meio ininteligiveis e procurar instantaneamente a legenda, que não existe. Se filme dublado ja' é ruim, filme dublado numa lingua que vc não fala direito é complicado. No entanto, deu pra entender bem, no geral (tirando algumas partes, que toda a equipe brasileira ficava com cara de perdida, haha).

Mas o que realmente impressiona mais é que o cinema daqui é tipo...a classe prépa! Quer dizer, é um monte de francês assistindo a alguma coisa em silêncio, e a imagem do prepa a unica que me ocorre, por enquanto. O silêncio chega a doer em nossos ouvidos latino-americanos. Sem comentarios sarcasticos! é impossivel assistir a um filme assim...

enviado por Bruno - Bruno as 20:57:20. comentários[0]

sexta-feira, 1 de abril de 2005



O fato de não podermos prever o futuro é bem conhecido de todos, mas vira e mexe (pra não dizer o tempo todo) ficamos fazendo as previsões mais escabrosas, pra no final não acontecer nada daquilo...

Parece que o papa morreu. Bom, no momento em que escrevo essas linhas não temos a confirmação oficial do Vaticano, mas é o que tudo indica;

Desde que eu me conheço por gente, o Papa estava pra morrer, coitado. No entanto, ele resistiu esse bocado de anos, e por isso a gente nem imagina um outro papa. O cara ta' la' ha' tanto tempo que ele virou a instituição, na cabeça dos jovens.

Nunca me dei ao trabalho de imaginar como seria o dia em que ele morrerria, mas se fosse pra arriscar jamais eu diria que receberia a noticia em espanhol, interceptada de uma conversa entre dois chilenos, ouvindo musica arabe do kwaitiano do meu lado, minha irmã a caminho de Roma...Bizarro...

E ainda tem gente que diz que a globalização não existe. O que não existe é controle sobre o dia de amanhã...

Pois é...

enviado por Bruno - Bruno as 16:48:18. comentários[3]


Pareço ter um talento especial para explicar coisas mentirosas em linguas que eu não falo direito. Foi assim que eu cheguei aqui, foi assim que fiz uma apresentação ridicula sobre um composto mais duro que o diamante, feito a partir de latex, niquel e urânio-238, chamado Santorium, que sera' mais duro que o diamante.

A gente se diverte com cada coisa...

enviado por Bruno - Bruno as 16:03:10. comentários[0]

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