sexta-feira, março 10, 2006

Arquivo - Dezembro 2004

terça-feira, 21 de dezembro de 2004



Talvez a melhor comparação seja com o jogador de futebol que arruma suas malas e vai jogar na Rússia.

-Mas você queria ir pra lá?
-Não, mas veja bem, nesse mundo gflobalizado essa é uma grande chance de tentar participar do concorrido mercado europeu, e uma oportunidade única.
-E a torcida?
-Só tenho que agradecer a essa massa ques empre me apoiou, mesmo nos momentos difíceis da Segundona.

E o jogador espera os trâmites burocráticos, e a análise de um vídeo com seus melhores lances, pra ver se aqueles empresários russos o aceitam.

.................

Como este será o último post do ano, desejo aos leitores um bom 2005, e todo aquele blá blá blá que vocês estão cansados de ouvir nessa época.

enviado por Bruno - brunofaccini as 14:58:52. comentários[3]

segunda-feira, 20 de dezembro de 2004



Verdades absolutas

Quando você tem oito anos, tudo que te disserem a respeito de qualquer coisa do mundo esportivo será aceito como verdade absoluta.

Dan Marino foi um dos melhores jogadores de futebol americano que eu pude ver jogar, mas é claro que eu só peguei a fase de decadência dele, pela idade. O cidadão tem todos os recordes de sua posição (quarterback, o jogador mais importante), foi uma lenda, mas nunca conquistou o título. Então sempre ouvi dizer que todos os recordes eram de Dan Marino, e sempre seriam.

Peyton Manning, um jovem talentoso, deve bater pelo menos um deles já na semana que vem, e só não conseguiu isso ontem porque o futebol americano tem aquela mania ridícula de ajoelhar com a bola para deixar o tempo passar, sem arriscar nada.

Mas quem se importa?


enviado por Bruno - brunofaccini as 16:33:19. comentários[0]


Padrões

Romário, jogador do Barcelona, melhor do mundo em 1994.

Ronaldo, jogador do Barcelona, melhor do mundo em 1996.

Rivaldo, jogador do Barcelona, melhor do mundo em 1999.

Ronaldinho Gaúcho, jogador do Barcelona, deverá ser anunciado como melhor do mundo daqui a uns 40 minutos.

4 jogadores brasileiros, do mesmo time, cujos nomes começam com a mesma letra.

A pergunta de qualquer espiríto curioso é: qual é o padrão? Quem será o próximo, e quando?

Vamos olhar os intervalos entre os prêmios. 2, 3, e agora 5 anos.

Epa, 2, 3, 5 são os primeiros primos. Obviamente o próximo será Robinho, em 2011.

(Dá uma vontade de imprimir esse texto e ver se acontece...)

enviado por Bruno - brunofaccini as 16:23:32. comentários[0]

domingo, 19 de dezembro de 2004



Encerramento

Acredito que todos os alunos gostam daqueles momentos em que o professor tem o direito, ou melhor, o dever de gastar uns 15 minutos falando coisas inúteis, ou seja, os primeiros e os últimos minutos de aula de um curso.

Os meus primeiros minutos não foram tão bons assim. Entrei na sala errada, me atrapalhei na hora de me descrever, e eu estava com medo da situação, pra ser franco.

Quanto aos últimos, passei alguns dias pensando em como seria um discurso ideal. Um pout-pourri das frases mais engraçadas? Alguma besteira criada por mim?

Na terça-feira da semana passada fui informado por uma aluna que o horário do curso havia mudado, e que aquela seria minha última aula. Choque e pavor. Nenhum texto pronto.

Peço licença aos alunos para pegar um pouco de papel no banheiro, pois eu havia esquecido o apagador, e tento ganhar tempo. Percebo então que uma boa maneira de começar seria falando do apagador e do ciclo da vida.

No entanto, quem notou essa simetria foi uma aluna, e eu perdi a minha sacada inicial de gênio, mas eu adoro essas histórias que terminam do mesmo jeito que começaram.

A associação era óbvia: tinha que falar de uma senóide. Como eles não aprenderam um bocado de coisas, antes de fazer um gráfico como o lá de baixo eu tive que dar um embasamento teórico...Parece que eles gostaram.

Depois fiz mais gráficos para comentar a minha evolução como professor, e agradecer a eles. Cômico, mas foi o melhor que o pseudo-engenheiro conseguiu pensar.

No final, ainda falei algumas coisas que se encaixariam melhor num discurso de início, eu acho.

"...Porque o grande intuito desse curso era fazer com que vocês se dedicassem, se esforçassem, e não apenas aprendessem matemático. Afinal, o que é matemática? Uma reta, por exemplo. Ela nem tem uma definição! Como é que a gente pode estudar alguma coisa que ninguém sabe o que é? Nós estudamos por acreditar que existe um sentido oculto em tudo isso, e que vale a pena buscá-lo. Eu estou procurando, e ficaria muito feliz se vocês também estivessem."

Em uma palavra: desconexo. Em mais palavras: uma boa premissa, que se perdeu no texto...

enviado por Bruno - brunofaccini as 13:25:24. comentários[1]

quarta-feira, 15 de dezembro de 2004



Pura questão de referencial

Caiu uma análise dimensional do número de Reynolds na prova do ITA, haha.

Confiram aqui, primeira questão de física.

Aliás, considero a prova do ita a única façanha da qual me orgulho. E, no entanto, olhando a prova hoje, ela parece tão divertida. Sistemas com 2 equações, matrizes 2x2, atrito desprezível.

Tá, isso é um exagero. Tive dificuldade em acompanhar algumas resoluções, pra ser sincero. 3 questões escritas de física cobravam assuntos de física 4, que eu vi no mês passado...

Pelo menos hoje eu sei um infinitésimo de MecFlu, que permite algumas risadas em cima do pequeno Bruninho.

Conclusão: eu devia tirar o dinheiro do padre de novo.

enviado por Bruno - brunofaccini as 18:16:37. comentários[0]


Caiu uma análise dimensional do número de Reynolds na prova do ITA, haha.

Confiram aqui, primeira questão.

Eu devia ter prestado de novo...

enviado por Bruno - brunofaccini as 18:02:15. comentários[0]


Ao ver a exibição do meu programa, na sexta passada, percebi que a parte em que eu fazia uma breve dissertação sobre a minha condição pessoal, meus sonhos, minhas qualidades, o que eu tenho feito pelo mundo e muito mais bl´blá blá foi simplesmente omitida, por motivos de tempo ($), claro. É muito melhor passar o cara das Casas Bahia do que eu.

Lembrei-me, no entanto, de uma frase que talvez seja minha: tudo na vida pode ser comparado a um texto do Verissimo.

Pensei que poderia sugar o texto da internet, mas só existem resumos terríveis. Assim sendo, terei que digitar. Merda. O texto tem uma primeira parte muito boa, mas que eu vou pular, porque n~]ao tem nada a ver com o resto.

Tios

Já o tio Dedé fazia questão de contar a sua vida, e a história que mais repetia era do filme que fizera em Hollywood. Os mais velhos já estavam cansados de ouvir a história, mas sempre aparecia alguém novo para o tio Dedé impressionar.
-O senhor fez um filme em Hollywood, seu Dedé?
-Apareço numa cena.
-Que filme era?
-Você não deve ter visto. Não é do seu tempo. O nome em inglês era ailand ovilovi.
-Como é?
-Ailand ovilovi. Acho que nunca passou no Brasil.
-Com quem era?
-Dorothy Lamour. Não é do seu tempo.
-E como foi que o senhor entrou no filme?
-Eu fazia parte de um conjunto, "Los Tropicales". Tocava bongô e cantava. Isso foi por quarenta e poucos. Época da guerra. Mas o conjunto se desfez em Los Angeles porque a cantora, Lupe, uma cubana, descobriu que o marido dela, que tocava pistom e se chamava, sabe como? Rafael Rafael. Assim mesmo, um nome duplo. Descobriu que o Rafael Rafael estava namorando uma pequena americana, aliás um pedaço...

E lá se ia o tio Dedé com a sua históira, que mudava em alguns detalhes mas era sempre a mesma, mais ou menos elaborada de acordo com o grau de interesse de quem ouvia. Com "Los Tropicales" desfeito o tio Dedé precisara se virar em Los Angeles, e acabou como figurante num filme passado nos Mares do Sul mas todo filmado em Hollywood mesmo. A cena em que o tio Dedé aparecia, segundo ele,, era forte. Era num bar em que a Dorothy Lamour cantava. Ela passava por sua mesa, cantando, tirava o cigarro da sua boca, e lhe dava um beijo. "Até ficamos amigos", contava o tio Dedé.
Um dia...
-Titio! O seu filme não se chama "Island of Love"?
-É esse mesmo.
-Vão passar hoje na televisão!
Grande sensação. A família toda se reuniu e convidou gente para ver "o filme do tio Dedé". Que estava estranhamente quieto quando se sentou na frente da TV. O filme começou, continou e parecia estar terminando e nada de aparecer a cena do tio Dedé.
-Quando é, tio?
-Calma.
Mas o filme terminou e a cena não apareceu. Todos se virararam para o tio Dedé, numa interrogação muda. E então ele, depois de um instante de hesitação, pulou da cadeira e bradou aos céus, indignado:
-Cortaram! Cortaram!




enviado por Bruno - brunofaccini as 16:43:35. comentários[1]

segunda-feira, 13 de dezembro de 2004



Henao e Schrödinger


Juan Carlos Henao. Nascido na Colômbia, 32 anos, goleiro, por opção e por destino. Fã de René Higuita, como se percebe pelo penteado. Quando o Higuita eliminou a Colômbia da Copa de 90 ao perder aquela bola pro Roger Milla, Henao tinha mais ou menos a minha idade, ou seja, já tinha definido quem eram seus ídolos, e não mudaria tão facilmente.
Joga há 11 anos no Once Caldas, um time médio de seu país. Como todo latino-americano que gosta de futebol, deve ter sempre sonhado em vencer uma Libertadores, com seu time do coração, nos pênaltis. Isso de fato aconteceu, no meio desse ano, e ontem o pequeno Once Caldas teria a chance de gravar seu nome como “melhor time do mundo”.


Erwin Schrödinger nasceu na Áustria, em 1887, e morreu em 1961. Revolucionou a física teórica com seus conceitos de interpretação da realidade em termos de probabilidade, e com muitas outras coisas que eu não entendi por ter dormido nas aulas de física 4. Na verdade, ele também não acreditava muito na mecânica quântica, e a tentativ de introduzir uma "função de onda" era pra aproximar a teoria dos resultados clássicos da Ondulatória.

É famoso o “Gato de Schrödinger”, uma experiência mental em que “colocamos” um gato dentro de uma caixa, contendo um átomo radioativo, que pode decair ou não. Se o elemento decair, é quebrada uma cápsula, liberando um veneno que matará o gato. Ao fecharmos a caixa, o gato pode ou não estar vivo. Na verdade, ele não está nem vivo nem morto, permanece apenas num estado intermediário que só se decide quando um observador abre a caixa e vê o que aconteceu, mas não se pode ter certeza de seu estado antes disso. O paradoxo foi criado pra mostrar quão bizarra poderia ser a nossa descrição probabilística, mas até hoje não se encontrou nada melhor.

Não consta na história que Schrödinger fosse um entusiasta do futebol (apesar do Wunderteam austríaco que encantou o mundo em 34). Admitamos, por hipótese, que ele de fato não gostasse do esporte bretão. Admitamos também que Henao nunca estudou física moderna, o que é plenamente possível.

Se o senhor leitor acredita que eu estou viajando na maionese, pode procurar outro blog que fale de física quântica e futebol .

Na decisão do mundial interclubes de ontem o pequeno Once Caldas enfrentou o Porto, campeão europeu, e recheado de brasileiros. Os bravos guerreiros de Manizales lutaram arduamente contra o conquistador ibérico, agüentaram 4 bolas na trave, 2 gols anulados, 120 minutos de pressão. Acabada a prorrogação, vamos aos pênaltis...

Henao sabe que é sua última e única chance. Sabe que é um medíocre, um pobre, e mesmo que ganhe o título, o Toyota e a história pra contar para os netos, continuará sendo um medíocre. Em todo caso, ele luta.

Os cobradores colombianos parecem ter treinado muito para esse momento, e um lusitano acaba chutando na trave. Deixa, literalmente, a bola na marca do pênalti para que o camisa 10 da Colômbia marcasse o gol histórico.

Nisso Henao olha para o céu, e seus olhos se cruzam com os do espírito de Schrödinger, que está fazendo uma pausa na sua discussão com Newton (“a matéria não é feita de bolinhas, cacete!”). O intrépido austríaco lembra imediatamente de seu gato morto-vivo. Henao é metade campeão e herói, e metade fracassado. E tudo depende apenas do maldito camisa 10.

E o colombiano acerta a trava.

E o sonho fica mais distante.

Algumas cobranças depois, fim de papo, Porto campeão, Henao desolado, gato morto.

Schrödinger dá um sorriso discreto, e volta a seu contínuo trabalho.

enviado por Bruno - brunofaccini as 18:04:27. comentários[1]


Planck e as férias quantizadas

Tenho que me acostumar que agora as férias são emitidas em pequenos pacotes de dias, com distribuição pseudo-aleatória. Se Planck chamou os pacotes de luz de "quanta", creio que posso chamar os pacotes de férias de "Puta merda, quem mandou escolher o cooperativo".

Nesses pequenos PMQMEC temos que fazer tudo que fazíamos em nossos tempos antigos, então em apenas um dia você faz u churrasco com seus amigos, lê um livro engraçadinho, tenta ler um livro sério e dorme na metade, e leva o Arsenal à conquista da taça da Uefa (aliás, descobri que eles nunca venceram a Champions League. Estranho...).

enviado por Bruno - brunofaccini as 17:50:38. comentários[1]

terça-feira, 7 de dezembro de 2004



"Ainda o San Gennaro" ou "Não sei se rio ou se choro".

O Superior Tribunal de Justiça Desportiva resolveu tirar trocentos milhões de pontos do São Caetano, por causa da morte do Serginho, e dar a vaga da Libertadores ao Palmeiras.

O triste da história é ver o seu time beneficiado por uma manobra ridícula dessa, e ainda às custas da morte de um ser humano.

Quase tão triste é o fato de que se tudo der certo eu terei ido embora antes do final da primeira fase da Libertadores. Como se eu não soubesse que isso ia acontecer, haha.

enviado por Bruno - brunofaccini as 20:48:43. comentários[0]

domingo, 5 de dezembro de 2004



As melhores piadas são aquelas que não nos dão trabalho, simplesmente surgem e ficam com um letreiro luminoso, "ei, sou uma piada engraçada. Conte-a com o seu pequeno talento e tente provocar algumas risadas na frente daquele fundo amarelo".

Bom, a minha HP parecia ter morrido. De novo, no fim de semana antes das provas. Rezei para São Maxwell, e ele deu jeito. Parece ser o eterno problema de mau contato.

Mas a grande piada é o Tevez. Para quem não sabe, aquele timeco da Marginal contratou, através de um lícito esquema envolvendo a máfia Russa, a guerrilha chechena e os aitolás iranianos, um argentino, Carlos Tevez, por uma fábula de dinheiro lavado.

Um argentino.

Que jogava no Boca.

Que vai jogar no Corinthians.

Que já ganhou mais dinheiro na vida do que a referida HP pode processar.

Que namora uma das mulheres mais bonitas da Argentina, apenas por ser "engraçado e simpático".

Esse cara é um filho da puta, exclamaria qualquer um com um mínimo de noção. E então, vendo o Fantástico e querendo morder a poltrona de ódio, descubro que ele é, sim, um filho da puta.

A mãe dele era prostituta de uma das zonas mais pobres de Buenos Aires, e seu pai é desconhecido.

Sempre soube que San Gennaro não iria nos abandonar numa hora dessas...


enviado por Bruno - brunofaccini as 21:23:11. comentários[1]

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